BIANCA
Acordei com a Naty me beijando, dei risada e ela me beijou na boca quando eu abri os olhos, se afastou um pouco e eu vi que já estava quase amanhecendo.
— A gente chegou? - ela concordou e tiro meu cinto - Como que vamos fazer? A gente não trouxe nem roupa Naty.
— Tem algumas no porta mala amor, não é muito mas dá. - concordei passando a mão no meu cabelo e jogando todo para trás, a Naty abriu a porta e fechou depois eu fiz o mesmo, ela abriu o porta malas e eu olhei em volta achando uma graça aquela cidade.
Casinhas coloridas e a praía bem do lado da casa dela, era lindo, estava tudo bem silenciosos todo mundo dormindo. A Naty me estendeu uma chave e eu fui até o portão.
— Não está cadeado amor - ela veio até mim com duas malas na mão e estranho - você acha que eles estão aqui?
— Não, só tevem der esqueci de bater. Abre assim mesmo - concordei, abri o portão deixei ela passar primeiro e depois fechei. Fui atrás dela caminhando até a porta, no jardim tinhas várias flores e uma bola de futebol.
— Você já veio aqui? - ela concordou, me chamando para abrir a porta.
— Uma vez quando eu era criança e outra um pouco mas velha, meu pai estava na mesma situação que eu - ela riu e eu neguei com a cabeça, colocando a chave na fechadura e abrindo ela, a Naty passou pela porta e eu fui atrás dela fechando a mesma.
— E vocês deixaram assim da última vez? - estava toda bagunçada, me arrepiei inteira em ver o sofá todo desorganizado, e uma louça imensa na pia, a Naty deixou as malas no chão e me olhou, colocando o indicador na boca e pedindo para mim fazer silêncio.
Ela tirou a arma da cintura e eu dei um passo para trás, ela começou a andar até os quartos, e eu fui atrás tentando não fazer barulho. Ela abriu um quarto e não tinha nada, depois foi para o outro e está trancado, depois foi para o terceiro e nesse a gente encontrou alguma coisa sim, uma coisa que eu sinceramente achei que nunca mais ia ver.
— Tua filha da puta, acorda! - a Ingrid deu um pulo na cama e se sentou olhando para nois duas, a Naty deu risada balançando a cabeça - Tu veio para cá porra.
— Eu não tinha um lugar para ir Naty, ela - apontou para mim - ela me expulsou e disse que ia te colocar na cadeia, eu não sabia oque fazer - abri a boca em choque, eu fiz oque?
— Você tá maluca? Não me coloca no meio disso - a Naty colocou a arma encima do rack da tv e cruzou os braços.
— Tu fez essa merda filha da puta, tu quase conseguiu escapar de mim, eu estava pouco me fudendo para você porque tava com ela - apontou para mim - mas tu veio se esconder na minha casa porra.
— Acredita em mim Naty, eu não fiz nada - ela se levantou, estava sem nada por baixo só uma calcinha, veio até a Naty e segurou o braço dela - você não usava nunca esss casa então eu vim para cá, mas eu queria que você me encontrasse, porque iria matar ela quando souber que ela te colocou na cadeia.
A mão da Naty vôo até a boca da Ingrid, ela segurou a bochecha dela que mas pareceu um tapa, eu me afastei um pouco, a Naty segurou ela forte e trouxe ela para mas perto a Ingrid ficou assustada a deu um grito.
— Se tu chamar atenção dos outros, eu meto uma bala na tua boca - ela choro - tu não fala da Bianca vagabunda, ou meu ódio por você só vai aumentar.
— Amor - chamei ela e ela não me olhou. Quando eu ia chamar de novo a Ingrid começou a tentar se soltar dela, ela começou a saltar tapa na Naty em todos os lugares,e a Naty empurrou ela até a cama onde ela caiu, a Naty foi para cima dela e deu um soco na cara da Ingrid e ela ficou parada.
— Naty! - dei um passo mas fui impedida quando um menino magrinho e correu até a Naty e começou a dar socos nas costas dela.
— Solta minha tia, não bate nela! - ele gritou, a Naty se afastou e olhou para o menino.
— Que porra é essa?
— Ele é filho de uma amiga que eu fiz aqui, ela morreu a alguns meses e eu fiquei com ele - ela abraço o menino e ele olhou para ela.
— Tu não sai daqui - a Naty aprontou para mim e eu neguei.
— Você não vai fazer nada - ela se aproximou de mim - é uma mulher Naty - falei baixinho.
— Para mim não tem essa Bianca, pode ser mulher, homem criança e o caralho, tentou me ferrar eu vou ferrar de volta. Tu me conheceu sabendo que eu não sou boa coisa, tu decidiu ficar comigo sabendo disso - neguei olhando para Ingrid - ela tava te culpando até agora Bianca, se eu não tivesse gostado de você desda primeira vez que eu te vi, você era pra tá morta - arregalhei os olhos.
— Você ia me matar Naty? - ela nego.
— Eu tentei, eu fui na sua casa, você achou que aquele jeito que eu falei com você foi só brincadeira? Não eu fiquei com ódio porque não conseguia matar você, nunca que eu ia conseguir te machucar Bianca.
— Não faz isso Naty, eu sei que ela errou mas..
— Nossa vida Bianca, eu te dou total liberdade de me dizer ou não oque fazer, mas na minha, na minha vida aquela que tu não faz parte, quem manda sou eu - respirei fundo, a vida de crime, de traficante de assassina, essa eu realmente não quero ter contato nenhum - cuida do pivete, depois nós resolve isso.
Ela foi até a Ingrid e pegou ela pelo cabelo, a Ingrid chorou e gritou e eu não fiz nada, só chorei por odiar essa vida da Naty e amar a outra dela, a comigo. Parece tão absurdo mas era real, ela não era assim comigo, ela parecia ter duas vidas e eu por amar muito ela, fechava meus olhos para todas as merda que eu já vi.
Como a morte do policial que ela não apertou o gatilho mas mandou matar, e agora a Ingrid que eu tenho certeza que vai morrer. E por amar muito ela, eu fechei a porta quando o garoto correu até ela e me agachei abraçando ele e pedindo para ele se acalmar.
Chorei em silêncio me senti a pessoa que apertou um gatilho pela primeira vez. Eu acho que não sou só eu que se sente assim, escolhi amar uma bandida, uma traficante que anda sempre com uma arma na cintura e tem respeito pelos crimes que já cometeu. Eu acho que muitas mulheres que tem esse tipo de relacionamento aceitam isso, não por gostar da vida de luxo que eles proporcionam, mas por amar.
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Nossa História [ Pique Bandida ]
RandomComo diz nossa música: Se via com coração fechado Com medo da tristeza do passado Andando no caminho da razão Você apareceu na minha vida Abriu a porta pra uma saída São coisas que não tem explicação De repente eu me entreguei Não lutei, não resisti...