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34. aquele com a pior palavra do mundo

 aquele com a pior palavra do mundo

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4 de janeiro de 2017

A melhora de Harvey durou vinte e quatro horas. Ele decaiu novamente quando recebeu uma ligação pela manhã do hospital, dizendo que sua mãe estava novamente com hemorragia cerebral e passaria por uma cirurgia, e que com a piora da perna dela, poderiam ter de amputar. Ele decaiu novamente e culpou os Malfoy por aquilo. Harvey não conhecia outra forma de afogar suas mágoas que não fosse aquela. Se afogou nas bebidas, fumou tantos baseados que tinha perdido as contas, e agora estava se arrumando para encontrar uma garota trouxa, que antigamente era sua vizinha quando moravam em Londres.

Harvey só não esperava que enquanto terminava de se arrumar, Quinn Weasley aparecia, entrando no seu quarto sem bater como havia feito antes.

— Quinn, você não pode vir aqui sem avisar. — Harvey disse, enquanto procurava uma camiseta.

Quinn olhou para Harvey e percebeu que ele tinha decaído novamente, ou estava começando a decair.

— Pensei que estava bem.

— Eu estou bem, agora preciso que vá embora, vou até o hospital visitar minha mãe. — Mentiu.

— Eu posso ir com você.

— Não dessa vez. Me espera aqui que te levo até embaixo.

Harvey entrou no banheiro e se olhou no espelho, certificando se não parecia tão ruim como estava, e também para espirrar perfume, já que não queria que Quinn sentisse o cheiro de bebida e maconha. Enquanto isso, Quinn foi até a estante e pegou o celular dele, queria tirar mais fotos, ainda estava impressionada com aquilo. Mas tinha algo de diferente na tela, e percebeu que era uma mensagem, como ele já havia explicado antes:

"Allison Harris
Pode vir, estou com saudades."

Quinn entendeu na hora o que aquilo significava. Olhou ao redor do quarto e encontrou na outra estante, baseados recém apagados, já que ainda soltavam fumaça. E embaixo da cama, uma garrafa vazia, que ela jurou ter visto inteira ontem. Suas orelhas esquentaram, e se sentiu extremamente burra. Harvey não tinha melhorado, e tinha enfiado toda a consideração no lixo, enquanto Quinn estava fazendo de tudo para mantê-lo bem.

— Como pode?

Quinn perguntou quando Harvey saiu do banheiro. Ele sentiu os músculos contraindo quando viu que ela estava com o celular em uma mão, a garrafa vazia na outra e próxima a estante com seus baseados.

— Estou fazendo de tudo para mantê-lo bem, e é desse jeito que me agradece? Mentindo?

— Não preciso da sua ajuda, pare de tentar bancar a namorada. — Harvey respondeu tirando o celular da mão dela.

Quinn sentiu os olhos marejarem, estava se tornando constante essa reação quando estava com ele. Não falou mais nada, nem sequer o olhou, apenas pegou a bolsa que tinha deixado pendurada no cabide e foi embora do Caldeirão Furado, se odiando por ter acreditado que Harvey poderia mudar por ela.

~*~

Mais tarde naquele dia, a campainha da casa de Quinn Weasley tocou, já que ela estava no sofá, tomando um grande pote de sorvete com sua irmã Phoenix, ela mesmo que abriu. E nem acreditou quando viu Harvey parado com um pequeno buquê de flores e a maior cara de pau do mundo.

— Desculpe, estraguei tudo. — Harvey disse, entregando o buquê para ela.

— É tarde demais, Harvey. Fiquei ao seu lado, mas não posso assistir você se destruir mais.

— Lucius e Draco me fizeram ficar assim.

— Ninguém tem culpa além de você mesmo! Eu acreditei em você, só você não acreditou. Eu só queria ficar com você, mas hoje quando me chamou de namorada, fez parecer que era a pior palavra do mundo.

— Quinn, por favor.

— Desculpe, mas pra mim chega.

Quinn respondeu e jogou o buquê nos pés de Harvey, logo fechando a porta na cara dele. Aquela havia sido uma difícil decisão para ela, mas estava cansada. Nada do que ela havia feito tinha sido reconhecido, e sentiu que já havia se humilhado demais por ele. Desde dizer que o amava e não ter uma resposta, até hoje mais cedo. Se ele não a queria, ela não iria insistir mais.

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