Capítulo #6

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NATY

Sai da casinha lá pelas oito e meia da noite, deixei uns moleque lá e fui para casa. Cheguei encontrando a maldita no sofá, vou dar o castigo para ela daqui a pouco, por agora eu deixei ela lá sozinha com a pulga atrás da orelha.

Fui até meu quarto e tomei um banho. Coloquei uma bermuda preta jeans, camisa do flamengo branca e um tênis pretinho, passei um perfume, coloquei corrente fina no pescoço e um relógio, passei um creme da Ingrid no cabelo deixando ele todinho para trás e meio bagunçado. Coloquei meu celular na cintura a arma nas costas e desci para a sala.

— Vai aonde amor? - falou toda manhosa, olhei para a cara dela e fui chegando perto, seu rosto foi ficando mais assunto na média que eu encostava nela. Eu e a Ingrid nois já saiu no tapa já, mais quem começou foi ela eu nunca levantei a mão para bater nele não, ela tem medo de mim, porque pensa que um dia eu possa fazer isso.

— Tu brinca demais comigo preta - ela engoliu a seco - quando eu falei pra você ficar na paz sem arrumar confusão você concordou comigo porra - ela abaixou a cabeça.

— Ela me tirou do sério Naty, eu não tenho paciência pras tuas amante não - começou a chorar - Você sabe que eu amo você, tem tudo em casa e mesmo assim fica com outra mulher, porquê?

— Tu cria umas parada na tua cabeça porra, não tem amante não caralho - ela cruzo os braços. Já trai a Ingrid mesmo, mais não é coisa que se revela pô, pelo menos eu nego até a morte mesmo e foda-se - Papo reto pra tu, quero mais problema na minha vida mais não, e tu só tá me deixando de cabeça quente.

— Para de brincadeira - ela se levantou.

— Tu vai arrumar tuas coisas e eu vou te mandar pra Bahia,tu não falou que sempre quis mora lá? vai pra lá agora - ela segurou minha cintura e eu respirei fundo.

Ninguém é obrigado a gostar de ninguém não, principalmente quando é em um relacionamento, tem uma hora que tu cansa, tu não ama. Eu não gosto mais da Ingrid pô, acho ela uma mina muito parceira, mas eu também não sou obrigada a ficar com ela, pode chora me bater, xingar mais eu não quero mais.

— Eu queria morar lá com você Naty, para com isso amor sério - olhei para ela, a Ingrid era muito linda, de tudo, dos pés a cabeça mais eu não tô tendo saco para ficar aturando show dela, querendo atenção toda hora, carinho toda hora,me cobrando sobre o casamento, de ter filhos. Eu nem penso nessas paradas por agora, quero viver minha vida sem preocupação.

Tô precisando ficar solteira de novo esse é o papo.

— Tu sabe que chora pra mim não é nada né, eu não vou ficar contigo por que tu tá chorando. Namoral, pega tuas coisas e vai pra lá sem caô, não arruma briga comigo que eu facilito pro teu lado saco? Agora me larga que eu tenho uma parada pra resolver.

Ela me soltou ainda me olhando, eu desviei dela e sai de casa, montei na moto e esperei o portão abrir, acelerei quebrando o caminho pela viela. A rua da onde o QG ficava estava cheia de carro, carro na calçada dos vizinhos e na frente da casa dos moleque, deixei minha moto encostada na calçada e desci levando a chefe comigo.

Cumprimentei alguns soldados que estavam ali na frente, entrei na casinha vendo os chefão presente, conhecia todos eles porque sempre estavam com meu pai nesses reunião assim, os cara mantinha um controle no comando que era difícil de achar, não era acelerado fazendo tudo para ontem. Não, eles tinham plano e o tempo certo de executa.

— Tá crescida em Naty? Da última vez que eu te vi tu tava fervendo na escola, junto com o comédia ai - aceno pro Pipoca, bati com a mão fechada na dele e me encostei na parede, Mendes era o mais próximo do meu pai entre eles ali, os dois eram parecidos, mais não eram nenhum melhor amigo também não.

