Cartas | Kepa Arrizabalaga

Recepção

Jorginho se levantou antes de Kepa e achou graça ao vê-lo dormindo com a boca aberta. Ele saiu do quarto silenciosamente e foi até a cozinha para preparar o café da manhã.

— Alguém acordou com fome — o goleiro o abraçou por trás.

— Tenho uma ótima notícia! Estamos de folga pelos próximos dois dias.

— O que acha de chamarmos o Saúl para um churrasco no fim da tarde?

— Boa ideia! — Jorginho pegou as fatias de pão na torradeira e começou a montar os pratos para os dois comerem. — Vamos ao mercado depois do almoço. Como quer o bacon?

— Meio tostado, diferente disso aqui — Kepa deu um tapa nas nádegas do mais baixo e riu. — Por que está me olhando assim? Só estou retribuindo o que você fez durante o treino de ontem.

— Vai ter volta — o meia se sentou à mesa e serviu um copo de suco. — Quer caminhar por aí depois do café da manhã?

— Leu a minha mente? — o espanhol sorriu. — Eu ia te chamar para andarmos de bicicleta, mas dá no mesmo.

— Você e as bicicletas... — o outro meneou a cabeça e riu. — Me passe a manteiga, por favor.

Depois do café da manhã os dois fizeram uma longa caminhada pelo Chelsea Harbour. O dia estava ensolarado e a temperatura mais elevada os deixou mais confortáveis.

— Dias como hoje são ótimos para ir à praia — Jorginho comentou. — É uma pena não podermos ir sempre.

— Como amanhã estamos de folga, podemos sair bem cedo e ir para Brighton — Kepa sugeriu ao amarrar o cadarço do tênis novamente. — Eu costumava dirigir até lá quando tinha um dia livre... fica a uma hora e meia de carro.

— Então vamos fazer isso! — o mais velho olhou para a margem do rio e voltou a andar. — Você ia para lá quando queria se desligar de tudo?

— Sim. Eu ia à praia pela manhã, procurava um restaurante para almoçar e depois passava a tarde no Brighton Palace Pier.

— Quero conhecer! —Jorginho ficou animado e fez uma pausa para recuperar o fôlego. — Já que você falou em almoço... o que acha de comermos ali? — ele apontou para um pequeno estabelecimento em meio a duas lojas de doces e o mais alto concordou.

Eles terminaram de comer e foram para casa. Tomaram banho e se deitaram nos sofás da sala. Kepa ligou o videogame e pegou um controle.

— Quer jogar comigo? — o espanhol estendeu o segundo controle para o outro, que aceitou. — Quem perder fica responsável por assar a carne.

— Não vou cair nessa de novo. Você sempre faz essas apostas malucas porque sabe que eu vou perder — Jorginho colocou o controle sobre a mesa de centro e cruzou os braços.

— Então vamos jogar sem nenhuma aposta, mas saiba que aqui você é o especialista em churrasco.

— Tudo bem, eu cuido da carne — o meia se rendeu e iniciou o jogo. — Se você me zoar...

— Prometo que não vou fazer isso — o espanhol sorriu ladino e voltou a atenção para a tela, roubando a posição do mais velho no jogo de corrida. — Acho que eu vou ganhar essa.

— Não tão rápido, Arrizabalaga — Jorginho deixou os carros lado a lado e riu ao fazer com que o veículo do outro capotasse. — Que pena...

— Precisava forçar o meu pobre carro a sair da pista? — Kepa ficou desapontado e o encarou.

Depois de mais duas partidas, os dois foram para o mercado e compraram tudo para o churrasco. Eles resolveram convidar o time e quase todos os jogadores confirmaram presença.