Capítulo #15

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BIANCA

O lanche demorou uns quarenta minutos, durante esse tempo ela simplesmente me puxou para perto e me beijou, beijava sempre que queria, mexia no meu cabelo, alisava com os dedos minha nuca, me deixando confortável com ela. E quando o lanche chegou ela me deixou encolher um filme e comeu comigo enquanto conversámos.

Tinha terminado meu lanche, me afastei do corpo dela e levantei abaixando a camisa que estava usando, peguei mas um gole de coca e depois fui até a cozinha jogar meu lixo. Voltei para sala e me encolhi perto dela, deitei a cabeça no seu ombro e fiquei assistindo a tv.

— Você tem quantos anos? - perguntei depois de um tempinho em silêncio, queria saber mas sobre ela.

— Vinte e sete - concordei - Tu tem o que dezoito? - levantei a cabeça rapidinho e fiz uma careta.

— Tenho tanto cara de novinha assim? - ela concordou - eu tenho vinte e um tá.

— Diferença pra caralho - dei risada e deitei de novo onde estava, ela terminou o lanche e jogou o plástico encima da mesa, ela deitou mais no sofá me deixando colada nela, estava bom demais daquele jeito - tem carinha de princesa, corpinho de cavalona - dei risada.

— Gosta tentando do meu corpo é? A cada uma frase sua você fala uma parte do meu corpo - ela passou a mão pelo meu cabelo e colocou atrás da orelha repetindo esse movimento.

— Sou sincera pô - neguei com a cabeça - parece que eu te conheço de algum lugar, pô parada doida.

— Eu também tive essa impressão, e estranho - me afastei um pouco e amarrei meu cabelo no alto da cabeça, antes mesmo de  consegui deitar no peito dela de novo, um barulho alto de batida me fez gritar, olhei para Naty que levanto e foi para a janela.

— Maluca! que porra você tá fazendo? - ela gritou olhando para o lado de fora e eu me levantei acompanhado ela até a porta, ela abriu a porta e logo uma mulher pulou encima dela batendo eu seu rosto, a mulher gritava vários chingamento e ao mesmo tempo tapiava a Naty.

— Filha da puta, você acha que eu sou oque!? - a mulher batia mas no rosto dela e a Naty tenta segurar ela pelos pulsos - você acha que pode me troca por qualquer vagabunda, eu te mato antes disso porra!.

A Naty segurou o cabelo da mulher e puxou para trás dando um soco na cara dela, ela colocou o pé a coxa da mulher e chutou ela para longe, dando mas um soco na cara dela, eu coloquei a mão na boca em choque, a mulher saiu de cima dela meio tonta e a Naty levantou, era a ex dela, eu conseguia ver melhor o resto agora.

O nariz e a boca da ex dela estava cortada, e o rosto muito vermelho quase que inchando aos poucos.

— Filha da puta, tá doidona caralho - a Naty gritou chutando a perna dela, o rosto da Naty estava todo arranhado algumas partes até saiam sangue, olhei para fora e vi o portão dela caído encima do cara, e um carro na parte da frente destruído, a ex dela tinha batido ali e derrubado o portão - Eu ainda vou te matar porra, filha da puta, só tira minha paz.

— Você não pode fazer isso comigo! - a ex dela gritou sentada no chão, o rosto dela virou para mim. Se ela tivesse uma arma na mão agora, eu já não estaria mais viva - você já tá com outra Nat? Sua cachorra! Eu ainda tô aqui, morando perto de você.

— Tô pouco me fudendo pra você filha da puta, levanta dessa merda e vai embora, não quero ver tua cara nessa favela amanhã - ela estava tão brava, o rosto dela era muito sério - eu só não meto uma bala na tua cabeça pela sua mãe porra!

— A minha mãe tá aqui, eu não vou - a Naty levantou ela com um puxão só, mas ela se soltou e olhou para mim de novo - vagabunda, eu vou matar você, e por sua causa que ela me bateu, que ela me trata assim - ela veio pra cima de mim, e eu já me preparei para me defender, eu não iria apanhar sendo que nem culpa disso eu tenho.

— Minha paciência contigo acabou porra - a Naty entrou na minha frente colocando a mão no pescoço dela e levou ela até uma parede, eu dei um passo querendo pedir para ela parar mais outra mulher entrou e logo atrás o tal Kaká.

— Naty pelo amor de Deus - acho que era a mão da ex dela, ela estava desesperada - Ela usou droga Naty, você sabe que ela não te desafiaria assim, por favor deixa eu levar ela pra casa - a Naty olhava para ex dela bufando de raiva.

— Se tu entra na minha casa ou nessa favela de novo desse jeito, eu mato você e nem a consideração que eu tenho pela sua mãe vai valer - a ex dela chorou pedindo para Naty soltar ela, a Naty soltou - Leva as duas Kaká, se a porra toda que aconteceu aqui tiver rodando a favela amanhã, tu que vai ser cobrado - o Kaká respondeu - vai caralho,some os três daqui.

Então eles saíram, a ex dela não parava de chamar ela e a mãe dela tentando fazer ela ficar quieta, olhei para Naty que coçava a cabeça, nervosa, ela olhou para o portão dela respirando fundo.

— Acha melhor eu ir embora - falei mais para mim do que para ela, não tinha mas clima nenhum para mim ficar ali. Quando eu ia me virar para trocar de roupa a Naty me segurou e me fez parar.

— Fica aqui, essa maluca pode fazer alguma coisa contigo - eu não duvido, ela estava muito exaltada e claramente drogada, era uma pena ver o estado que uma pessoa pode chegar por um relacionamento, uma coisa que nunca dura para vida toda.

— Tudo bem - concordei, a Naty colocou a mão na minha nuca me puxando para perto dela, senti seus lábios nos meus e beijei segunda seus movimentos, era um beijo sem língua, com um gostinho de sangue já que a boca dela estava cortada, somente para se desculpar talvez.

— Sobe lá pro meu quarto, toma um banho e deita, eu vou fala com um amigo meu aí - concordei, olhei mas uma vez para seus olhos e depois fiz o que ela pediu.

Entrei no quarto, peguei uma regata do Flamengo e uma cueca, tomei um banho quente e depois deitei na cama tentando dormir, escutar ela falando com alguém lá embaixo e chingando tudo, fechei meus olhos pegando no sono.

Não foi muito tempo dormindo, quando abri os olhos pelo movimentos que senti na cama, vi que ainda era escuro, a Naty deitou do meu lado e respirou fundo.

— E a primeira vez que vocês terminam? - perguntei e  ela fico em silêncio por alguns segundos.

— De verdade é, nas outras vezes ela terminou só por briga boba, dizendo que não conseguia me aguentar - virei meu corpo ficando de frente para ela - fico comigo por anos.

— Você gosta dela?

— Não, só fiquei por ficar mesmo. Acho que nem ela gosta de mim pô.

— Concordo - a Naty passou a mão pela minha cintura me puxando para perto.

— Ela estragou nosso clima porra, fiquei puta juntando aquele tanto de camisinha que nois duas ia usar - dei risada negando com a cabeça - Tu tá me devendo uma noite toda.

— Vai dormi, você gastou muita energia comigo, e tá velha já - ela levantou a cabeça.

— Velha teu cu porra - dei risada e ela deu um tapa na minha bunda me puxando para mais perto - tu vai ver velha.

— Eu só tô brincando com você, não leva pro coração - dei um beijinho na bochecha dela e deitei minha cabeça no mesmo travesseiro que ela, agora sim eu dormi.

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