NATY
Voltei para o quartinho, tirei um quatro da parede e vi meu cofre lá dentro, já escutava o barulho dos filhos da puta na escada. Abri o cofre e coloquei no bolso uns dez malote de dinheiro e peguei também minhas droga, foda-se eu iria precisar de muito merda quando eu estiver longe da favela.
Fechei o cofre quase deixando zerado, fui até a Janela de novo e pulei sem muito esforço. Corri até onde a Bianca estava e ela me olhou assutada.
— Vamo Bianca - levei ela até o portão dos fundos e sai segurando ela comigo, começamos a correr até a esquina de cima onde o carro do pipoca estava, entrei colocando a Bianca no banco de trás e ele acelerou o carro.
— Toma - ele me jogou duas chaves, a do meu carro e da casa que eu iria usar com a Bianca - O carro tá no mesmo lugar de sempre, fui conferir antes de vim para cá.
— Porra esses filhos da puta vieram mesmo, tu da um jeito nele quando encontrar com o cara, ele vai dar uma de que não sabe de nada, mas o filho da puta acabou de invadir minha casa, tá fodido comigo, ou melhor o novato da um jeito.
— Relaxa que eu vou cuidar de tudo, tu fica um mês fora já tá bom, sem fazer nada - concordei - a família dele já tá com visita, também.
— Bom, eles não vão invadir, os dois vão dizer que não me encontraram - peguei meu celular e vi o vídeo que o vagabundo me mandou, oque eu mandei ir para casa do cana cuzão, ele tava com a mulher e a filha juntas, as duas com lesão no rosto e chorando abença.
Peguei o número do Malta, o policial que tinha acordo comigo, era dinheiro para avisar sempre que uma porra dessa ia acontecer, se eu estivesse na mira, se eles estavam me investigando, tudo, mas ele queria mais e se fodeu.
— Onde tu tá pô, tá fugindo? - ele falou com a voz grosa.
— Tô mesmo, tu achou oque que eu iria ficar deitadinha na coma sossegada? Enquanto você entrava na minha casa pra me pegar? Sou burra? É filha da puta!
— Não adianta tu fugir, nois te acha - dei risada.
— Tá certo pô, tu só esqueceu da tua família em casa, parabéns viu, pela filha - ele fico mudo - vou te mandar um vídeo aí, vê se tu curti - mandei o vídeo para ele e ele continuou mudo - vou te dar mais uma chance malta, e vou deixar sempre dois na cola da tua filha, na tua esposa, pronto pra meter uma bala na cabeça de qualquer uma se tu deixar de fazer a merda que eu mandei.
— Sua filha da puta!
— Tu vai volta a ser a cadelinha que era, e vai puxa esse teu parceiro contigo, ensina que quem manda nessa porra e eu, vocês não serve pra nada essa farda aí não é porra nenhuma. Ou as duas morre.
— Eu vou achar teu ponto fraco pô, um dia tu vai ter mulher vai ter família, e quando esse dia chegar, eu quem vou aprontar uma arma na cabeça delas - eu tentava deixar tudo escondido entre mim e a Bianca, porque ela era meu ponto fraco.
— Tu vai continuar nessa porra, tá tranquilo malta. Tu recusou minha chance tá ligado? Isso é foda pô, acabou para tu.
— Tu vai fazer oque, parar de fugir e vir atrás de mim? vem pô. Se alguma coisa acontecer com as duas, tu sabe que eu vou ficar atrás de tu, não vou te deixar quieta.
— Tô ligada, vai ser mó babão né parecendo minhas puta - dei risada - o novato tá contigo, tu treinou ele bem?
— Tá comigo, trainei pra matar filho da puta igual a tu - dei risada.
— Tão chamando ele de Novato meia nove né, só porque o cara tem uma tatuagem dessa posição tô errada? - ele fico quieto - o menor fez porque foi pego numa dessa pelos parceiro dele, mó cachorrão, e o vulgo do cara respeita.
— Tu tá com ela filho da puta, tu tá com ela? - escutei a voz do Henrique atrás da linha, ele achou ruim quando eu disse que ele iria entrar para polícia, foi ele que ajudou meu pai a descobrir que os policiais estão tentando me derrubar, ele conseguiu respeito lá e aqui, porque já deu fuga para vários irmão, e lá ninguém desconfia.
— Eu não preciso mais de tu Malta, meu parceiro aí vai fazer teu trabalho agora, vai matar tu e dizer que quem matou fui eu, tudo do jeitinho que eu queria - ele não disse nada, pelo tiro que eu escutei do outro lado ele tentou ir para cima do bandido e se fodeu.
— Ele ainda tá respirando chefe - concordei.
—Tu sabe oque fazer pô, agora é contigo. Se tentar alguma coisa já sabe.
— Tô do seu lado Naty, confia, quanto mais a pretende subir, mais forte tu fica - concordei.
— É isso, libera geral da favela aí, deixa os moradores dormi sem estresse.
Desliguei a chamada e respirei fundo. Pipoca andou mais um pouco até um ferro velho, estacionou o carro no portão dele e nois três saiu, puxei o portão encontrando o carro estacionado do lado direito onde eu tinha deixado.
— Valeu pipoca, cuida de tudo por lá e qualquer coisa tu me liga, não vai nas ideias do meu pai não pô, tu sabe que eu sei me cuidar - ele concordou, fez um toque comigo, abraço a Bianca enquanto ela falava alguma coisa para ele e depois foi embora.
Entrei no carro e a Bianca também, ela respiro fundo e se acomodou ficando um pouquinho deitada, querendo dormir. Liguei o carro saindo dali e indo em direção a estrada.
— Amor, pra onde a gente tá indo? - perguntou um tempinho depois.
— Cabo frio branquinha, vamos fica um tempinho lá. - ela concordou voltando a fechar os olhos e dormir. Enquanto isso eu pegava meu celular e ligava pro vagabundo na casa das madame, pedi para ele liberar as duas e sair dali.
Uns minutos depois o pipoca me ligou dizendo que já não tinha mas verme na favela e que tu estava sendo procurada pela morte do malta, pedi para ele me ligar somente no aparelho antigo que eu tinha contato com ele e com meu pai, desliguei chamada depois e me concentrei em dirigir mas rápido, eu tinha que passar pela estrada sem dar tempo dele colocaram blitz ali.
Acelerei mas sem chamar atenção. Consegui passar pela estrada e fui direto até a cidade, tinha uma casa em cabo frio porque meu pai uma vez deu uma dessas, fingiu quando matou dois policiais que tentaram prender ele, eu fui junto. Lá ele ganhou tempo de fazer tudo oque tinha que fazer para não ir preso e conseguiu.
Olhei para Bianca que ainda dormia, foi assim até o final da viagem.
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Nossa História [ Pique Bandida ]
RandomComo diz nossa música: Se via com coração fechado Com medo da tristeza do passado Andando no caminho da razão Você apareceu na minha vida Abriu a porta pra uma saída São coisas que não tem explicação De repente eu me entreguei Não lutei, não resisti...