— Puxa o Papo aí Filhão, tá acusando meu gerente de que? Viu ele aonde? Fala aí - olhei para o cara que quer meu lugar, o tal de Pavê. Namoral, essa parada de vulgo é foda, os cara coloca qualquer nomezinho que não são os dele e acham que tão arrasando, olha essa porra, pavê?

Eu já usou meu nome mesmo é foda-se, tá ligado.

—  Parada é que eu vi ele na penha por esses dias mesmo pô, tava falando com menor de lá todo alegrinho, achei errado essa porra e fui falar com o Mendes, pra te alertar pô - olhei pro Pipoca que deu risada negando com a cabeça.

— Na penha? Eu não tem inimigo não penha porra, aqui comigo não. O Mendes ele sabe das parada os outros também - cruzes os braços e ele olhou pro Mendes que estava serinho encarando o cara.

— Ué pô, como que não tem inimigo lá?

Ué pô. O caralho, tu não precisa saber de nada não comédia, só que dá próxima vez que tu acusar uns dos meus pensar direito. O pipoca não tá no erro não pô, tu que tá - ele fico me olhando, sai da parede e fui andando até ele, chegando mais perto - Tava fazendo o que naquela porra, fala pra mim, que eu sabia o Mendes sim tem inimigo lá, tu tava seguindo o Pipoca ou foi fazer merda do outro lado?

— Não é nada disso não porra - ele olhou pro patrão dele - Pô Mendes tu tá ligado que não é essa parada aí, não faria um bagulho desse. Eu só vim aqui fazer uma parada e vi o pipoca saindo, ele tava todo acelerado, fui atrás dele e vi ele entrando na penha só isso.

— Só isso o caralho porra - fiz uma força na perna e passei ela por baixo das pernas deles fazendo o cara cair, tirei a arma das costas e fiquei com ela na mão enquanto falava para ele - Tu não fica seguindo um dos meus não porra, tu não é ninguém e eu posso não enteder legal saco? - ele concordou.

— Ele vacilo e eu vou resolver quando tiver na minha favela - concordei guardando a arma nas costas novamente. - tu vai volta pra favela pavê, fica lá que amanhã eu resolvo o que faço contigo filho da puta.

O cara se levantou do chão e caminhou para fora da casinha, olhei pro Mendes que nego com a cabeça e respirou fundo, ele sabia que na penha nós tinha o Serpente como aliado, ele era o pai do pipoca e acabou ficando amigo do meu pai também, era pro Serpente tá no comando também, só que ele teve uma briga feia com o Mendes e preferiu ficar na dele, o cara trabalha sozinho nois da uma força de vez enquando.

Todo mundo começou a sair da casinha, fiquei por último com o pipoca que me olhou e deu risada.

— O filha da puta tá de brincadeira com a minha cara - dei risada - pensei que ia morrer porra, sai de casa falando pra Rebeca que amava ela, a doidinha começo a chorar e eu tive que prender ela no quarto pra não vim atrás de mim pô.

— Eu sabia que aquela cara não tinha nada pra falar não pipoca, pô o ódio que fiquei desse cuzão - nois dois chegou na frente da minha moto - isso é pra leva madeirada, se fosse eu ia ser - ele riu - vai lá irmão, vou com eles no puteiro lá, tem uma mina lá que me deixou com vontade de novo.

— Tu sabe que eu acho você uma filha da puta por fazer isso com Ingrid né não, a mina é chatinha mais porra, trair é tá sem moral Naty - montei na moto ligando ela.

— Tô solteira meu parceiro, amanhã mesmo ela vai pra Bahia vai tá melhor lá pô.

— Só acredito vendo peixe - ele bateu na minha costa e eu fiz um belezinha para ele, sai com a moto dali vendo vários carros indo em direção do puteiro. Deixei a moto na esquina da casa e entrei por último.

Tinha só gostosona de calcinha e sutiã ali.

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