Eu e Steven saímos do metrô e pegamos outro que nos levava pra região do casarão, voltando a pé para casa depois. Quando falei sobre o carro, ele disse que voltava para pegar amanhã cedo, quando tudo estivesse mais calmo. Não sabia bem o que pensar sobre o que havia acontecido, mas não faríamos algo assim nunca mais.
—Você sabe quem era aquele cara? —Indagou, quando chegando a esquina do casarão.
—Não faço ideia. Não me lembro dele. —Balancei a cabeça, fazendo uma careta. —Jimmy era o único cara que entrava e saía lá de casa assim. E ele jamais chamaria minha madrasta pelo nome.
—Acha que ele era... —Steven coçou a garganta, me fazendo formar uma careta de nojo.
—Ela não tinha um caso, posso dar certeza a você. Ela ficava grudada no meu pai 24 horas por dia. Jamais saia sem ele. —Afirmei, porque não havia como desconfiar dela sabendo de como ela agia. —Ele pode ser alguém da empresa que era amigo do meu pai. Eu não sei. Não conhecia todo mundo de lá.
—Bom, ele não viu seu rosto, só o meu. —Ele deu de ombros e nos atravessamos o jardim do casarão. As luzes ainda estavam todas apagadas, me fazendo ter certeza que todos já haviam ido dormir. —Me manda as fotos depois. Vou ligar pra esses números pra checar. Vai que a gente acha algo interessante.
Olhei para a câmera ainda pendurada no meu pescoço, fazendo uma careta antes de sorrir e assentir. Entramos no casarão a passos lentos, vendo a luz da tv clareando parte do corredor. Caminhei até a entrada da sala, sorrindo de leve ao ver ao ver Nicholas sentado no sofá, dando mamadeira para Elisa, que estava quietinha no seu colo.
—Ei, vocês perderam a festa de pijama. —Murmurou baixinho assim que Steven parou do meu lado.
—Festa de pijama? —Ergui as sobrancelhas, vendo que haviam cobertos, travesseiros e pacotes de besteiras por todo lado da sala.
—Elisa estava a mil por hora algumas horas atrás, então... —Nicholas bochechou, parecendo cansado enquanto cuidava da irmãzinha.
—E os seus pais? —Indaguei, vendo ele abrir um sorriso, mesmo aparentando estar morrendo de sono.
—Eles já estão vindo. Achei justo eles aproveitarem a noite, já que quase não tem tempo um para o outro e eu também sempre tenho pouco tempo com ela. —Deu de ombros e eu vi Steven atravessar a sala e ir até ele quando Elisa não quis mais a mamadeira.
—Deixa ela comigo. Pode ir dormir. Você tá quase desmaiando aí. —Steven tirou ela de Nicholas. —Eu sempre vou dormir tarde por conta do estúdio. Eu espero eles chegarem.
Elisa parecia super acordada, já que começou a brincar com as tatuagens de Steven, soltando risadinhas. Nicholas murmurou alguma coisa que eu não entendi, antes de subir as escadas e ir se deitar. Eu também estava super acordada, porque toda a adrenalina das últimas horas ainda estava me deixando super ligada.
—Vou ajeitar a sala. —Falei, vendo Steven se sentar no sofá, brincando com Elisa, sem conseguir conter o sorriso que surgia nos meus lábios.
[...]
Dei um gole no meio café, sentindo vontade de voltar para cama. Havia ido dormir muito tarde ontem, depois do meu momento investigadora junto com Steven. Além de Elisa só ter sossegado quando os pais chegaram. Agora eu tinha que ir trabalhar praticamente desmaiando de sono. Mas não me arrependo de nada que fiz ontem a noite.
Fiz uma careta quando alguém bateu na porta, porque ainda era cedo demais pra alguém fazer uma visita e nem todo mundo havia acordado ainda. Caminhei até a mesma, arrastando minhas pantufas até abrir a porta da frente e fazer uma careta quando vi Bryan ali.
—Você perdeu sua chave? —Deixei a porta aberta e voltei para a cozinha. —Pensei que ainda estava dormindo lá em cima. Não vi ninguém saindo.
