Capítulo 36: Você vai ver.

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Soltei uma risada, balançando a cabeça negativamente enquanto Steven balançava a cabeça positivamente, sorrindo pra mim como se eu fosse a pessoa mais inocente do planeta. Os lábios dele grudaram nos meus, fazendo meu coração derreter e transbordar a cada beijo que nós dois trocávamos.

—Sabe, eu estava esperando um "eu também estou apaixonada por você, Steven". —Afirmou, se afastando de mim para me encarar com as sobrancelhas erguidas. —Mas nem uma palavra sequer.

—Já passou pela sua cabeça que talvez eu não esteja apaixonada por você, cara? —Falei, erguendo a ponta do dedo e batendo contra o queixo dele.

—Eu amo quando você me chama assim, sabia? Nem sei porque, mas eu amo. —Ele se sentou, me agarrando pela cintura e me fazendo soltar uma risada quando me colocou sentada sobre a toalha também. —E você está apaixonada por mim.

—Não sabia que seu ego era tão grande assim. —Afirmei, cutucando o peito dele com a ponta do dedo. —Como pode ter tanta certeza, hein? As vezes eu posso ser uma ótima atriz.

—Eu tenho espelho em casa. —Ele gesticulou para ele todo, me fazendo morder o lábio para não sorrir com a cara de pau dele. —Além de você ser uma péssima mentirosa e ficar toda derretida quando eu sorrio pra você.

—Que mentira! —Soltei o ar com força, fazendo ele soltar uma gargalhada. —Eu não fico toda derretida coisa nenhuma! Você é um idiota!

Juntei minhas coisas super rápido, enfiando dentro da minha mochila antes de correr em direção a minha bicicleta. Steven estava rindo quando juntou a toalha do chão e pegou Cruel no colo para pegar a própria bicicleta.

—O último a chegar paga a pizza! —Gritei, vendo ele soltar uma gargalhada ao subir na bicicleta, já que eu já estava pedalando muito mais à frente. Mas eu sabia que não ia demorar um minuto pra ele me alcançar.

—Quando eu te pegar, Catalina... —Prometeu, quando veio atrás de mim, me fazendo pedalar ainda mais rápido e soltar uma risada.

Steven me alcançou tão rápido que quando vi ele já estava ao meu lado, com o pobre do Cruel com a cabeça para fora da mochila, no cesto preso na frente a bike, observando o movimento da rua enquanto pedalávamos pela calçada, voltando para aquele casarão que eu já considerava meu lar a muito tempo.

Peguei minha mochila quando chegamos, deixando minha bicicleta dentro da garagem e esperando Steven nos degraus da entrada, enquanto ele também guardadas bicicleta lá dentro. Olhei para o outro lado da rua, franzindo a testa com o carro preto e com vidros escuros estacionado do outro lado. Quase não conseguia ver quem estava lá dentro, mas podia dar certeza que era um homem e estava olhando na minha direção.

—Eu vou pagar, então eu vou escolher o sabor. —Steven subiu os degraus da varanda, puxando a chave pra abrir a porta. —O que foi?

Ele olhou na direção do carro quando percebeu que minha atenção estava nele. Mas quem quer que estivesse lá dentro ligou o mesmo e andou com o carro até sumir na primeira esquina.

—Quem era? —Steven indagou, abrindo a porta e soltando Cruel lá dentro.

—Não sei. Só achei estranho. —Dei de ombros, entrando em casa atrás dele. —Deve ser amigo de algum vizinho.

Steven não disse nada, mas eu percebi que ele achou aquilo tão estranho quanto eu.

[...]

Estava deitada naquelas cadeiras pretas que haviam pelo estúdio, completamente imóvel enquanto sentia o pinicar bem na lateral da minha costela enquanto Steven estava completamente concentrado fazendo a tatuagem em mim. Não doía tanto quanto eu estava esperando, era mais um incômodo que me fazia ter vontade de me mexer.

Fiquei com o rosto virado, observando a expressão concentrada no rosto de Steven enquanto ele trabalhava. Parecia que ele não estava respirando e nem ao menos piscando. O estúdio estava um pouco cheio naquele horário da noite.

—Onde você aprendeu a tatuar? —Indaguei, observando o movimento dos olhos dele seguindo a linha da tatuagem.

—Lembra daquele amigo que me abrigou quando eu saí de casa? —Balancei a cabeça que sim, mesmo que Steven não pudesse ver. —O pai dele tinha um estúdio de tatuagem.

—Era onde você trabalhava quando morava em Atlanta?

—Sim. O pai dele já ensinava esse meu amigo a tatuar e então começou a me ensinar também. Com o tempo eu comecei a trabalhar lá a noite e juntei dinheiro pra abrir aquela loja. —Explicou, erguendo os olhos pra mim pela primeira vez. —Ainda troco mensagens com esse amigo e o pai dele. São as únicas pessoas que mantenho contato lá em Atlanta.

—Parecem ser boas pessoas. —Comentei e ele balançou a cabeça que sim.

—Está pronto. —Steven passou um pano para tirar o excesso de tinta, antes de eu me sentar e olhar no espelho a tatuagem. Tinha ficado exatamente do jeito que eu imaginava. Era simplesmente perfeita. —Gostou?

Balancei a cabeça que sim, observando o sorriso que se abriu nos lábios dele. Me virei, me inclinando para beija-ló, já que ele ainda estava sentado. Mas ergueu o queixo e me beijou de volta na mesma hora, enquanto eu envolvia minhas mãos nas suas bochechas.

—Obrigada. —Falei, encarando ele por alguns segundos, antes de me afastar sem conseguir parar de sorrir.

—Pode me pagar indo dormir no meu quarto, só pra variar um pouco. —Afirmou, indicando a cadeira na frente dele. Soltei uma risada, sabendo que Steven sempre dava um jeito de pedir alguma coisa do seu interesse quando fazia algo pra mim.

—Eu deveria esperar isso de você. —Ele deu de ombros, sorrindo inocentemente. —Minhas coisas estão no meu quarto, então...

—Suas coisas... —Ele estalou a língua, me encarando com os olhos cerrados. —Você tem que complicar tudo, né, Catalina?

—Eu não. Você que fica querendo que eu vá dormir no seu quarto. Tenho que dividir a cama com você e aquele seu gato espaçoso. —Afirmei, fazendo ele soltar uma gargalhada e ficar de pé, me encarando com as sobrancelhas erguidas.

—Vou resolver esse problema então.

—Como? —Indaguei, vendo ele dar de ombros e piscar pra mim.

—Você vai ver.


Continua...

Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora