𝟶𝟸𝟻

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𝙼𝙴𝙻
𝙼𝚊𝚍𝚛𝚞𝚐𝚊𝚍𝚊 𝚍𝚎 𝟶𝟽-𝟶𝟾 𝚍𝚎 𝚓𝚞𝚕𝚑𝚘
𝚁𝚒𝚘 𝚍𝚎 𝙹𝚊𝚗𝚎𝚒𝚛𝚘/𝙱𝚛𝚊𝚜𝚒𝚕

Eu tinha uns 9 anos quando tive o primeiro episódio de sonambulismo. Meu pai conta que precisou me ajudar pra eu não me machucar enquanto enchia e tomava um copo cheio de água e perambulava por toda a casa. Enquanto dormia.

Desde então passei por uma centena de tratamentos. Caseiros, medicinais, remédios, auto-hipnose...

Tenho uma rotina pra dormir por isso.

Não mexer no celular, tentar me desligar do mundo e de todos os pensamentos possíveis, ter um horário certo, mas hoje... Meu horário já passou a muito tempo. Minha mente continua trabalhando, meu corpo continua fervilhando e nem se eu tentasse com todas as minhas forças conseguiria dormir.

Porque acordei hoje de manhã e tava na cama do Gabriel.

Como eu cheguei lá? Não faço a menor ideia.

Não sei se sei lá... Passei por outro lugar antes, se desci as escadas ou se abri a geladeira e bebi água sozinha... Só sei que quando acordei eu tava de conchinha com ele. Debaixo do cobertor do cara. Com o corpo dele colado no meu.

Juro que meu primeiro pensamento foi sair correndo. Juro. Só que... Fiquei quieta. Daí ele acordou, se mexeu na cama, levantou, me pegou no colo e me levou de volta pro meu quarto.

Como se não bastasse ainda passou um tempinho lá em pé... Olhando pra mim. E eu louca querendo enfiar minha cara no travesseiro pra soltar um gritão.

Tá maluco?!

Se isso aconteceu na noite passada a chance de já ter acontecido antes é imensa e é por isso que eu fico cobrando a porcaria da cópia da chave direto. Se eu conseguisse fechar a porta de chave e esconder ela em algum lugar a chance de me machucar descendo a escada era bem menor. Ou a chance de ir parar na cama dele.

Será que aconteceu o que? Eu mesma abri a porta? Ele escutou algum barulho e abriu a porta pra ver? Eu falei alguma coisa? Inteligível ou não? E aí o que? Deitei na cama dele como se fosse a minha?

MEU DEUS!

E se eu soltei alguma coisa muito muito muito constrangedora?

Isso seria a minha cara.

Quero morrer.

Todos esses questionamentos me levam sempre à mesma conclusão: levantar, fingir que tô sonâmbula e deitar na cama com ele.

𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐆𝐔𝐄𝐈𝐗𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora