Steven pegou minha mala e desceu as escadas com ela, enquanto eu colocava minha mochilas nas costas e o seguia. Bryan e Yuri estavam jogados no sofá, observando nossos movimentos com curiosidade.
—Você está indo porque quer, ou o Steven está te sequestrando, Lina? —Bryan indagou, fazendo Yuri soltar uma risada ao lado dele. —Ele é meu amigo, mas eu chamaria a polícia pra você.
Abri um sorriso, balançando a cabeça negativamente.
—Nada de sequestros. Nós só vamos fazer uma viagem rápida e voltamos. —Dei de ombros, vendo os dois trocarem olhares.
—Se vocês querem ficar sozinhos pra namorar, é só falar, sabe? A gente sai de casa pra vocês aproveitarem. —Bryan murmurou com um tom inocente, enquanto Steven entrava de novo, depois de ter levado minha mala pro carro.
—Sutil, Bryan. Você é sempre tão sutil. —Steven afirmou, olhando pra ele com os olhos cerrados. —Nós só queremos um tempo sem olhar pra essa sua cara de chapado.
—Ei, não vem com isso de novo. —Bryan exclamou, enquanto Yuri caia na gargalhada. —Vocês sabem que eu não uso essas coisas!
—Usa sim. —Yuri retrucou, fazendo tanto eu como Steven começarmos a rir da expressão incrédula e descontente de Bryan.
—Vocês são uns idiotas!
—Você pode fazer piada com a gente, mas a gente não pode fazer piada com você? —Ergui as sobrancelhas, balançando a cabeça negativamente. —Isso se chama hipocrisia, Bryan.
—Vocês não tinham um avião pra pegar, não? Vão logo, vão. —Ele nos enxotou do casarão, enquanto Yuri ainda estava rindo no sofá.
Me sentei no banco do carro, encarando minhas próprias mãos, enquanto o desânimo pesava nos meus ombros. Steven se sentou no banco ao meu lado, trazendo a mão até as minhas e sorrindo pra mim quando o olhei.
—Nada de ficar triste, ok? Vamos passar o final de semana fora, Cat. Vamos aproveitar isso e esquecer de qualquer problema. —Afirmou, e mesmo com meu coração doendo, balancei a cabeça em concordância e consegui abrir um sorriso pra ele.
[...]
Fiz Steven assistir vários filmes comigo durante as horas dentro do avião, me sentindo muito mais leve depois de ter saído de Nova Iorque. Nunca havia saído daquela cidade sem meu pai estar junto, essa era a primeira vez. Também era minha primeira viagem com Steven e por mais que eu estivesse acabada por dentro, não queria transformar essa viagem em algo triste. Quero ter lembranças boas dela.
—Você já esteve no Colorado antes? —Indaguei, quando o avião estava prestes a pousar. Eu estava dolorida de ficar tanto tempo sentada e não via a hora de comer algo e dormir um pouco.
—Não. Sempre morei em Atlanta e então em Nova Iorque. Nada além desses dois lugares. —Steven se ajeitou na poltrona ao meu lado, soltando um bocejo adorável enquanto seu rosto parecia um pouco sonolento. —Quem sabe a gente não viaja pra fora do país da próxima vez?
—Eu certamente ia gostar disso. —Falei, sentindo meu coração errar algumas batidas quando Steven se inclinou e beijou meus lábios.
—Você falou com seu primo? —Indagou, enquanto eu puxava o celular para ver as mensagens.
—Falei. Ele vai vir buscar a gente, não se preocupe. —Olhei pela janela, observando o movimento do avião quando ele começou a descer para pousar. Já podia ver as montanhas cobertas de neve no horizonte, além da cidade abaixo delas.
Steven pegou nossas coisas assim que descemos do avião, segurando minha mão enquanto atravessávamos as portas do aeroporto. Vê-lo tão tranquilo ao meu lado, indo naquela viagem comigo pra não me deixar sozinha, me fazia ter certeza do quanto eu estava apaixonada por ele. Percebi que o amor pode ser um pouco assustador e era exatamente aquilo que eu estava sentindo.
—Vem, ele deve estar esperando já. —Afirmei, olhando ao redor quando passamos pelas portas, vendo todas as pessoas que aguardavam por ali. Não tinha muito contato com a maior parte da minha família por parte de mãe, mas haviam algumas poucas pessoas que eu ainda tinha alguma ligação.
—É aquele? —Steven indicou o rapaz perto de uma pilastra, segurando um cartaz escrito "Catalina Scott" em letras garrafais com vários desenhos de flores. Soltei uma risada, puxando Steven na direção dele.
—Ian? —Chamei, vendo o rapaz de pele negra balançando o cartas, enquanto olhava ao redor.
—Lina! —Ele se virou pra mim, erguendo as mãos pra cima e abrindo um sorriso enorme. —Você veio mesmo!
Soltei a mão de Steven, me aproximando de Ian quando ele abriu os braços e me agarrou, me apertando enquanto tirava meus pés do chão e me girava no ar, arrancando uma gargalhada de mim quando o abracei de volta.
—Eu não acreditei quando você mandou mensagem. —Ele segurou meu rosto, abrindo um sorriso enorme pra mim, antes de fazer um biquinho. —Sinto muito pelo seu pai, florzinha. Queria ter ido para o enterro, mas infelizmente não deu.
—Tudo bem. —Meu coração se apertou quando ele falou aquilo, porque a conversa de ontem ainda girava na minha cabeça. Me virei, indicando Steven. —Ian, esse é o Steven, meu namorado. Steven, meu primo Ian.
—É um prazer, Steven. Sempre soube que tatuados faziam a cara da Lina. —Ian afirmou, arrancando uma risada sincera de Steven. Mal sabia ele que eu havia feito uma tatuagem.
—Obrigada por nos receber. —Steven apertou a mão estendida de Ian, antes de me abraçar pela cintura e nós três seguirmos para a saída do aeroporto. —Lina disse que você é dono de um café.
—Ah, sim, um pequeno café com ar dos anos 80. —Ian murmurou animado. —Vou levar vocês lá. Tenho certeza que Lina vai querer te mostrar a cidade depois.
—Sim. —Abri um sorriso quando passamos pelas portas de saída para o estacionamento, onde eu pude sentir o ar acolhedor de Aspen. —Mas antes eu gostaria de ir levar flores pra minha mãe.
Steven apertou minha mão e beijou minha testa, enquanto Ian sorria ao observar nós dois. E eu não podia me sentir mais feliz por estar ali.
Continua...
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Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2
RomanceCatalina Scott não é a branca de neve, que come maçãs envenenadas e precisa que um príncipe encantado a salve. Mas quando sua madrasta a expulsa de casa logo após a morte do seu pai, alegando ter herdado tudo do marido, Catalina se vê obrigada a ir...