Capítulo 58

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NATY

Chutei a bola para ele que domínio com o pé e chutou a bola para mim de novo. Escutei a Bianca colocando uma música no som do carro e logo vir até a gente.

— Você não tá me ensinando nada assim - o Jean reclamou e eu dominei a bola com o pé e fiz alguma embaixadinhas chutando para ele depois - me ensina a fazer isso.

— Tu só bate ela no seu pé pô, não precisa de força só deixa ela bater no pé e tenta pegar ela de novo - ele fez, conseguiu umas cinco e já ficou feliz - isso aí pô, aprende rápido.

— Eu te contei que ontem a professora disse que eu era o mas inteligente da sala? - neguei - ela falou que eu fui o único a tirar nota alta na prova dela.

— Que isso, tem que ser assim, inteligente tu vai longe - ele concordou e chutou a bola para mim - tua vó falou contigo? - ele concordou - e ela disse Oque?

— Ela falou que vai vim me buscar, a casa dela não é tão longe daqui vocês podem ir me ver né?

— Vou conversa com ela pra tu ficar com a gente até a gente ir embora, depois nois fica se falando por telefone - ele concordou meio triste, olhei para Bianca e ela para mim - qual foi moleque, fala ia.

— É que eu queria ir com vocês - ele deixou a bola de canto e foi se sentar perto da Bianca eu fui junto ficando em pé na frente dele - eu gostei de conhecer vocês.

— Não é tão simples assim Jean - a Bianca falou, ela passou a mão pela cabeça dele e ele olhou para ela - eu e a Naty não moramos juntos, a gente não tem um instrutura para você, e tem a sua escola - ele concordou.

— Mas olha pô - me agachei perto dele - quando tu estiver de férias, vou vim te pagar e tu passa as férias lá com gente, tá bom assim? - ele concordou e sorriu.

— Jean!? - escutamos a voz de uma mulher no portão e eu levantei ainda até lá. A senhora me olhou dos pés a cabeça e parou na minha barriga onde eu tinha uma tatuagem de um palhaço rindo igual doido, ela passou a mão no rosto fazendo o sinal da cruz.

— Tu é a Maria?

— Eu mesma, acho que foi com você que eu falei no telefone né? - concordei abrindo o portão para ela - vim ver como meu neto tá, quem aquela irresponsável pensa que é para deixar meu menino com desconhecidos - ela entro.

— Oi vô - ele abraço ela e ela abraço de volta, mas encarava eu e a Bianca, passei o braço pelo ombro da minha gata e encarei a velha que me olhava seria.

— Leva lá para dentro isso, é um presente para você - o Jean fez e foi correndo para dentro de casa - oque é isso? Como vocês ficam assim perto do meu neto?

— Assim como? - Bianca perguntou.

— Vocês são namoradas não são? - a Bianca concordou - isso não é bom ficar mostrando para uma criança, sabia que influência?

— Se liga vovozona, ninguém aqui tá fazendo nada de errado não. Se tu pensa que é, problema é teu, o moleque gosta para caralho de nois duas.

— Aí meu deus, me perdoe - ela falou baixo e eu dei até risada, Bianca como é mas certinha gosta de respeita até aqueles de desrespeita ela, fica toda quietinha - vou levar ele embora.

— Não vai, ele quer ficar aqui, deixa o moleque aqui até nós ir embora - ela nego.

— Por favor dona Maria, não é só porque a gente se ama que vamos fazer mal para ele, isso nem faz, sentindo. Fica com a gente hoje e você vai ver que cuidamos bem do Jean, a gente adora ele.

A veia olhou para ela e depois para mim, o olhar dela para mim foi diferente, foi desgostosa, e eu só fiquei encarando.

— Tudo bem, vou ficar pelo meu neto - Bianca concordou dando risada e eu neguei com a cabeça, quem essa senhora pensa que é em? Me olhando desse jeito? Tá maluca ela.

Ela passou pela gente reparando em toda a casa, a Bianca se virou para mim e me olhou seria, eu já dei até um sorrisinho, ela fica gata assim.

— Que isso, tá com cara de quem quer me por no lugar, tu sabe que eu vou ser reclamar se esse lugar for embora de tu - segurei a cintura dela e ela se afastou um pouco.

As vezes eu penso em como nós duas parecemos. Eu seria uma loba doida para comer e ela seria o coelhinho assutada com oque eu faria com ela.

— Vamo fazer tudo certinho hoje, a agente vai mostrar respeito pela senhora Maria e assim o Jean fica mas um tempinho com a gente - concordei, ele me deu um selinho e se afastou entrando dentro de casa, eu fui até o portão e acendi um cigarro.

Escutei uma risadinha na cozinha e fiquei encostada na parede escutando a conversa.

— Eu conheço aquele tipo minha filha, não é bom pra você, eles se mostram uma coisa e depois são outra totalmente diferente - a dona Maria falou, e pela conversa era sobre mim - você me parece uma menina tão inteligente, não deveria estar em um relacionamento assim.

— A senhora diz com uma mulher ou com uma traficante? - levantei minha sombrancelha,como essa velha já sabia do meu corre? A Bianca não sai falando isso para todo mundo, ela sabe como é.

— Com os dois, mas eu falo mas pelo traficante, eu já me misturei a isso e até hoje me arrependo, e não foi só uma única vez. Oque você precisa saber Bianca, é que eles não vão deixar a vida que tem por você e nem pele filhos de vocês, ele morrem por isso e quem na maioria das vezes que realmente sofre, é a gente.

— Eu também tenho medo dona Maria, mais não tenho coragem de deixar ela, eu nem gosto de pensar assim e como se eu estiver sendo falsa. Eu e a Naty somos verdadeiras uma com a outra, tudo que incomoda a gente diz, e além desse medo de perder ela, eu amo demais e não consegui largar mão disso.

Nunca duvidei da Bianca, ela vai ficar comigo a vida toda e eu vou continuar fazendo ela feliz, se ninguém intende nosso jeito que se fodam.

Sai de trás da parede e fui até o sofá, enquanto mandava mensagem pro pipoca, queria saber da minha favela, dei atenção para Bianca nesses dias que a gente está aqui, mas agora eu também quero saber como está lá.

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