—Eu não perdi a chave, porque não tenho uma. —Bryan me seguiu até a cozinha. Só então olhei pra ele e percebi que havia algo de estranho no mesmo. —Eu não sou o Bryan. —Ergui as sobrancelhas e o rapaz que não era o Bryan soltou uma risadinha. —Brendan, irmão gêmeo do Bryan, é um prazer.
—Ah... —Fiz uma careta, olhando pra ele um pouco constrangida, porque não fazia ideia que Bryan tinha um irmão gêmeo. E eu havia dado as costas pra ele assim que abri a porta. —Irmão gêmeo, certo... oi.
—Você é nova aqui, né? —Ele se escorou na ilha da cozinha, me dando uma boa olhada que me fez exibir uma careta. Odiava quando faziam isso. —Nunca te vi aqui antes.
—Catalina. Mas pode me chamar de Lina. Eu aluguei um quarto aqui semana passada. —Esclareci, dando um gole no meu café, enquanto sentia meu rosto esquentar quando ele não desviou os olhos de mim, exibindo um sorrisinho na cara.
—Um nome esquisito pra uma garota bonita. —Murmurou, fazendo meu café se revirar no meu estômago.
—Obrigada por me elogiar, depois de se desfazer do meu nome. —Soltei, indo até a lava louça pra colocar as louças que havia sujado lá.
—Se desfazer das coisas é o que ele faz de melhor. —Olhei por cima do ombro, vendo Steven entrando na cozinha. —Bom dia, Cat. E... péssimo dia, Brendan.
Brendan revirou os olhos, comprimindo os lábios em desgosto.
—Você não se cansa de ser um idiota, Steven? Ter 500 tatuagens pelo corpo não faz de você melhor do que eu, sabia? —Brendan ergueu o queixo e eu comecei a perceber que aquele cara não era absolutamente nada parecido com o irmão gêmeo.
—E? —Steven parou ao meu lado, exibindo uma expressão risonha para Brendan. —Posso ser um idiota, mas pelo menos eu tenho amigos.
—Esses amigos? —Brendan gesticulou para o casarão, soltando uma risada descrente. —Prefiro morrer sozinho do que ser amigo desse tipo de gente.
Steven soltou uma risada e olhou pra mim, balançando a cabeça.
—A lata de lixo se perguntando porque ninguém quer ser amigo dela. —Murmurou, e eu acabei soltando uma risada que fez Brendan comprimir os lábios exibir uma careta.
—Já entendi. —Brendan olhou pra mim e revirou os olhos. —Tá se achando porque arrumou uma namoradinha. Pensa bem, gata, é bonita demais pra ele.
—Talvez você precise de óculos então. —Dei de ombros, desviando os olhos de Steven, enquanto meu coração disparava. Mas não ia deixá-lo se desfazer de Steven assim. —Porque ele é o cara mais bonito e incrível que eu já conheci.
Brendan soltou um barulho de incredulidade com a boca, enquanto revirava os olhos. Mas Steven estava olhando pra mim, sem sequer piscar, parecendo estar respirando muito rápido. Senti milhares de borboletas no meu estômago e me afastei dele, sentindo que iria me desfazer se continuasse ali.
Por sorte Nicholas desceu as escadas e entrou na cozinha, parando de andar quando viu Brendan bem ali. Os dois se olharam por alguns segundos, com uma certa tensão na sala.
—E aí, Jackson, como anda a família nova? —Brendan abriu um sorriso sarcástico.
—Muito bem. E o seu pai já saiu da cadeia? —Nicholas abriu um sorriso enorme, erguendo as sobrancelha, parecendo ter ganhado na loteria. —Estava pensado em fazer uma visitinha pra ele em breve. Tenho certeza que ele está morrendo de saudades de mim.
Continua...
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Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2
RomanceCatalina Scott não é a branca de neve, que come maçãs envenenadas e precisa que um príncipe encantado a salve. Mas quando sua madrasta a expulsa de casa logo após a morte do seu pai, alegando ter herdado tudo do marido, Catalina se vê obrigada a ir...