VICTÓRIA

FIM!

- O quê? - Os dois, com a cabeça latejando de dor, olharam para Mariana, visivelmente surpresos e desconcertados.

- Isso mesmo! - Mariana prosseguiu sem hesitar. - Vocês não se amam, e essa falta de amor está matando minha irmã. - Olhou fixamente para cada um deles. - E, para ser honesta, acho que vocês se merecem. Mas estou aqui por causa dela, só por causa dela.

Mariana contou sobre o comportamento preocupante de Vivian, deixando-os atônitos e em choque. Henrique e Tatiana se deram conta de que esses acidentes que a menina vinha provocando já duravam meses e estavam cada vez mais frequentes.

Ao encerrar, Mariana deixou claro que, se algo acontecesse com Vivian, a responsabilidade seria inteiramente deles. Em seguida, foi embora.

...

Se no sábado passaram parte do dia no hospital, no domingo, ninguém saiu de casa. Quando Mariana voltou da casa de Henrique e Tatiana, ela se juntou à sua mãe e Otávio. Juntos com as crianças, passaram o dia assistindo filmes infantis e comendo besteiras. Como o passeio para a fazenda terminou antes do previsto e Heitor estava cheio de manha, resolveram mimá-lo e atender a todas as suas vontades.

Dia seguinte,

- Mamãe, eu preciso ir ao banheiro!

Victória acabara de estacionar em frente ao prédio onde Otávio trabalhava. Ela e as crianças estavam dando uma carona para ele, que desde sexta-feira à noite estava sem carro.

- Agora? Não pode esperar mais um pouco? - Ela olhou a hora no relógio.

- Não posso! – Estrela se contorcia no banco de trás do carro. – Papai, posso usar o banheiro da sua sala?

- Claro que pode! - Sorriu para ela.

- Tá! – Estrela saiu do carro, bateu a porta e correu para dentro do prédio.

- Não demora! – Victória baixou o vidro e chamou, mas a filha já estava longe.

- Vamos! – Otávio disse, saindo do carro e abrindo a porta para ela.

- Não! Se eu sair daqui, eles vão chegar atrasados.

- Se não for, ela vai acabar conversando com todos os funcionários e não vai sair nunca desse escritório. - Ele lembrou da personalidade falante da filha, e ela, ciente disso, revirou os olhos. - Vem, filho! - Ele abriu a porta para Heitor, que, mesmo com o braço esquerdo imobilizado, não escapou da aula e estava com eles.

Otávio ajudou Heitor a sair e, ao se dirigirem para a porta principal do prédio, esbarraram em Valéria, que passava distraída.

- Oh, desculpe! - Valéria se desculpou ao esbarrar com eles. - Otávio! Há quanto tempo! - Ela sorriu assim que percebeu que era Otávio, e estendeu a mão para ele, antes de dar um abraço caloroso.

- Olá! - Otávio respondeu de maneira mais contida, notando o olhar de sua esposa. - Como vai?

- Eu vou bem! - Valéria se virou para Victória. - Bom dia, Victória.

- Bom dia, Valéria. - Victória respondeu com um sorriso gentil, embora quisesse afastar as mãos de Valéria de seu marido.

- Ah, parabéns pelo sucesso da sua empresa.. - Valéria também tinha visto seu rosto nos jornais e revistas. - E parabéns pela família também. - Ela olhou para Heitor, que tinha traços de ambos.

- Obrigada! - Otávio e Victória responderam.

- E você, como se chama? - Ela perguntou para Heitor, que a observava, sem desviar o olhar.

- Eu me chamo Heitor!

- Que nome bonito! E parece que você é um anjo. - disse ela, olhando para o braço dele que estava imobilizado.