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- Achamos que iam chegar mais cedo. – Paula comentou enquanto abraçava Otávio calorosamente, dando-lhe as boas-vindas. – Estava ficando preocupada. Ela, Jerônimo, Mariana e as crianças, já esperavam por eles em casa.

- Tivemos um contratempo no aeroporto. – Otávio respondeu, com um pequeno sorriso por ver sua família o esperando.

- É, Otávio encontrou uma de suas funcionárias no aeroporto. – Victória respondeu com um tom de voz que deixava claro seu descontentamento.

- Ela estava lá a trabalho. – Otávio acrescentou, observando sua esposa sorrir e dar toda a sua atenção aos três pequenos que a cercavam, implorando por seus presentes.

- Muito atenciosa. – Victória replicou, enquanto seus olhos não se desviavam das crianças.

Mariana, Paula e Jerônimo perceberam claramente o ciúme em seu comportamento e riram internamente. Afinal, eles sabiam que, apesar dos anos de convivência, Victória ainda era um mistério para Otávio.

- Se eu fosse você tomaria mais cuidado com suas interações profissionais, meu amigo. – Jerônimo com seu sorriso descontraído, se aproximou de Otávio. – Especialmente quando sua esposa estiver por perto. – Otávio olhou para ele como se reprovasse seus conselhos, mas sabia que havia um fundo de verdade neles. – Só estou falando.

Decidindo concentrar-se na alegria e animação das crianças, Otávio e Victória trocaram olhares silenciosos, concordando em deixar suas questões pessoais de lado. Sabiam que era importante aproveitar o momento com a família e resolver as questões entre eles em um momento mais apropriado. Agora, o foco era matar a saudade e garantir que a casa estivesse intacta, pois, apesar do amor que sentiam por seus filhos, os conheciam bem, e sabiam o que eram capazes de fazer.


- Está tudo bem? – Otávio foi até Victória, que estava sentada na sua cadeira de frente para sua penteadeira, cumprindo sua rotina de autocuidado antes de ir para a cama.

Otávio e Victória, ainda ficaram um bom tempo com sua família, e depois do jantar, subiram para o quarto.

- Sim! – Continuou a passar o hidratante em seu corpo.

- Verdade? – Questionou, olhando-a como se suspeitasse que suas palavras não eram verdadeiras. – Porque senti seu tom estranho quando falou de Laura.

- ... – Victória arqueou a sobrancelha e o olhou, séria, questionando a si mesma o motivo de ele mencionar Laura naquele momento.

- Meu amor... – Ele puxou sua poltrona e sentou-se de frente para ela. Tirou o pote de hidratante de suas mãos, a fazendo parar o que estava fazendo. – Você sabe que nos atrasamos por outra razão. – Ela o observou colocando creme nas próprias mãos, e em seguida sentiu suas mãos percorrerem por suas pernas até o alto de suas coxas, espalhando o hidratante.

- Eu sei!... – Sua voz refletia sua frustração.

- E então? – Seguiu com suas mãos passeando por suas pernas até os pés.

- Me desculpe... é que ver como ela é tão... tão...

- Ela só está fazendo o que é paga para fazer. – Desviou o olhar das pernas dela para o rosto dela.

- E você tinha que ser assim?...

- ... Ele franziu a testa sem entender.

- Desse jeito. Tão bonito, com essa voz, esse olhar... – Ele a ouvia e então sorriu alto. – Não ria... – Ela puxou o pé de suas mãos, levantou-se brava da cadeira e saiu de perto dele, mas foi puxada de volta e envolvida em um abraço com vários beijos.

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora