— E essa aqui? — ele vestiu uma camisa branca larga de mangas curtas.
— Bonitinha. Mas prefiro a azul, ou a preta. — estiquei minhas pernas na cama.
— Se desse pra vestir as duas... — Gabriel revira os olhos. — Escolhe.
— A preta. — sorri e ele vestiu. — Caramba... — o olhei de cima à baixo, encantada.
— Que foi? Ficou horrível de repente? — o garoto gargalha.
— Cala a boca. Tá perfeito.
— Sei... — Gabriel começa à guardar as outras peças de roupa e depois procurar seu celular.
Vê-lo assim tão arrumado e cheiroso me faz querer que ele fique.
— Que amigo é esse? — perguntei na inocência.
— Ele se chama Alison. É de infância, mas tem um tempo que não nos víamos. — ele se aproximou e me deu um beijo na testa. — Você vai ficar bem? — sussurrou, acariciando meu rosto.
Eu podia dizer a verdade, ou o que devia ser verdade, mas em vez de falar qualquer coisa, o puxei pra perto e colei nossas bocas.
Com Gabriel por cima de mim, percebi que ele não tava resistindo quando sua língua foi mais rápida que a minha. Não sei bem o que senti, mas eu não queria mesmo que ele fosse embora.
— Não... — pedi quando ele se separou um pouco de mim.
— Rosa, o que houve? — Gabriel me olhou nos olhos e como sempre, ele me viu.
Enxergou diretamente a minha alma.
— Nada. Eu só não queria que você fosse. — respondi encarando o colchão.
— Por que? Tá se sentindo mal? — ele se desespera por um segundo.
— Não. — nego rapidamente. — Mas você tem que ir mesmo? Hoje?
— Como assim, hoje? Aniversário só acontece um dia no ano. — Gabriel ri, mas logo fica sério quando percebe que eu não fiz o mesmo. — Eu volto logo. Prometo.
— ...Tá bom. — assenti com incerteza antes de abraçá-lo.
— Vou trazer uns doces pra você. — ele comentou encostando nossos narizes, me fazendo sorrir de leve. — Tchau.
— Tchau. — murmurei vendo o garoto sair do cômodo.
Quando tive a certeza de que ele deixou apartamento, me afundei no cobertor e abracei seu travesseiro. Não pensei que me sentiria assim de novo, já que se passou um tempo.
Como a ansiedade só aumentava, resolvi ir pra cozinha preparar um chá. Quando ficou pronto, eu voltei pro quarto e abri o notebook, pra dar continuidade ao livro.
Aos poucos, a sensação ruim foi diminuindo. Mandei mensagem pra Thalita e tirei umas dúvidas. Ela é muito atenciosa e me respondeu pacientemente. Ao reler o capítulo mais de três vezes, fiquei aliviada pelas coisas estarem dando certo.
Uma hora e meia se passou, o pânico tomou posse do meu peito novamente. Fui pra sala e fiquei trocando de canal várias vezes, na tentativa de me distrair.
Parece até que eu tomei energético em vez de chá.
— Atende, atende... — torci ao ouvir o som da chamada ao telefone. — Porra, Gabriel.
Meu aborrecimento é tanto que eu quase jogo o aparelho na parede. O nó na minha garganta me incomodou tanto que eu não consegui não chorar. Sou muito fraca, vai se foder!
Meu celular tocou e não tinha um nome na tela, mas sim um número desconhecido.
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coração inválido [mount]
Fanfictiononde rosalinda gosta de escrever e gabriel gosta de viver.