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Enquanto se arrumava para aquele grande evento na sua vida, lembrou da conversa que teve com sua mãe na noite passada, e reconheceu para si mesma que não amava o namorado o suficiente, para um compromisso de uma vida inteira juntos.

"Sua vida!... Não deixe que outros decidam o caminho, que quem vai viver é você." "Não viva uma mentira pelos outros. No final ninguém liga." Victória aconselhava Paula como se soubesse o que filha vinha vivendo internamente.


Henrique, resolveu procurar pela filha, enquanto Victória dava um jeito em Mariana e sua amiga, mas as duas já sorriam como se nada tivesse acontecido.

Depois de dar um sermão na filha, ela saiu do quarto de Mariana e encontrou Henrique vermelho de ódio com uma carta na mão. Ao ler a carta com um pedido de desculpas da filha, para os pais e noivo, ela esboçou um sorriso de alívio.

Mercedes, também subiu para o andar de cima, e ao ouvir Henrique esbravejar, por Paula ter fugido, quase infartou. Segundo ela, sua família seria o assunto mais falado entre suas amigas.

...

- Posso ficar aqui? – Paula perguntou para Otávio, assim que ele abriu a porta do apartamento.

Foi para um lugar onde sabia que ninguém pensaria em procurar, e também não seria necessário usar nem um cartão de credito. Já que esse mostraria onde ela estava.

Ele a olhou ainda vestida de noiva e ficou confuso. "Ela não deveria estar casando?", se questionava em silêncio.

- Vai me deixar entrar ou não? – Ela insistiu.

- Eh... claro! – Abriu espaço para ela entrar com seu longo vestindo branco.

- Otávio, preciso de um favor... – Jerônimo apareceu na sala e se surpreendeu com a presença da bela jovem, vestida de noiva. – Eh... Olá! – Franziu a testa e a cumprimentou. Olhava para ela, e estava encantado com sua beleza. Era tão bonita quanto sua mãe, ele pensava.

- Olá! – Ela respondeu e se deixou cair no sofá como se não se importasse com a presença dos dois olhando para ela.

- E então, o que aconteceu? - Jerônimo se aproximou de Otávio, e perguntou quase num sussurro.

- Sei o mesmo que tu! – De longe os dois olhavam para ela sentada no sofá.

- Você quer alguma coisa? – Jerônimo ofereceu.

- Não, obrigada! – Sorriu para eles.

- É... – Realmente não sabia o que falar.

- Não vou ficar muito... – Respirou fundo. - Eu só preciso de um tempo. – Ela avisou antes que ele fizesse mais alguma pergunta.

- Sei... – Olhou ainda mais confuso para Jerônimo.

- Quer descansar no quarto? – Jerônimo ofereceu. Também não sabia muito bem o que fazer diante da situação. Nunca teve que lidar com nem uma mulher vestida de noiva.

- Não quero incomodar.

- Tem o quarto de Martin, ele só vem no final de semana que vem.

- Onde fica? – Levantou e seguiu rumo a um corredor que dava acesso a área intima antes mesmo que eles a levassem.


- E agora? – Otávio perguntou assim que ouviu ela fechar a porta.

- Talvez deva ligar para a mãe dela e avisar.

- Ela quer ficar só. – Era pratico como costumava ser seus clientes.

- E sua namorada é a mãe dela. Deve estar preocupada. – Bateu no seu ombro como um cumprimento. – Com ela você não pode agir como se ela fosse uma cliente.

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora