Hipócrita

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Assim que Regina entrou em sua casa, fez uma careta ao ouvir a voz de Maleficent

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Assim que Regina entrou em sua casa, fez uma careta ao ouvir a voz de Maleficent. Ela sabia o que estava por vim, e a animação em sua voz, provavelmente daria lugar a raiva.

Mas se isso significava fazer parte da criação de sua filha, ela enfrentaria a briga que estava por vim. Se ter uma grande briga — e o provável fim de seu casamento — significava ter sua filha ao seu lado, então que fosse.

Regina ainda sorria só de pensar nisso.

Ela era mãe. Mãe de uma menininha de olhos verdes âmbar e cabelos escuros iguais ao dela. Uma menininha que tinha a voz mais doce angelical que ela já ouvira. Uma menininha que, mesmo sem conhecer pessoalmente, ela já amava com todo seu ser.

— Regina! — Maleficent sorriu animada do sofá, assim que ela entrou na sala. — Eu encontrei o piso perfeito para a cozinha!

A morena suspirou, fazendo uma careta.

Há algumas semanas atrás, Maleficent simplesmente decidira que não gostava mais do piso da cozinha. Ela passara semanas olhando revistas e catálogos tentando encontrar o piso perfeito. E agora, que ela parecia tão animada e feliz, Regina iria estragar isso.

— Mal... — A morena suspirou, tentando chamar sua atenção. Mas ela continuava tagarelando. — Maleficent!

A loira parou e olhou confusa para ela.

— O que?!

— Nós... nós precisamos conversar.

Ela ficou cautelosa.

— Ok... — Estreitou os olhos levemente, tirando as revistas de seu colo e colocando empilhadas na mesinha de centro. — Algo aconteceu...? Você fez algum investimento ruim e está sem dinheiro? Nós podemos resolver isso.

— Não. Não. Não é isso. É que... — Fechou os olhos, tentando pensar em uma maneira de iniciar essa conversa. — Eu... hmmmmm... Mal, você se lembra quando tivemos aquela... aquela crise no nosso casamento?

— Sei... — Disse cautelosa, o olhando pelo canto do olho. — Por que você está trazendo isso agora? Pensei que tínhamos superado isso.

— E superamos. — Suspirou. — Deus, superamos isso há muito tempo. Mas... mas eu também... eu também tive um caso. Tive caso um pouco antes de começarmos a terapia de casal.

Maleficent abaixou o olhar.

— Eu... hmmmmm... uau... quer dizer isso é...eu não tenho nem ideia do que dizer agora. — Disse dando um risada seca. — Quer dizer, hãããnnn... quanto tempo... quanto tempo isso durou?

Regina passou a mão pelo rosto, a encarando nos olhos.

— Dois anos.

— Uau... quer dizer... uau. — Maleficent soltou outra risada. — O meu caso só durou alguns meses mas... certo... certo. — Então franziu as sobrancelhas, o olhando. — Por que você está me contando isso agora, Regina? A culpa bateu ou o que? Quer que eu te perdoe como você me perdoou?

— Não. Deus, não. Por que, provavelmente, o que eu vou dizer agora não merece perdão.

Maleficent ficou confusa.

— Eu...Eu a reencontrei. — Regina disse. — Faz um tempo e...

— E o que? Vocês transaram de novo? É isso?

— Não. Não transamos, mas... Maleficent, eu te peço... — Colocou uma mão sobre o peito. — Direcione sua raiva para mim e apenas pra mim.

— Eu não estou com raiva... — Disse lentamente. — Pelo menos não ainda...

— Eu a abandonei quando você ficou grávida.

— Certo... — Maleficent abaixou a cabeça. Falar da gravidez ainda a deixava desconfortável, mesmo após anos.

— Mas... mas ela também estava grávida. — Suspirou. — Eu descobri ontem à tarde e eu... eu tenho uma filha de três anos, Maleficent.

Um clima tenso ficou no ar e Regina esperou por qualquer coisa. Um grito, um tapa ou até mesmo que ela jogasse o vaso de cristal caro que estava encima da mesa de centro. Mas nada veio.

— Eu... Mal, eu preciso que você diga alguma coisa.

— O que você quer que eu diga? — Soou fria como gelo. — Você quer que eu diga que estou com raiva? Porque eu estou. Você quer que eu diga que quero lhe esganar com as minhas próprias mãos? Porque eu quero! — Disse, sua voz aumentando a cada palavra. — Sua hipócrita filha da mãe!

— Eu... eu sei que eu sou. Mas, Maleficent...

— Não, agora é minha vez de falar! — Gritou raivosa, levantando o dedo indicador. — Você teve um caso por dois anos! Dois malditos anos fodendo outra mulher?! Dois malditos anos com brigas na terapia pra no final do dia você achar conforto e prazer nos braços de outra?! — Exclamou alto e Regina fez uma careta. — E o que você quer de mim agora, hein?! Você chega aqui e diz que teve uma filha bastarda com a sua amantezinha e o que você quer?! Quer que eu aceite a bastarda da sua filha na minha vida, na minha casa de braços abertos?! — Berrou, abanando os braços.

Regina fechou a cara.

— Não ouse falar da minha filha desse jeito!

— Por que?! A verdade dói? — Levantou as sobrancelhas, colocando as mãos no quadril. — Pois é a verdade! Ela é uma bastarda! Fruto de uma maldita traição! E eu sei que também tive uma parcela de culpa quando eu te traí, mas estávamos nos resolvendo!

— Maleficent...

— Quantas vezes, Regina, quantas vezes eu perguntei se você estava tendo o caso e você negava! Negava! Negava! Negava! — Passou as mãos nervosamente pelo cabelo. — Você negou o tempo todo! Você é a porra de uma hipócritaaaaaaa!

— Maleficent...

— O que?! O que mais você tem pra dizer, sua desgraçada?!

— A mãe dela...

— Oh, certo. A amante. — Disse debochada. — O que?! Você quer ela perto também?! Vão tentar bancar a família feliz e tradicional! Porque de tradicional não tem nada...

— MALEFICENT! — Berrou, fazendo a mulher o encarar e cruzar os braços, sua boca fina em uma linha reta. — A mãe dela... Dra.Swan é a mãe dela. Dra.Emma Swan é a mãe da Madelyn.Você querendo ou não, eu vou ser presente para minha filha! Mesmo que nosso casamento tenha que terminar por isso!

Regina tinha certeza, se um olhar pudesse matar, ela teria caído morta bem no meio daquela sala, porque o olhar que Maleficent lhe lançou... ela nunca recebeu aquele olhar em toda sua vida.

— Sai daqui.

— Maleficent.

— Sai daqui. — Disse e em um movimento rápido, pegou o vaso de cristal na mesa de centro.

Regina levantou um braço em sua direção, em uma forma de se proteger caso ela tentasse alguma coisa.

— SAI DAQUI AGORA! — Berrou e então jogou o vaso na parede ao seu lado, a fazendo pular em susto. -AGORAAAAAAAAAAA!

Rápido como o Flash, Regina pegou seu casaco e saiu em disparada em direção a porta, fazendo uma careta quando ouviu outro berro de Maleficent. Isso não havia saído como ela tinha planejado.

Consequences - SwanqueenOnde histórias criam vida. Descubra agora