Mel conhece os Barbosa desde sempre, então se qualquer pessoa perguntar com quantos anos o tal do Gabigol fez o primeiro gol com a perna canhota ela vai saber responder. Isso significa que os dois são amigos? Não, mas é o preço que ela paga por ser...
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𝙼𝙴𝙻 𝟶𝟾 𝚍𝚎 𝚊𝚐𝚘𝚜𝚝𝚘 𝚁𝚒𝚘 𝚍𝚎 𝙹𝚊𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘 / 𝙱𝚛𝚊𝚜𝚒𝚕
O cheiro de café me leva até a cozinha. Daí eu encontro o Gabriel na pia, coando o café e com um pano de prato no ombro.
É importante ressaltar que não tem nada além de uma cueca no corpo dele. Preta. Boxer. Marcando aquela bunda imensa e redondinha que ele tem.
—Que garoto obediente. Já começou o dia seguindo minha listinha — Recosto o corpo na pia, deixando ele me olhar.
Aquele sorrisinho sacana que já conheço bem se espalha por seu rosto. Devagar. Sem pressa.
—É que eu preciso que você siga minha lista também — Passa a língua nos lábios e fecha a garrafa — Quer café, linda?
—Hum... — Deixo ele se afastar, pegar duas xícaras e voltar a me olhar de lado — Que lista?
—Você não achou que ia me dar uma lista de tarefas e ficar de boa, né Mel?Então eu tenho uma listinha pra você também — Ergueu uma sobrancelha. Cruzei os braços em frente ao corpo e aguardei — Nada de fechar a porta de chave, você vai dormir comigo todas as noites. Inclusive se possível a gente pode não dormir e aí entra a segunda parte da minha lista... — Me encara.
Conversa muito perigosa pro café da manhã. Muito.
—Qual a segunda parte? — Umedeci os lábios, sem quebrar o contato visual.
—A segunda parte da lista é +18, né linda? Aquela que depois da meia noite eu te conto — Me mostra um sorrisinho e me estende a xícara de café.
Eu aceito, mas não consigo parar de pensar besteira.
Coloco a xícara sobre a pia. Olho pra ele.
—E se eu quiser que você conte agora? Vai negar? — Perguntei devagar.
Ele me encarou parecendo surpreso. Pois é, Gabriel. Parece que as coisas mudaram um pouco por mim. Só um pouco porque minhas mãos continuam suando frio e meu coração parece prestes a saltar pela boca.
—Eu falo, mas você vai ter que cumprir pelo menos uma das coisas agora — Cruza os braços em frente ao corpo.
Eu deveria me sentir gelada, mas começo a esquentar. E a esquentar em lugares que talvez não devesse.
—Agora? Aqui na cozinha? — Questionei. Meu peito sobe e desce devagar enquanto ele nem parece estar respirando.
—Qual a diferença de ser na cozinha, na sala, no quarto? A casa toda só pra gente... Posso até te mostrar uns cômodos que tenho certeza que você ainda não conhece — Ele dá um passo em minha direção, os dedos tocam minha bochecha, caminham pelo meu pescoço...
