𝟶𝟺𝟿

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𝙶𝙰𝙱𝚁𝙸𝙴𝙻
𝟸𝟼 𝚍𝚎 𝚊𝚐𝚘𝚜𝚝𝚘
𝚁𝚒𝚘 𝚍𝚎 𝙹𝚊𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘 /𝙱𝚛𝚊𝚜𝚒𝚕

Tem cabelo na minha cara.

Faz cócegas.

Pra completar eu não sinto meu braço esquerdo e ela continua deitada por cima dele como se fosse um travesseiro. Já devia ter acostumado, essa cena se repete toda noite, mesmo assim tá começando a formigar e eu preciso de verdade mijar. Tipo... Urgente. Minha bexiga parece prestes a estourar.

Ela se mexe como se tivesse escutado meus pensamentos e eu puxo meu braço rapidão pra não correr o risco dela deitar em cima de novo.

Tô no meio do processo pra retirar o edredom quando escuto barulhos estranhos vindo do lado de fora.

São vozes.

Duas mulheres.

—ACORDEM PORQUE EU FINALMENTE CHEGUEI!

CACETE.

É a voz da Dhiô.

A Mel dá um pulo da cama, me encara com os olhos arregalados e levanta se enrolando inteira no edredom. Começa a caminhar até mim tropeçando pelo menos umas dez vezes.

—Se esconde — Começa a me empurrar sabe-se lá pra onde — Vai, Gabriel! Se esconde!

—Aí! — Meu dedinho mindinho bateu no pé da penteadeira — Me esconder aonde? Minha mãe já viu deixa ela ver também.

—Não! Você tá doido? Eu vou falar pra ela. Não quero que ela veja a gente assim — Apontou de mim pra ela ainda me empurrando. Faço a volta. Vou me esconder aonde? Dentro do guarda roupa? Embaixo da cama? Atrás da porta? — Gabrieeeeeel! Por favor, cara. Eu não quero que ela saiba assim! Só se esconde. Vaaaaai!

Que... Porra.

Que... Caralho.

Que...

Solto uns trezentos mil palavrões de uma vez.

—EU VOU ENTRAR HEIN, MEL? SE O JOÃO GOMES TÁ PELADO AÍ DENTRO É MELHOR ME AVISAR AGORA! HAHAHA — A Dhiovanna gargalha lá de fora.

O João Gomes?

Tá de brincadeira.

A maçaneta da porta se mexe, Mel arregala os olhos e começa a me empurrar, eu reviro os olhos.

E ela ainda diz que eu tenho problemas com porta... Se eu não tivesse levantado depois que ela dormiu e fechado essa porra de chave a Dhiovanna já tava aqui dentro faz é tempo.

E corta pra mim me jogando no chão e me escondendo...

EMBAIXO DA CAMA.

Cara... Essa garota não tem como ser normal. Tem livro até aqui embaixo. Caralho.

𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐆𝐔𝐄𝐈𝐗𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora