Quando desci da bicicleta, me virei para o local e observei a entrada. Gabriel fez o mesmo segundos depois, colocando seu braço em volta dos meus ombros.
— Uma balada? Eu podia imaginar qualquer coisa, menos isso. — o olho.
— Não, não... — ele negou com a cabeça, juntamente com os dedos.
— Não? — perguntei, brincando.
— Não é uma simples balada. Um cara que eu conheço vai tocar e cantar aqui hoje. Ele é muito bom. — o garoto explicou, sua expressão garantindo nossa diversão.
— Tá bom. — concordo sorrindo, ele me beija na bochecha e puxa minha mão com delicadeza até a entrada.
Não demorou muito pra um casal cumprimentar Gabriel. Com a ajuda deles, nós entramos sem muita burocracia. A menina se apresentou como Triz e o cara como Thiago, mas praticamente todo mundo chamava ele de Calango.
— Rosalinda é um nome muito bonito. — Triz comentou quando eu disse.
— É mesmo. — Thiago afirmou, os dois abraçados um no outro.
— Brigada, mas eu não acho muito. — falei, um pouco impressionada com a quantidade de pessoas.
Mal dá pra ouvir o que as pessoas próximas à mim dizem. A conversa se estendeu, até que um homem sem camisa e com uma guitarra subiu no palco.
Todos aplaudiram e ele falou com o público.
— É ele. — Gabriel disse no meu ouvido e eu fiz sons de entendimento.
— Vamo lá pro meio, gente! — Triz e Calango gritaram empolgados, quando a música começou.
Não sabia o que fazer direito, então dei minha mão pra garota de olhos claros e ela me levou. Nos levou, no caso, já que eu estava de mãos dadas com Gabriel também.
No meio da multidão, a energia era tanta que eu não contive minha euforia. Dançamos à princípio apenas entre nós quatro, depois pessoas de fora entraram na roda e um tempo depois pareceu que tudo e todos tinham sumido.
Sobrando apenas eu e ele. A música ficou lenta e baixa, as luzes mudaram e eu me senti tranquila. Totalmente em paz.
Gabriel sorriu pra mim e nessa hora tomei um susto enorme, ao reparar no solo de guitarra que tocava não muito longe de nós. Pus as mãos nas orelhas instantaneamente e ele se acercou, perguntando se eu tava bem.
Comecei à gargalhar e respondi:
— Tá tudo bem!
— Eu tô com sede, e você?! — ele sorriu de novo e mexeu no cabelo, dando destaque à sua testa suada.
— Um pouco! — disse.
No mesmo instante, Triz me chamou gesticulando e eu me virei. Demos as mãos e giramos enquanto dávamos altas risadas. Pude ouvir Thiago comentar algo sobre ficarmos tontas, mas só fui dar atenção à isso um pouco tarde.
Porque eu já tava tonta.
Começo à procurar Gabriel, minha ansiedade e pânico aumentando à cada segundo que passa. Andei desequilibrada entre as pessoas, esbarrando em algumas e deixando outras confusas. Chamo pelo nome do garoto em voz baixa, sem raciocinar direito.
Acabou que não achei nem mesmo o casal que estava conosco. Onde podem ter ido? Será que eu andei demais? Por que eu tô entrando em desespero?
Fechei os olhos e senti meu corpo cair por cima de alguém.
— Ei, tá louca?! — uma voz grossa resmungou. — Garota...
— O que aconteceu com ela? — tentei ficar em pé direito ao ver o rosto de gente desconhecida.
— Sei lá. — o homem respondeu.
— Eu... — me recuperei um pouco, mas não o suficiente pra continuar aproveitando a festa.
Minha garganta formou um nó e a primeira lágrima desceu.
— Rosa! — finalmente eu o vi. Gabriel se aproximou e me tomou em seus braços. — Podem deixar. — ele falou com os dois indivíduos que me "resgataram". — Rosa, o que aconteceu? — pôs à mão em meu rosto e perguntou de forma protetora.
Não consegui responder, então apenas o abracei. Ele beijou o topo da minha cabeça e tudo voltou à parecer como anteriormente.
Ficamos sozinhos.
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coração inválido [mount]
Fiksi Penggemaronde rosalinda gosta de escrever e gabriel gosta de viver.