Me ajuda

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Oii meus amores! Tudo bem com vocês? Espero que curtam o quinquagésimo capítulo de " My dream come true".
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Vamos lá💌

Dallas, Texas🌍
22:21 pm ⏰
Lis Evans:

Já era tarde da noite, desde que saí do hospital andei sem rumo pela cidade. Estava totalmente desgovernada, eu havia perdido o rumo completamente. Precisava de ajuda...
Pego meu celular, alguém precisa me pôr na linha agora. Passo pelos diversos números, Cloe, Ren, Luka, Olívia, Lina, mas sinto que nenhum deles poderia me ajudar, não agora. Eles acariciariam minha cabeça, e tentariam me confortar, eu não quero isso. Quero uma pessoa sincera, uma pessoa que diga onde estou errando, e como posso mudar isso. Eu preciso dela, minha psicóloga. Aquela que eu abandonei por ser sincera demais, e principalmente por eu não aceitar a verdade.
Sua casa não era tão distante de onde eu estava, se tivesse sorte, ela ainda estaria acordada.
As ruas estavam silenciosas, mas minha mente uma bagunça. Era como se os meus famosos "divertidamentes" tivessem loucos.
Ver a pequena casa branca após um tempo de caminhada me causa um alívio enorme. Toco a campainha, desejando mais do que tudo ser atendida.
A imagem dela abrindo a porta me causa um alívio enorme.
- Lis? - diz estranhando minha presença.
- Me desculpa por isso mas... - abaixo a cabeça, notando que as malditas lágrimas iriam voltar de novo. - Eu preciso de ajuda.
Ela concorda imediatamente vendo minha situação. Um espaço é aberto e eu entro.
- Senta. - pede e eu faço. - Pode começar a falar, vou preparar um chá para você.
- E-eu nem sei por onde começar... - suspiro, tomo uma almofada para meu colo. - No começo, quando eu saí das sessões, tudo estava indo bem, consegui vencer minha timidez, tinha mais atitudes, me aproximei da minha mãe, conheci um cara incrível, e fiz amigos maravilhosos. Mas na primeira adversidade, eu caí, e como vidro eu me estilhacei. Eu me sinto como uma marionete, eu não sei agir por mim mesma, ao menos posso me manter no controle. Eu não como direito faz quase 2 anos, e só de pensar em comer sinto vontade de vomitar. Ver a minha vó morta no chão foi  sim o fato que desencadeou minha depressão e ansiedade. Eu não tenho confiança por conta das diversas vezes que escutei meu pai me ofendendo. Não me sinto uma boa amiga. Nem sei se sou uma pessoa boa. Eu sou muito orgulhosa, fraca demais, cabeça dura, e venho agido como uma bomba relógio. Eu estou infeliz, e com muito medo. O medo sempre me travou, agora mais do que nunca. E nesse exato momento, eu estou tão assustada apenas por pensar que a qualquer momento eu posso perder minha mãe. - falo tão rápido que quase perco o ar.
- Não era tão mais fácil? - indagou e eu não compreendo. - Desabafar ao invés de reprimir. - explica. - Você não voltou por que tinha medo de desabafar, ou talvez por não estar habituada a fazer isso. - estende uma xícara e eu pego, ainda estava quente.
- Você não é fraca, ao contrário é muito forte. - senta-se ao meu lado. -  Todos possuímos defeitos, e você tomou uma atitude muito corajosa, você decidiu não se contentar com eles. - afirma. - Sabe, o medo é um sentimento comum, o anormal é deixá-lo lhe dominar. Ele predomina principalmente quando sua cabeça está cercada de pensamentos negativos, o que custa ver o lado positivo das coisas, para que ser tão pessimista? - essa parte me acertou em cheio. - E não, você não é uma pessoa ou amiga horrível, afinal, se você fosse, nenhum deles estaria mais do seu lado, e eu muito menos tentaria te ajudar. - explica e eu fico pasma.
Como ela consegue?
- Vai demorar, mas o tempo é capaz de curar suas dores, se assim você permitir, mas primeiro, precisa se desprender ao passado, pois ele está prendendo o seu presente. - concluí e eu me vejo sem palavras.
- Então, topo ter sessões exclusivas a noite comigo? Te garanto fazer um bom chá. - sorri gentilmente, mas eu nego.
- Não posso te incomodar na sua hora de descanso. - concluí e ela me encara.
- Se fosse incomodar, nem mesmo a proposta eu teria feito. - responde. - Eu sei como meu escritório pode ser sufocante às vezes, principalmente pelos olhares julgadores de pessoas otárias, que se acham superiores. - sua forma de pensar me surpreende.
- Bom, então acho que deveria aceitar. - sorrio, com um pouco de dificuldade, as lágrimas secas grudaram na pele.
- Certo, mas por hoje, como sua doutora, te recomendo ir para casa, tomar um banho quente e comer um doce. Respira que amanhã é outro dia, chega de surtos por hoje. - nunca havia notado o quão descontraída ela era, isso a tornava mais legal ainda.
- Entendido. - tomo meu celular em mãos, chamando um uber.
- Qualquer coisa me liga, só pesquisar "bruxa do 71" que meu número aparece. - brinca e eu fico constrangida.
- Está salvo como "dra.Anne" para sua informação. - ponho a xícara em cima da mesinha, levantando após ver que meu uber chegaria logo. - Muito obrigada. - tento sorrir da melhor forma possível.
- Querida isso está horrível. - afirma sinceramente. - E outra, não chore mais, já estou vendo alguns traços de rugas. - faz uma expressão tenebrosa.
- Agradeço o chá, a recepção e o tapa na cara de tanta sinceridade, boa noite. - passo pela porta de madeira, vendo o automóvel a minha espera.
- Não há de que! - acena enquanto eu entro no carro.
- Posso começar a corrida? - indaga o motorista e eu concordo.
Minha mente está se reorganizando, e me sinto muito bem por ter conseguido dizer: "me ajuda"

My dream come true!Onde histórias criam vida. Descubra agora