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Victória a viu sair, se olhou no espelho e mais uma vez sentiu se perder. Já sabia onde estava entrando, mas não esperava sentir o que estava experimentando naquele momento.

Depois do ocorrido no banheiro, ela não foi mais a mesma. Antes de se aproximar dele, tinha visto a mesma mulher do banheiro, conversando com ele.


Diferente de como esperavam que seria o fim da noite, ele se despedia dela na frente da sua casa.

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntou mais uma vez. Estranhava seu comportamento.

- Não!... – Negou também com a cabeça, e evitou olhar para ele.

- Não mente para mim, minha linda. – A tratava de forma carinhosa, e ela respirou fundo, pensando que ele também era assim com a outra.

- É melhor eu entrar. – Saiu do carro.

- O que houve. – Também saiu do carro e a segurou.

- Nada! – Ele levantou seu rosto para que lhe olhasse. Através de seus olhos, tentava ler sua mente.

Firme, ela segurou seu olhar no dele, que resignado, desistiu de lhe arrancar algo, mas antes de deixa-la ir, a beijou. Beijo que ela tentou não ceder, mas seu corpo traiçoeiro estava tão revoltado por saber que não seria dele naquela noite, que se entregou sem demora. Lhe beijou e o tocou como se fosse a última vez.

- Adeus, Otávio! – Ela falou no meio do beijo, o beijou mais uma vez, e entrou em casa.

...

Nos dias seguintes ela procurou evitar encontrar com ele. Não tinha gostado da sensação que sentiu depois de falar com Valéria, e não podia esquecer de quem ele era.

Otávio, até buscou por ela, mas Carlota sempre dizia que ela estava ocupada, e no hotel, ela não foi mais.

Mais uma vez pensou que talvez isso fosse o correto. Muito tempo com uma única pessoa, seu íntimo acusava.

Jerônimo e Camila, que não suportavam o mal humor dos dois nessa semana, até tentaram coloca-los na mesma sala, mas Victória conseguiu fugir, deixando Otávio ainda mais arisco. Nunca implorou pela companhia de uma mulher, e não seria agora que iria fazer. Resolveu tratar a situação de maneira fria.

Diante de todas essas novas sensações, a semana dela só não foi pior, porque dois, dos convidados de Otávio, naquele jantar, entraram em contato com ela, querendo saber mais de seus serviços. Segundo eles, tinha sido muito bem recomendada.

Ela inda pensou em negar, mas não podia se dar ao luxo de rejeitar uma provável fonte de renda. Aceitou o desafio, e mais uma vez deu o melhor de si. Dessa vez cuidou até da recepção. Naquela noite não era a convidada, como em tantas outras, estava ali trabalhando.

Ele também tinha sido convidado e foi surpreendido ao ser recebido por ela. Mas Otávio era um homem prático e sem reservas, a tratou como ela parecia querer ser tratada, como uma simples conhecida.

Ela fez seu trabalho e ora e outra, seus olhos a traiam e buscava por ele, que assim como ela, também se via de olho nela. Mal conseguiu se concentrar nas conversas a sua volta, ou nas mulheres que flertavam com ele sem cerimonias.

Os dois se mantiveram afastados um do outro todo o tempo, mas quando ela terminou seu trabalho na área social e seguiu para a cozinha para dar as últimas instruções, ele a seguiu e a tirou dali e a levou para seu carro.

Ela achou que fossem transar novamente no carro, mas para seu desgosto, ele a levou para aquele mesmo quarto de hotel.

Dez dias sem se encontrarem e mal conseguiam chegar no quarto, dentro do elevador ele ia lhe beijando e tocando em seu corpo com desejo de posse.

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora