Capítulo #50

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NATY

Tirei a maconha da boca olhando o movimento da favela em cima da laje do QG, relaxei na cadeira deitando a minha cabeça e fechando os olhos sentindo o sol queimar minha pele.

Essa semana eu tive a visita do Mendes, veio me cobrar só sobre o filho da puta que eu mandei, dali tudo para ele e lembrar dessa porra me deixou puta pra caralho, eu não queria lembrar mais saco? É um bagulho que deixa a Bianca mau e se ela fica mau pô, eu fico sem chão tá ligado?

É uma parada muito louca o que eu tô sentindo pela Bianca, tenho vontade de dar tudo para ela, ela ainda não me contou muita coisa sobre o passado dela, e eu também não mais acho que esse momento de nós duas vai chegar e eu tô disposta a falar tudo para ela, conta cada porra que eu fiz na vida e como que eu me tornei isso, e quero que ela fala tudo para mim também.

Eu pretendo passar a minha vida com essa mulher, tô todo boiola, de quatro mesmo. Mas é a Bianca, papo reto é a mulher mas gata que eu já vi, quando essa mulher acorda do meu lado toda pelada, sai da cama como se não fosse nada, eu fico louca, ela viro meu vício, tá pior que maconha essa porra.

Todo dia pô, eu tenho que goza nela e ela em mim todo dia se não eu fico maluca, independente do hora que for, nois duas é assim.

— Aí chefe - abri os olhos e olhei para baixo vendo um dos meninos que eu deixo lá em baixo, sondando.

— Fala aí - cruzei os braços embaixo encima da mureta e ele  fez um legal com o dedo.

— O pipoca tá querendo ter um papo contigo, ele pediu pra tu subi lá encima quando ter - concordei - é só isso mesmo chefe.

— Vai lá pô, e tu para de ficar comendo as Minas quando tá trabalhando vagabundo, Jajá te coloco em outro lugar e tu vai vê - ele negou dando um sorriso, o trabalho do menor é tega, só ficava de um lado pro outro viajando uma área menos movimentada da favela, e ganha um dinheiro bom.

Fiquei mas um tempinho ali, fumei e fumei de novo. Subi encima da moto e acelerei pela viela chegando na praça, logo avistei a morena com mas duas, dei a volta na praça passando perto dela e acelerando a moto, escutei o grito de susto da Bianca e dei risada, cheguei na boca onde o pipoca estava.

— Que foi? - ele me chamou com a mão e me deu um pouquinho do pó, coloquei na mão e cheirei, passei a mão pelo nariz - Eai?

— Tu tá ligada que essa porra é a melhor que nois têm, esse pouquinho que tu usou vende que nem água porra - concordei - então nois tem que tem bastante certo?

— Nois tem pra caralho, eu comprei pra porra mês passado, comprei a agora de novo.

— Aí tá papo peixe, nois tem a metade do que era pra ter - cruzei os braços - mandei os menor fazer a conta por peso e o bagulho tá fraco comparado oa mês passado.

— E quando que sumiu - olhei prós menor responsável pelo pó e ele deram de ombro - eu não mandei fazer a pesagem toda semana, e agora vai saber como dessa porra. Chega aqui pipoca.

Nós foi para um canto, olhei para ele de braços cruzados.

— Tu anda vendo o Kaká? - ele concordou - ele tá de boa, ou tá agindo estranho?

— Tá de boa, normal - concordei - acha que foi ele?

— Não sei de nada pô, só quero que tu fique de olho nele, eu não tô vendo ele não, o cara tá fugindo de mim, então tu fica - ele concordou - dobra o preço por enquanto, dia de baile triplica quero que se foda.

— Os cara vão reclamar - cruzo os braços.

— Vão reclamar mas no final vão comprar, é desse jeito que funciona, nois vai render com o que tem até nois pegar a outra carga, e apartir de agora só eles ali entram e nois dois, a noite deixa dois saldados em casa boca de platão, revisando todo dia.

— Tá certo, vou atrás disso ai. Tu vai aonde?

— Na praça, a Bianca tá com a Rebeca e aquela amiga dela lá - ele concordou, fez um toque comigo e voltou a fala com os outros dois. Montei na moto indo até a praça.

Essa parada de falta tá estranha, nunca tinha dado uma quebra dessa, deixo o pipoca cuidando disso aí, eu meu braço direto então ele é responsável. Não confio em ninguém, mais minha intuição tá apontando para o Kaká e pô, se ele tiver envolvido nisso mesmo, sem chance para ele, deu mole uma vez leve um leve castigo, deu duas ja era.

Parei na praça ao lado deles, as três me olharam ao mesmo tempo.

— Eu sabia que você ia volta - a Rebeca falou e eu fiquei sentada na moto olhando elas - não consegui ficar muito tempo longe.

— Vim te ver pô, tava com saudade de tu - falei com a Rebeca que fez uma cara de nojo e tomo a coca dela - teu macho mandou avisar que quer tu em casa, não é pra ficar saindo com shortinho não.

— Meu Macho sabe muito bem que se eu quiser sair de calcinha eu saio, ele não falaria isso - ela deu um sorriso convencido e eu dei risada, olhei para Bianca e chamei ela com a mão, assim que ela levantou meu coração deu até uma celerada - olha isso, toda comportadinha.

— Aham - a Rebeca riu. Peguei a mão da Bianca e dei uma rodada, ela passou a mão na coxa abaixando a saia, mas curta que minha cueca. Gostosa pra caralho.

— Para de fazer propaganda - ela falou perto do meu ouvido e eu  abracei a cintura dela puxando ela pra perto de mim, beijei o pescoço dela todo.

— Da em nada, ninguém e Maluco principalmente tu - ela me olhou com um sorriso no rosto - sabe que só eu te faço gozar do jeito que tu gosta.

— Convencida, eu nunca deveria ter falado aquilo pra você - dei um selinho na boca dela.

— Agora aguenta - ela passou a mão pelo meu rosto e me deu um selinho juntando com um beijo, apertei a cintura dela deslizando minha mão ali, só paramos o beijo porque a Rebeca é chata para caralho.

— Parem com isso, a gente tá aqui ainda - fiz uma careta pra ela, afastei um pouco a Bianca de perto da moto e sentei de frente para ela colocando ela no meio das minhas pernas - o que meu marido tá fazendo que não veio junto?

— Tá resolvendo um parada - ela fez uma careta.

— Odeio isso - ela bebeu a cerveja dela.

— Acontece é nosso trampo, mas não é grande coisa não, Jajá nois resolve - ela concordou. As três ficaram conversando abeça ali, e eu continuava abraçando a Bianca enquanto mexia no celular.

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