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- Tudo bem? - Mantinha o tom sério e sisudo.

- Sim!

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- Sim!... E com o Sr.? – Era educada, mas mantinha um olhar distante dele. Havia algo nele que a fazia sentir-se diferente.

- Bem! – Ele também se aproximou do guarda-corpo em que ela estava apoiada, enquanto mantinha os olhos voltados para o lado de fora. – Se divertindo?

-... – Ela o olhou desconfiada. – Um pouco.

- Estou vendo! – Não negava o que via. – Mas não a culpo. - Levantou seu copo em um gesto de brinde, e ela sorriu novamente.

Ele, imponente e sério, e ela, doce e gentil, compartilhavam o mesmo espaço. Apesar das poucas palavras trocadas, os olhares compartilhados eram sinceros e diziam tudo por si só. A atração entre eles era evidente e mostrava o que ambos tentavam esconder.

- E Jerônimo? – Entre um assunto e outro, ela ia fugindo de algo mais íntimo.

- Trabalhando... e deixando a casa um caos.

- Não deve ser para tanto. – Ela sorriu ao lembrar das discussões deles sobre organização e crianças. Pelo que ouvira de Jerônimo, ele não parecia ter muito jeito com crianças.

Henrique, que os observava de longe, não demorou muito para se juntar a eles.

Ele se aproximou com uma expressão séria, demonstrando não gostar do que via, e retirou o cigarro das mãos dela.

- Sabe que detesto que fume. – Lhe repreendeu em voz baixa ignorando a presença de Otávio.

- Henrique, não é para tanto. – Otávio não gostou da forma como ele a tratou. – Nós dois sabemos que é impossível passar por esse tipo de jantar sem uma válvula de escape. – Ele também tirou do bolso uma carteira de cigarro e acendeu um.

- Não estou falando com o Sr. – Olhou para sua mulher.

- Henrique? – Agora foi a vez dela de repreendê-lo.

- O quê? Você não espera que eu trate bem o homem que está tentando me prejudicar? – Ela olhou para Otávio, questionando-se se, mais uma vez, estavam usando-a.

- Eu não preciso fazer nada para te prejudicar. As pessoas para quem oferece seus serviços, conseguem isso por conta própria. – Respondeu.

- Ah, sim? E o escritório que você está abrindo praticamente ao lado do meu?

- Era o que estava disponível para a venda. Além disso, a cidade não é sua, e meu escritório não é o único próximo ao seu. – Por alguma razão se justificava mais para ela que para ele.

- Não acredito em você! Vamos Victória. – Ele praticamente a arrastou dali. Ela ainda tentou entender o que estava acontecendo, mas tudo aconteceu tão rápido. Quando se deu conta, estava acompanhando seu marido.

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