Steven Riley
Olhei a hora no meu celular, percebendo que Lina estava demorando demais para descer. Victor havia acabado de me matar no jogo e estava se gabando ao meu lado. Na verdade e sequer estava pensando no jogo e sim no jantar. Estava nervoso e agora começando a ficar ansioso também.
—Vamos jogar mais uma? —Victor indagou, pegando a latinha de coca cola na mesa de centro e dando um gole, antes de mexer nas configurações do jogo na tv.
Olhei a hora de novo, sentindo a frustração pesar nos meus ombros, não pela demora dela, mas pelo que eu precisava contar a ela. Queria que as coisas se resolvessem logo e tudo ficasse bem. Mas tinha certeza que isso estava longe de acontecer.
—Ei, acorda pra vida, Steven. —Victor murmurou, estalando os dedos na frente do meu rosto. Fiz uma careta pra ele, porque agora que os sons altos de tiros e explosões não ecoavam pela sala, sentia minha cabeça doer. —Vamos mais uma?
—Ah, melhor não. Vou ver se a Lina já está pronta, porque tenho uma reserva no restaurante e... —Fiquei de pé, caminhando em direção ao início das escadas. —Depois a gente joga. —Comecei a subir os degraus, parando quando vi as pernas dela no topo da escada. —Cat?
—O que foi? —Ouvi a voz de Victor, mas já tinha corrido escada a cima, vendo que ela estava caída no chão do corredor, com a mão na garganta enquanto tentava respeitar.
—Lina? Merda, Lina? —Fiquei de joelhos ao lado dela, sentindo meu coração disparar quando toquei o rosto dela e sentia a pele fria demais. Ela agarrou minha jaqueta, me encarando com os olhos arregalados enquanto a outra mão permanecia na garganta e ela tentava falar.
—Não... consigo... —Ela tossiu, virando pro lado e vomitando no meio do corredor. —Res... respirar... Steven...
—Lina? —Segurei o rosto dela quando ela apagou, fazendo meu sangue gelar. —Merda, Lina? —Ela abriu os olhos, arfando subitamente em busca de ar. —VICTOR?
—Puta merda! —Victor já estava vindo, tropeçando escada acima, pálido como uma folha em branco quando olhou pra ela. —O que tá acontecendo? Steven, o que tá havendo com ela?
—Reação alérgica. —Afirmei, sentindo minhas mãos tremerem de nervosismo ao ver que Lina estava tentando respirar, agarrando a própria garganta enquanto tossia. Segurei o braço dela, checando o pulso e vendo que estava rápido demais. Rápido demais para ser normal.
—Minha mochila no quarto. —Agarrei o braço de Victor, empurrando ele em direção ao corredor, fazendo ele tropeçar para desviar do vômito no chão. —Do lado da cama. Rápido, Victor! —Ele correu, fazendo o que eu mandei, enquanto eu segurava o rosto de Lina, virando-a de lado quando ela fez menção de vomitar de novo. —Vai ficar tudo bem, Cat. Eu vou te levar por hospital e vai ficar tudo bem.
Ela apagou de novo nos meus braços, fazendo meu coração doer de tão rápido que estava batendo quando chequei o pulso dela de novo. Victor saiu tropeçando do quarto, jogando a mochila pra mim antes de se abaixar no chão perto de nós dois. Abri minha mochila, despejando tudo que estava dentro nos degraus.
—Steven? —Victor se aproximou de Lina, antes de se afastar com uma expressão assustada. —Ela não tá respirando.
—Eu sei. Eu sei. —Repeti, achando a seringa de adrenalina no meio das coisas. Agarrei ela e me virei para Lina. —Segure o rosto dela.
Victor veio na mesma hora, segurando o rosto dela pra cima quando me afastei até as pernas dela, agarrando o elástico da calça de moletom que ela estava usando.
—O que você vai fazer? —Victor indagou quando abaixei a calça, virando-a um pouco até injetar o conteúdo da seringa na coxa dela. Soltei a seringa no chão, erguendo a calça de volta ao mesmo tempo que ela abria os olhos de novo, tossindo e puxando o ar com força.
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Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2
RomanceCatalina Scott não é a branca de neve, que come maçãs envenenadas e precisa que um príncipe encantado a salve. Mas quando sua madrasta a expulsa de casa logo após a morte do seu pai, alegando ter herdado tudo do marido, Catalina se vê obrigada a ir...