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- E está com ciúmes. – Pegou o filho que brincava na cama, e sentou na poltrona enquanto o amamentava.

- Claro!... ele passa mais tempo com ela, que comigo. E ele com aquele jeito... bom, a Sra. conhece. – Paula se referia, ao bom humor. Ao jeito brincalhão, seu lado positivo e ativo. Seu jeito cavalheiro e exageradamente adorável.

- Meu amor, ele te ama.

- Mas e se ela conseguir conquista-lo?... já os vi conversando, e ela se mostra entender mais ele do que eu. – Paula tinha medo de que por seu pai, não o aceitar tão bem, mas o fato de ela ter mais dinheiro que ele, ser um empecilho.

Ela sabia que uma das coisas que o frustrava era o de não ter condições de leva-la onde ela estava acostumada a ir. Por mais liberal que ele fosse, Jerônimo jamais aceitaria que ela pagasse a conta.

- Você sabe que a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Podemos sim, escolher com quem vamos viver a vida, mas o amor. Esse sentimento que vem de dentro. Vem sem ser convidado ou planejado. Esse você e nem ninguém pode conter. Então, só nos resta torcer para que a pessoa que amamos, também nos ame na mesma medida. – Victória aconselhava enquanto seu olhar estava no seu pequeno nos seus braços. – Porque se ela não amar, ou se estiver amando outro, o amor desse não vai valer apena. Estará condenada a infelicidade.

- Eu o amo! – Entendia as palavras da sua mãe, mas se precisasse estava disposta a lutar por ele.

- Eu sei! – Victória assistia sua filha abandonar de vez a meninez, para se tornar uma mulher.


Paula não estava errada sobre a colega de Jerônimo, e seus instintos estavam 100% certos, mas Jerônimo jamais assumiria que as queixas da namorada tinham fundamento.

Deborah, era do mesmo nível social que Jerônimo, tiveram infância parecidas, e encontraram pelo caminho o mesmo tipo de dificuldade. E claro, que ela estando interessada no seu colega de trabalho, não deixaria de usar isso a seu favor, afinal, Paula era uma garota mimada e com tudo pronto para ela trilhar, enquanto ela e Jerônimo tinham que ralar, e ralar muito para terem uma vida digna.

E a princípio, Deborah estava certa em todos os alertas que deu para Jerônimo, mas ele era testemunha do quanto ela havia mudado, e testemunha do quão especial ela era.

Para ele já era tarde demais, e não importava o quão certa Deborah estivesse, ele como um romântico incurável, estava disposto a viver o amor, ao lado da sua princesa mimada.

...

Uma semana depois.

- Vão comigo ou vão ficar no carro? – Paula perguntou para Mariana e Elisa, que estavam com ela.

Elisa ia dormir na casa de Mariana, e Paula foi a responsável por pegar as duas na escola, mas antes passou no trabalho do seu namorado.

Mesmo sentindo que havia uma ameaça eminente trabalhando ao lado dele, ela se importava demais com ele, para deixar Silvia aprontar mais uma para cima dele, e veio para ter uma conversa séria com os dois.

Estava cansada da mãe de Martin, sugando seu namorado. Graças a ela, ele estava sempre com a corda no pescoço, mas dessa vez estava decidida a tomar as rédeas e ela mesma daria a resposta que Silvia merecia.

Silvia desde que conheceu Paula, e viu como Martin, a aceitou sem grandes transtornos, mudou radicalmente. Primeiro tentou uma reconciliação, mas ao ver que não tinha mais volta, encheu o filho de atividades extracurriculares. Tudo pago por Jerônimo, já que em segredo, ela jogava na sua cara a existência do filho que ela sempre assumiu não estar pronta para ter.

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora