28. aquele em que jamais vai me ter
— Quando acabar o treino você vai ter que me dar um beijo, o Malfoy vai estar aqui e ele precisa ver que eu não estou inventando.
Quinn falou para Jack Johnson enquanto terminava de amarrar suas luvas, o treino da Sonserina estava acabando, e assim a Grifinória entrava para o treino.
— Mas você está inventando, a história toda. — Jack respondeu. — Eu vou cobrar essa dívida e vai sair caro.
— Não importa, só faz o que eu estou pedindo.
— Qual é a sua com o Malfoy?
— Como assim? Eu odeio ele, ele me odeia, essa é a minha com o Malfoy.
— Se odiavam no passado, agora não conseguem ficar na mesma sala sem ter uma tensão sexual pairando no ar.
— Cala a boca, você não sabe de nada.
— Você é sempre assim? Toda vez que alguém joga uma verdade na sua cara você fica em negação?
Quinn ficou em silêncio, apenas refletindo no que Jack Johnson havia acabado de falar. Ela estava cansada do assunto Malfoy, mas mesmo assim não conseguia se livrar dele, e nem mesmo sabia se queria realmente se livrar. Observou a irmã mais nova se aproximando em cima da sua vassoura. Phoenix agora fazia parte da equipe da Sonserina, era artilheira assim como Quinn. O treino da mais nova havia acabado, indicando que da Grifinória começaria agora.
— E aí, Nymphadora! — Phoenix chamou a irmã. — Namorado novo? Esse é bonito pelo menos!
Quinn revirou os olhos enquanto Jack mandou um aceno para a ruiva. Quinn avistou a equipe se aproximando, e se levantou para começarem o treino. Harvey Malfoy se sentou mais afastado nas arquibancadas, ele não fazia mais parte da equipe, Robbie havia falado sério quando o castigou por fazer pouco caso dos treinos, colocou James Potter no lugar de apanhador, o mais novo estava se vangloriando em todos os cantos de Hogwarts, não poderiam escolher um apanhador melhor, estava em seu sangue.
O treino durou longas duas horas. Robbie Hargrove pegava pesado como capitã, estavam todos exaustos. Além de James Potter como apanhador, agora tinham Dominique Weasley como goleira, ela levava jeito com isso, definitivamente tinha puxado o tio Ron, já que o pai Bill nunca levou jeito com Quadribol.
Estavam todos exaustos, e assim que o treino acabou, Quinn foi em direção a Jack na arquibancada, ele parecia ter achado aquilo um tédio, mas teria que manter o teatro. Quinn o pegou de surpresa e selou os lábios, não aprofundou, mas durou o suficiente para deixar Harvey Malfoy vermelho de raiva, que saiu de perto em passos largos e brutos. Quinn sorriu satisfeita, enquanto Jack manteve a cara de tédio. Pelo menos um de seus alvos havia sido atingido.
~*~
Quinn caminhava com todo o cuidado pelos corredores de Hogwarts, estava doida pela torta de limão que não havia comido no jantar, não conseguiu dormir pensando na torta, então decidiu ir até a cozinha. Conhecia Hogwarts com a palma da mão, nem precisava do Mapa do Maroto, seu pai Fred Weasley sabia todos os lugares secretos do castelo, e havia ensinado os filhos com todos os detalhes possíveis.
Quinn estava quase chegando na cozinha, quando sentiu seu corpo ser puxado para dentro de uma sala, quase gritou, achando que poderia ser Filch. Mas quando virou e se deparou com o "sequestrador" preferiu que fosse realmente o Filch. Olhou em volta, estava em uma sala totalmente abandonada e bagunçada, cheia de artefatos do Quadribol para serem arrumados.
— Está me perseguindo? — Quinn perguntou.
— Estou de detenção, esqueceu? — Harvey respondeu.
Quinn mordeu o lábio inferior. Como poderia esquecer, aquela detenção era sua culpa.
— Está mesmo com o Johnson? Vi vocês dois mais cedo.
— Não que isso seja da sua conta, mas sim! — Quinn respondeu com um sorriso forçado.
— E você já foi para a cama com ele?
Quinn arregalou os olhos. Harvey não tinha um pingo de vergonha na cara.
— Que pergunta é essa? Não é da sua conta, novamente!
— Responde.
— Sim. — Quinn mentiu. — Inclusive foi maravilhoso.
Harvey se aproximou e apertou Quinn contra a parede. Mais uma vez ele tinha os olhos escuros ao invés de acinzentados.
— Não, não foi. — Harvey encostou os lábios no pescoço de Quinn, e então subiu para a orelha, sussurrando em seguida. — Ninguém sabe te tocar como eu.
As mãos rápidas de Harvey já estavam apertando a cintura e a coxa de Quinn. E ela já não respondia por si mesma. Estava em êxtase, todo o seu corpo falava sozinho, buscando por algo, e a resposta estava em sua frente. Não demorou para puxar Harvey e o beijar ferozmente, como quem queria mais. Estava tão fora de si que até começou a desabotoar a camiseta de Harvey, mas ele a impediu e encerrou o beijo, deixando Quinn confusa.
— Diga. — Harvey pediu.
— Dizer o que? Não direi nada.
— Diga as três palavras que queria que eu dissesse.
— Está de brincadeira?
— Não. Sete letras, três palavras. Diga e eu serei seu.
— Você está cortando o clima com essa conversa.
— Não consegue dizer? Você queria isto de mim.
— Harvey Malfoy, eu... — Quinn fez uma pausa refletindo no que diria. — Jamais direi essas palavras a você.
— Então, jamais vai me ter. — Harvey respondeu enquanto abotoava a camiseta. — Corri atrás de você muito tempo, hora de correr atrás de mim.
Harvey se virou e voltou a limpar aquela sala enorme. Quinn não tinha nenhuma reação e por ela ficaria parada estatística no mesmo lugar, mas tirou forças de onde não tinha para sair de lá o mais rápido possível. Ela se perguntava o porque não conseguiu dizer, talvez pela mesma razão que ele, não estavam preparados para isso. Mas principalmente porque Quinn não confiava em Harvey, nem um pouco.
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BASTARD LOVE | Harry Potter Nova Geração
RomanceAMOR BASTARDO • "Já ouviu aquele ditado trouxa que diz que o amor e o ódio caminham lado a lado?" Quinn Weasley, filha de Fred Weasley, tinha uma vida perfeita, seus únicos problemas eram o amor épico e impossível que sentia por Teddy Lupin, e seu ó...