Aspen era uma cidade extremamente encantadora. Havia visitado aquela cidade algumas vezes quando era criança com a minha mãe, para ver meus avós. E então quando meu pai decidia visitar o túmulo dela. Era uma cidade bonita, ainda mais quando estávamos em plena temporada de neve. Mas infelizmente as ruas não estavam cobertas por ela como normalmente ficavam no final do ano.
—Sua mãe nasceu aqui? —Steven indagou, enquanto caminhávamos pela calçada e direção ao cemitério. Eu estava carregando um pequeno buquê de rosas brancas nas minhas mãos.
—Sim. Nasceu e cresceu em Aspen. Então foi pra universidade em Nova Iorque e conheceu meu pai. —Meu coração se apertou, mais abri um sorriso. —Meu pai sempre dizia que havia sido amor a primeira vista. Que ele a olhou e teve certeza que ela era o amor da vida dele.
—Você acredita em amor à primeira vista? —Indagou, me fazendo morder o lábio e pensar naquela pergunta.
—Acho que sim. Meu pai amou minha mãe de verdade, todos esses anos, mesmo depois de ela ter partido. Até mesmo quando se casou com Leah, ele ainda amava minha mãe e nunca deixou de falar dela com carinho e paixão. —Afirmei, sentindo as lágrimas se acumulando nos meus olhos. Mas não queria voltar a chorar. Já estava cansada de chorar e me sentir mal. —Você acredita?
—Talvez, não sei. —Steven olhou pra mim e sorriu. —As vezes eu me pergunto em que momento comecei a me apaixonar por você.
—E quando foi? —Meu coração disparou, porque fiquei subitamente ansiosa com aquela resposta.
—Conto se você me contar quando foi que você se apaixonou por mim. —Ele piscou pra mim, fazendo meu interior se contorcer em algo tão quente e bom. —Mas, sobre seus pais, gostaria de tê-los conhecido, Cat. Eles pareciam ser ótimas pessoas.
—Eles eram. —Meu sorriso se tornou trêmulo e hesitante. —Uma pena que eles não conseguiram viver o amor deles por muitos e muitos anos.
—Mas eles conseguiram, Cat. Você é a prova disso. —Ele tombou a cabeça de lado. —E tenho certeza que eles estão juntos agora, em um lugar muito melhor, sorrindo enquanto observavam você.
—Isso foi... —Soltei o ar com força, sentindo algo acolhedor entrar no meu coração. —Tão fofo.
Steven soltou uma risada, apertando nossas mãos entrelaçadas enquanto olhava pra mim com um sorriso tão bonito, que me fazia meu coração acelerar ainda mais.
—Eu só quero ver minha garota bem e feliz. —Ele se inclinou e me roubou um beijo. —Eu amo seus sorrisos, Cat. Ainda mais todos aqueles que você dá por causa de mim.
—Todos são por causa de você. —Falei, vendo o sorriso enorme que se abriu nos lábios dele. —Que isso não deixe seu ego ainda mais elevado do que já é. —Ele riu dessa vez e eu acabei dando de ombros. —Você... você já pensou em ter filhos?
—Isso é uma proposta? —Indagou, fazendo meu rosto ficar quente. —Porque se for nós podemos ir pro apartamento...
—Steven! —Grunhi, e ele soltou uma gargalhada que me fez morder o lábio para não sorrir também. Eu já deveria estar acostumada com aquilo. —Eu só estava curiosa.
—Tudo bem, Cat. —Ele ergueu as mãos como se estivesse se rendendo. —Eu só achei que deveria deixar claro que a mãe vai ser você. Agora ou no futuro.
—Ei, isso tá parecendo um pedido de casamento, cara. —Murmurei, soltando uma risada quando ele apertou minha bochecha.
Meu sorriso diminuiu quando chegamos ao cemitério e eu senti meu coração apertar. Tinha sido fácil até ali, porque tinha Steven para me deixar fora do ar por minutos, com seus sorrisos e beijos, além das nossas conversas que sempre me faziam bem.
—Tudo bem? —Steven soltou minha mão e abraçou minha cintura. —Estou aqui com você, Cat. Sempre vou estar.
—Eu sei. —Sussurrei, sentindo meu coração martelando no peito.
Eu sei, Steven, e é exatamente por isso que eu o amo. Você sempre esteve comigo, até nos meus momentos mais tristes. Você pode não ser o príncipe encantado que vai salvar a Branca de Neve da madrasta má no final das contas, mas é com você que eu quero ter meu felizes para sempre.
—Obrigada por estar aqui. —Falei, sentindo vontade de dizer todos aqueles pensamentos em voz alta. Mas aquele não era o lugar e nem o momento certo para nada disso. —Obrigada por ficar ao meu lado desde o início. Eu tive tanta sorte por ter conhecido você, Steven. Sou tão grata.
—Eu que agradeço, Cat. —Ele ficou de frente pra mim, tocando meu rosto e encostando a testa na minha. —Obrigada por me deixar entrar na sua vida. Por me deixar fazer parte dela. Você, Catalina Scott, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.
—E você foi a melhor coisa que aconteceu na minha. —Afirmei, pensando no quão sortuda eu era por ter ido parar naquele casarão. Por ter conhecido aquelas pessoas. Por ter conhecido Steven.
Ele sorriu pra mim, se inclinando para deixar um beijo de leve nos meus lábios, antes de entrarmos no cemitério, com nossas mãos se unindo e nossos dedos se entrelaçando. Caminhamos até o túmulo da minha mãe, que ficava ao lado do dos meus avós maternos. Não me sentia tão triste quanto antes. Era apenas um vazio dentro do meu peito, como se eu tivesse perdido algo que jamais encontraria de novo.
—Oi, mãe. —Me ajoelhei ali na frente, olhando para o nome dela marcado na lápide.
Evelyn Scott
—Sinto saudades. Todos os dias. —Afirmei, depositando o buquê na frente da lápide, sentindo as mãos de Steven nos meus ombros, tentando me passar todo conforto que eu precisava naquele momento. —Espero que você e o papai possam ser felizes agora, onde quer que estejam, juntos. Sempre vou amar vocês e pensar em vocês. E eu prometo que vou tentar ser a melhor pessoa nesse mundo esquisito. Vocês foram pais tão, mas tão maravilhosos. —Eu soltei um suspiro trêmulo, limpando as lágrimas das minhas bochechas. —Eu te amo. Pra sempre.
Continua...
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Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2
RomanceCatalina Scott não é a branca de neve, que come maçãs envenenadas e precisa que um príncipe encantado a salve. Mas quando sua madrasta a expulsa de casa logo após a morte do seu pai, alegando ter herdado tudo do marido, Catalina se vê obrigada a ir...