Ficantes (parte 15)

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Jimin Pov on

- Não... não não não NÃO - bati incontáveis vezes no volante do carro, estava bravo, decepcionado, cheio de ódio e desespero, meus sentimentos estavam confusos e misturados, tudo estava uma bagunça, e a essa altura nem sei mais... - O que eu fiz?

Encostei minha testa no volante que acabara de descontar toda minha raiva, deixei as lágrimas quentes e ao mesmo tempo gélidas, escorrerem pelo meu rosto.

Sim... ele já estava cansado (meu rosto), eu estava cansado, todo o meu corpo gritava para que tudo isso acabasse logo.

Eu deveria desistir agora?

Em um ato desesperado e sôfrego, peguei meu celular e disquei para a pessoa a quem eu sempre recorria nos meus piores momentos.

Ligação on

??????: Alô? Min? - a voz do meu pai ecoando no meu ouvido, foi como um milhão de facas me esfaqueando nas costas, era como se eu tivesse falhado com ele, e ele era a primeira pessoa no mundo que eu não queria decepcionar.

Jimin: Appa... - não consegui ao menos tentar disfarçar que estava sofrendo.

Pai: Meu querido, o que houve? - sua voz preocupada não me tranquilizava nem um pouco.

Jimin: Appa... e-eu.. - nada saía, o que existia na minha garganta me apertava cada vez mais. Tampei minha boca com uma das mãos e me esforcei para abafar o choro, mas era uma missão impossível.

Pai: Se acalme, tá bom? Tente respirar fundo e depois soltar devagar, consegue fazer isso para mim? - em nenhum momento meu pai se alterou, apenas mantinha seu tom calmo e sereno.

Fiz o que ele pediu, com dificuldade, muita dificuldade, parecia que aquela sensação de existir um nó na minha garganta, já fazia parte de mim, e bem, ela sempre fez parte.

Pai: Isso, muito bem. Agora me conta o que está acontecendo?

Jimin: Eu fui uma pessoa ruim, magoei meus amigos, decepcionei meus fãs e... - travei novamente.

Pai: Não precisa colocar tudo para fora de uma vez só, no seu tempo, filho.

Jimin: Eu encontrei uma pessoa especial, Appa, ela era incrível, inteligente, linda, engraçada... - respirei fundo para finalizar. - ela era "aquela pessoa".

Meu pai ficou em silêncio por um tempo e depois me respondeu.

Pai: Por que ela "era"? Você não a segurou como eu lhe disse? - agora ele mostrava estar mais ansioso.

Jimin: Eu tentei, mas... estraguei tudo, ela foi embora e é tudo culpa minha. - me soltei do volante e me encostei no banco relaxando completamente meu corpo.

Pai: Não sei exatamente o que você fez, filho, mas de uma coisa eu posso lhe dizer com toda certeza, você não pode desistir. Se ela é mesmo "aquela pessoa", então você deve agarrá-la com todas as suas forças e ter a certeza de nunca mais machucá-la, assim ela nunca mais vai querer fugir.

Fechei os olhos nesse momento e suspirei fundo, é claro que ele diria isso.

Jimin: Mas o senhor não sabe mesmo o que eu fiz, ela nunca vai me perdoar.

Pai: Eu conheço o meu filho, apesar de estar dizendo que foi realmente sério, suas intenções não eram essas, não é?

Dessa vez eu fiquei em silêncio, meu pai era a única pessoa no mundo que me conhecia por dentro e por fora, era como se eu fosse completamente transparente aos olhos dele.

Imagines JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora