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A caminho de casa ele explicou que também foi pego de surpresa, e não fazia ideia do que ela queria, mas mesmo com a sinceridade que ele demonstrava, Victória voltou pensativa sobre o pouco que ouviu, e por mais que tentasse não se martirizar, a insegurança e medo de perde-lo a atormentava.

- No que está pensando? – Ele chamou sua atenção.

- Em nada importante. – O olhou o avaliando.

Otávio sabia bem o que estava passando por sua cabeça, mas não podia fazer muita coisa, ela teria que confiar nele.

...

Do mesmo jeito que Patrícia apareceu, ela também sumiu. A semana chegou ao fim e não ouviram mais falar dela.

Por mais que fosse a primeira vez de Otávio dividindo uma casa com uma mulher e mais duas jovens, e de Victória ter saído a menos de um ano de um casamento de quase 20 anos com duas filhas, os dois pareciam se entender bem.

Otávio como um homem de palavra, sempre dava seu lugar a ela e a respeitava, e ela procurava não ser a mesma mulher que foi com Henrique. Dessa vez ela trabalhava fora, e dividia seu tempo com ele, as filhas e o trabalho. Também fez questão de ter responsabilidade com as contas da casa, mesmo ele não querendo, foi obrigado a aceitar essa regra imposta. Ela já havia aceitado morar na casa dele, e chegava com mais três pessoas, contando com Carlota, e não queria ser uma carga para ele. Sem falar em Henrique, que deu um show quando soube que suas filhas e ela estavam morando com ele.

...

- E como sua mãe está?

Henrique almoçava com as filhas em um restaurante no centro da cidade, já que Mariana ainda não queria pisar no apartamento de Tatiana.

- Pai?... – Paula não gostava quando ele perguntava dela.

- Ela está muito bem! Otávio tem nos surpreendido. – Mariana respondeu petulante, enquanto mexia a comida no seu prato.

Ela tinha aceitado se encontrar com o pai uma vez na semana, mas ainda não tinha aceitado o que ele fez com elas.

- Verdade? – Surpreso.

- Sim! – Paula se viu obrigada a concordar.

- Fico feliz por ela.

- Mesmo? – Mariana sorriu. – Pois não parece.

- Mariana? – Paula a repreendeu.

- Deixa ela filha. Ainda está chateada. E com razão. – Olhou para Mariana. – Fiz tudo errado. – Bebeu um gole de sua bebida. –

- Fez mesmo! – Ela concordou, e Paula revirou os olhos ciente de que não podia conter Mariana.

- E vocês vão para casa comigo!? – Ele sempre convidava. Tinha esperança que um dia teria as duas com ele novamente.

- Não! – Mariana respondeu.

- É que temos um compromisso. – Paula emendou rapidamente. Evitava o máximo deixa-lo triste.

- Sim! Hoje é dia de pizza.

- Entendo! – Lembrou que quando elas eram crianças também tinham um dia para coisas bobas do tipo. Mas com o tempo ele foi deixando de estar presente nesses momentos.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Tatiana aproveitava que Henrique estava com as filhas e saiu com Valéria. Não aguentava mais ficar tanto tempo em casa, ou na casa de Geraldo. Um dos poucos lugares que Henrique ia e não ficava com uma cara de desgosto.

- Tatiana você tem que se impor.

- Eu sei Val... mas se coloca no meu lugar. Já foi uma luta para ele me assumir. Se fosse você e Otávio, ia obriga-lo a ter um filho, mesmo que ele não quisesse?

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora