28

240 18 4
                                    

Depois de algumas horas em trabalho de parto, o choro de Heitor foi ouvido por todos naquela sala, inclusive pelos pais que choravam emocionados.

Uma das enfermeiras o chamou e com cuidado deixou ele pegar o bebê no colo, e ali, enquanto seu filho gritava a todo pulmão e esperneava, mais lágrimas desciam em seu rosto. Nesse momento tudo fazia sentido.

Ele devolveu o bebê, foi até sua mulher que estava sendo cuidada por outros médicos.

- Ele é perfeito! – Beijou sua testa com carinho. – Eu te amo!


Henrique avisou as filhas da chegada do irmão, e assim que elas chegaram no hospital, se despediu e foi embora. Era certo que ali não tinha mais nada para ele.

Enquanto ela dormia, Otávio foi até uma joalheria e depois passou em uma floricultura. Sabia que nem um presente chegaria perto do que ela havia acabado de lhe dar, mas ainda assim queria mima-la.

Ele entrou no seu quarto, e ela e as filhas já conversavam enquanto ela amamentava Heitor, no seu colo.

Ficou a observá-las enquanto o tempo parecia ter parado e tudo o que existia era o amor. Era consciente de que todo o amor que ele podia dar, era deles. Era dela.

- Não vai babar! – Mariana debochou ao ver a cara de idiota que ele mantinha, enquanto segurava uma pequena caixa, e um buquê de rosas vermelhas.

- Deixa ele Mariana! Parabéns de novo, papai. – Paula e Mariana o felicitaram e o abraçaram novamente, e depois de algumas palavras, saíram do quarto.

Como um bobo ele continuou a lhe observar. Prestava atenção em tudo, até nos sons e cheiros. Gravava esse momento para nunca esquecer.

- Quanto tempo mais para o meu beijo? – Ela perguntou e olhou para ele.

Completamente apaixonado e ainda extasiado, ele foi até ela e beijou sua testa.

- Oi! – Olhou em seu rosto, com carinho. Examinava cada traço seu.

- Oi! – Sorriu adorável, para ele, que agora olhava para a coisinha rosa com cabelos negros, nos braços dela.

- Como se sente?

- Bem!... – Como ele, também tinha os olhos no pequeno no seu colo. – Já conheceu o seu filho?

- Sim! – Lhe observava dormir enquanto segurava o dedo dela. Era perfeito. – Obrigado! – Com muito custo, evitava chorar na sua frente.

- Não tem o que agradecer. O fizemos juntos. – Ela brincou.

- Como não?... Você é o que tenho de mais precioso. – Declarou encarando aquele rosto que tanto amava.

- Não devia me dizer essas coisas, assim do nada... – Ela falou com lágrimas descendo em seu rosto.

- É a verdade. – Secou suas lágrimas. – E agora me deu o melhor presente. Me deu mais uma razão para viver. – Segurou em seu rosto e beijou sua boca.

- Eu te amo, você sabe né!? – O olhava nos olhos.

- Eu sei!... Me perdoe por ter demorado a perceber que também te amava. – Sorriu ao lembrar de como tudo aconteceu. – Acho que te amei desde a primeira vez que te vi.


Ela e Heitor ainda ficariam mais 24h na maternidade sob observação, e ali, receberam as visitas de sua mãe, e amigas, de Camila e Helena, e até Elisa, que já era de casa, e também foi conhecer o irmão de sua amiga, assim que saíram da escola.

O quarto sempre cheio com aqueles os queriam bem, e repleto de presentes e flores. Presentes de amigos, clientes, funcionários, e para o desespero de Otávio, de Henrique.

VICTÓRIAOnde histórias criam vida. Descubra agora