Capítulo 10: Veterinário.

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Steven se afastou de mim quando os outros voltaram para a sala. Me encolhi em um canto, vendo eles começarem a escolher os sabores da pizza na internet. Cada um deu a sua opinião e eu acabei dando a minha também quando todos olharam pra mim quando fiquei em silêncio. Observei Nicholas e Yuri abrindo um jogo na tv, enquanto as garotas se juntavam no chão com algumas revistas sendo soltas no chão ou na mesa de centro.

—Lina, vem cá. —Jane indicou que eu me sentasse ao lado dela.

Olhei para Steven antes de sequer pensar em me mover, vendo que ele estava me observando. Ele ergueu os olhos assim que eu o encarei e eu acabei desviando os olhos na mesma hora e descendo para o chão junto com Jane. Olhei por cima do ombro, querendo saber se ele estava me observando ainda. Mas Steven já estava pegando o controle de videogame e conversando com Bryan.

—Toma! —Yasmin me entregou uma revista e eu fiz uma careta. —A gente fica vendo essas revistas e falando mal da vida dos famosos.

—Sério? —Soltei uma risada, balançando a cabeça negativamente.

—É mais legal do que parece. —Ella deu de ombros, rindo. —Tipo esse ator famoso que é casado com uma mulher mais velha que o conhece desde que ele era criança. —Ella virou a revista e colocou o dedo sobre a foto de Aaron Taylor-Jonhson. —Será que ele traiu mesmo ela ou o povo só tá criando teoria doida?

—Eu acho que traiu. —Jane deu de ombros. —É a Joey King. Eu entenderia apesar de ser super errado.

Balancei a cabeça negativamente, achando aquela conversa engraçada e ao mesmo tempo estranha. Comecei a folhear a minha revista, vendo as últimas notícias que haviam saído.

—Argh! —Yasmin ergueu a revista dela e virou pra nós, mostrando uma matéria sobre uma patinadora artística. —Esse Edward tem cara de ser um grande babaca. Não sei porque a Grace ainda está com ele.

—Ele é gato. —Jane comentou, fazendo Yasmin soltar uma risada descrente.

—Mas é obviamente um babaca. Eu vejo as apresentações dela. O cara não parece interessado em nada e tem cara de arrogante. —Yasmin voltou a folhear a revista, com uma expressão descontente. —Espero que um dia ela largue ele e arrume um namorado melhor. Ela merece coisa melhor do que aquilo.

—Ei, olha essa! —Ella ergueu a revista dela e virou pra nós.

Não prestei atenção no que ela disse e no que mostrou, porque tinha parado em uma matéria na revista que estava nas minhas mãos. Era a matéria de um evento que havia acontecido em Iorque na noite de ontem, pra parabenizar pessoas que haviam feito grandes doações de dinheiro pra caridade. E pra minha total surpresa, entre as fotos do evento, estava a minha madrasta. Parecia feliz e bela, com um vestido brilhante, o rosto pintado de maquiagem e um sorriso imenso.

Meu estômago se revirou por inteiro e minha garganta se fechou quando a raiva borbulhou no meu sangue, junto com a vontade absurda de chorar pelo meu pai. Ela nem sequer estava fazendo questão de fingir para as pessoas. Estava agindo como se nada tivesse acontecido na vida dela.

—Lina? —Jane chamou, quando soltei a revista e atravessei a sala.

—Eu já volto. Só preciso...

Subi as escadas correndo, tropeçando nos meus próprios pés. Entrei no meu quarto e me tranquei no banheiro, afundando o rosto entre as mãos quando as lágrimas saíram sem permissão. Queria ir até a casa do meu pai e gritar com ela. Queria até mesmo bater nela por ser daquele jeito. Nunca tinha percebido o quanto eu odiava Leah até aquele momento.

—Lina? —Levei um susto quando Steven bateu na porta do banheiro. —Está tudo bem? Você saiu correndo e deixou todo mundo preocupado. Está passando mal? Comeu amendoim?

—O que? —Falei, limpando meu rosto para que ele não percebesse que eu estava chorando.

—Nic disse que você tem alergia a amendoim. Eu também tenho. Só estava checando. Você está bem? —Indagou, enquanto eu lavava o rosto na pia, puxando a toalha pendurada atrás da porta para me secar.

—Sim. Eu já vou sair. Só um segundo. —Pedi, respirando fundo.

Steven ficou em silêncio do outro lado e eu imaginei que ele teria ido embora. Mas quando abria a porta do banheiro, ele estava sentado na minha cama, passando a mão em Cruel que estava no seu colo, ronronando enquanto se esfregava no peito dele. O mesmo ergueu os olhos assim que me viu, abrindo um sorriso.

—Ei, tá viva, Cat! —Ele ficou de pé, ficando com o gato no colo. —Está tudo bem?

—Está. Você anda com esse gato pra cima e pra baixo, né? —Comentei, me aproximando para passar a mão em Cruel, enquanto Steven o mantinha no colo.

—Claro. Ele é meu filho, ué. —Ele deu de ombros e eu acabei rindo. —Se eu tivesse ido pra universidade, teria me tornado veterinário.

—E por que não foi?

—Te disse já, não era tão estudioso no colegial e tive uma família de merda. Minha mãe se casou um babaca e eu acabei saindo de casa porque não aguentava ele e minha mãe também não era uma santa. —Ele suspirou, erguendo os olhos para me observar. —E a sua família?

—Ah... —Meu coração despencou dentro do peito, enquanto eu engolia o nó que se formava na minha garganta. —Meus pais já faleceram. Tenho uma madrasta também. Mas... bem, ela é péssima.

—Credo, qual o problema dessa gente? O padrasto do Nic também era um babaca. —Steven afirmou, me deixando completamente confusa, porque achava que Karen era casada com o pai do Nic e não com outra pessoa. —O meu era um babaca e a sua também é. Será que todos são tão ruins assim?

—Deve existir algum padrasto incrível e alguma madrasta maravilhosa por aí. —Falei, dando de ombros, enquanto sentia meu coração ficar daquele jeito meio louco quando Steven não parou de me encarar, abrindo um sorriso com o canto dos lábios.

—Você quer... —Steven foi interrompido quando Ella gritou da sala que a pizza havia chegado. Ele soltou uma risada sem graça e balançou a cabeça negativamente. —Deixa pra lá.




Continua...

Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora