Capítulo #16

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BIANCA

Tinha passado quase um mês desdo Último dia que eu vi a Naty, tinha vários comentários rolando pela favela, o mas comentado e que ela foi presa, e o motivo é o que mais me chocou na verdade.

Escutei quando estava arrumando a casa da Jô em um sábado, as meninas que iam ao baile saíram para ir ao salão e quando voltarão só falaram disso. Rose disse que a Ex da Naty foi até uma delegacia e denunciou ela para a polícia, disse que a Naty tinha espancado ela e que queria uma medida protetiva entre elas.

Eu não faço ideia se isso é verdade ou não o fato é, que faz um mês que eu não vejo ela nas ruas aqui e isso é estranho, porque a ex dela também não apareceu mais.

Eu não Acho que a ex dela foi tão doida assim, todo mundo sabe que esse tipo de denuncia principalmente para uma pessoa que já é criminosa, não faz diferença nenhuma, infelizmente, e sem contar que a Naty não séria presa assim, facilmente ou séria?

Hoje era sábado e eu pretendia ir ao baile, talvez eu mude de ideia quando chegar a hora. Estava arrumando minha casinha, toda lindinha, eu tinha comprado um sofá novo para mim, não era totalmente novo mas era lindinho.

Passei um pano na casa inteira, lavei todos os meus armários e na geladeira fiz uma limpeza para colocar a compra que eu tinha feito mas cedo, estava tentando guardar dinheiro mas ficar sem comer não dá né.

Limpei meu quarto todinho e depois fui fazer alguma coisa simples para comer, meu corpo estava tão dolorido essa semana, tinha até alguns roxos na perna que eu iria esconder hoje usando uma calça que eu comprei, não tinha como mostrar, eu não quero mostrar.

Letícia de cada uma hora me manda mensagem perguntando se eu ia mesmo, acho que ela está mais ansiosa que eu mesma. Comi o miojo que fiz com um suco de uva e depois sentei no meu sofá colocando alguma coisa para assistir.

Pulei do sofá quando minha porta foi praticamente arrancada, me encolhi olhando dois homens entrando com armas enormes, reconheci os dois, Kaká que tinha um sorrisinho no rosto e pipoca que olhava a casa toda, logo em seguida a Naty pareceu, a cara dela estava como aquela noite que a ex dela apareceu.

— Olha o que você fizeram, porque isso? - Kaká foi quem me empurrou para o sofá e apontou a arma na minha cara me fazendo chorar e tremer.

— Cala a porra da boca, fica só escutando filha da puta - eu não iria bancar a fodona e mandar esse lixo ir a merda, eu não conhecia bem essas pessoas mas são bandidos, não tem pena de ninguém, a única coisa que eu fiz foi olhar para Naty.

Ela se aproximou de mim se curvado no sofá e fico olhando para meus olhos, agora era um olhar diferente, ela queria acabar comigo.

— Tu fez merda comigo porra, por pouco eu não fui mandanda pra porra de um presídio - engoli a seco.

— O que? - ela não me deixou falar levantou a mão e pegou um punhado do meu cabelo com força, chorei mais segurando a mão dela.

— Tu veio pra cá porque, quem é o filho da puta que te come e mandou você pra cá pra foder comigo, tu vai me falar agora porra - ela me assustava muito naquele momento, eu sei que não conheço ela de verdade e por um momento pensei que ela podia ser diferente ou me encara como alguém que merecia ser tratada diferente, mas não, ela era só uma pessoa ruim.

— Eu juro Naty, juro que não sei do que você tá falando - ela tiro a mão do meu cabelo aliviando meu couro cabelo e passou a mão no rosto nervosa.

— Sai os dois - pipoca não disse nada apenas fez oque ela mandou, Kaká queria falar alguma coisa mais ela deixou - vai caralho, que eu já tô puta.

Ele saiu e eu me arrumei no sofá.

— Naty, o que é isso? Porque isso.

— Tu brinco com a minha cara filha da puta, usou a porra do teu corpo pra mim não desconfiar de tu e no final quase me fez cair - levantei e ela andou de um lado pro outro - eu tô vou mandar o papo do que vai acontecer contigo - ela se aproximou e apontou o dedo para mim.

— Naty.

— Cala a porra da boca - ela segurou minha bochecha se aproximando mais - Tu vai me contar direitinho porque veio pra cá, e depois eu vou meter uma bala na tua boca - ela fez um sinal de arma com dois dedos e levou até minha boca me fazendo tremer, ela vai me matar e eu não fiz nada- começa falando.

— Eu não tenho nada pra falar eu não tive notícias suas fez um mês ou mais, eu não sei porque você tá falando essas coisas pra mim. Eu tô falando sério Naty - ela se afastou e começou a dar socos no braço do sofá - não faz nada comigo Naty.

— Eu tava andando com meu carro na porra da praia, parou dois polícia do meu lado, e me levaram pra delegacia, o policial lá falou que eu estava sendo acusada de ter espancada minha mulher e que ela queria protetiva contra mim, perguntei o nome e ele me deu o teu porra, fiquei naquela merda por sei lá contos dia, do nada apareceu um advogado que conseguir que eu cumprisse em casa e ficaria usando essa porra no tornozelo, e eu não podia me aproximar da vítima - ela cruzo os braços depois de contar tudo aquilo, a fofoca era verdade, e agora ela estava querendo me matar e usando tornozeleira.

— Naty eu não sei por te falaram meu nome, eu juro que não fui eu - ela continuou me olhando - olha desdo dia que você sumiu o pessoal tá falando que a sua ex te denunciou, ela nem apareceu mas aqui Naty, faz quase o mesmo tempo que você sumiu.

— Bianca namoral, tu tá me tirando de otária. Por mas filha da puta que a Ingrid seja, ela não teria coragem de fazer um bagulho desse comigo - fiquei sem ter oque falar, elas se conhecem a anos e eu? A gente só transou umas três vezes, a gente não se conhece.

— Acredita em mim, eu não tenho ninguém nesse mundo não tenho macho nenhum que está me usando, eu não fiz isso - chorei mais apertada meu shorts, ela encostou mas perto de mim.

— Eu vou procurar a Ingrid, se ela tivesse com bunda na casa dela, eu juro que tu vai pra morar embaixo da terra hoje mesmo porra - não olhei mas para ela, ela saiu da minha casa me deixando com medo e sem ter para onde ir.

Se eu fugir ela vai pensar que fui eu, e se eu ficar eu vou morrer mesmo. Eu chorei muito, por medo, por não ter ninguém a quem pedir ajuda e decepção, por ter ficado preocupada, por me importar, por pensar que ela podia ser diferente.

Olhei para minha porta e levantei limpando as lágrimas, tentei fechar ela do jeito que dava, mesmo sabendo que não adiantaria eu tranquei ela e fui até meu quarto tranquei a porta também e fiquei ali até anoitecer.

A Letícia me mandou varia mensagens e eu tive que desligar o celular, era óbvio que eu não iria para o baile, minha cabeça estava uma merda e eu não parava de tremer, a boca seca e o choro na garganta que não parava de doer.

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