Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2

Capítulo 19: Metrô.

—A sua empregada está ficando louca. Não tem ninguém aqui, Leah!

Mordi meu lábio ao ouvir aquela voz masculina, enquanto ele acendia a luz e caminhava pelo quarto, parando bem ao lado da cama, na parte em que Steven estava. Ele olhou pra mim e ergueu a mão, pedindo que eu não fizesse barulho.

—Eu já disse, não tem ninguém na casa. Se ela está ouvindo vozes é porque está ficando louca!

Ele começou a se afastar, apagando a luz e saindo do quarto, fechando a porta atrás de si. Soltei o ar com força, escutando os passos dele se afastando pelo corredor. Só então percebi que minha mão estava agarrada a de Steven e nossos dedos entrelaçados com força. Meu coração deu um salto no peito quando olhei pra ele e ele pra mim.

Steven analisou meu rosto, antes de descer os olhos para os meus lábios. Meu estômago se encheu de borboletas na mesma hora, enquanto eu sentia o nervosismo dar lugar a ansiedade quando os olhos dele pareceram escurecer e sua cabeça se inclinou na minha direção. Meu rosto esquentou e meus batimentos cardíacos aceleraram, assim como a minha respiração.

Soltei a mão de Steven, erguendo a cabeça ansiosa com a possibilidade do que ia acontecer ali. Ele ia mesmo me beijar? Não tinha como eu saber, porque bati a cabeça na cama, assustando Steven, que se afastou na mesma hora, parecendo voltar a realidade.

—Merda! —Chiei de dor, ouvindo a risada de Steven quando ele começou a sair de baixo da cama, enquanto eu esfregava minha testa, sentindo meu peito subir e descer com força enquanto pensava no que havia acabado de acontecer ali. Ou no que estava prestes a acontecer.

Não, ele não ia me beijar. Eu estava vendo coisas.

—Vem, Cat. Temos que ir. —Sussurrou, me ajudando a sair de baixo da cama. Steven destravou a janela e a ergueu com cuidado. Observei ele passar a perna pelo suporte da janela e depois a outra, se virando pra olhar pra mim. —Vou descer primeiro e depois você vai. Só precisar pular. Vou pegar você lá embaixo, entendeu?

—Entendi. —Balancei a cabeça, observando ele sorrir pra mim e então pular. Steven caiu de joelhos sobre a grama, ficando de pé e se virando pra janela de novo, fazendo sinal para que eu pulasse.

Respirei fundo e passei minha perna pelo suporte da janela e depois a outra, me agarrando as laterais da janela antes de abaixá-la até fechar. Deixar a janela aberta seria prova suficiente de que alguém tinha estado ali. Olhei para baixo, sentindo meu coração chegar a boca. Não era tão alto, mas era o suficiente pra me deixar com medo.

—Vem, Lina. Eu pego você, prometo. —Steven gesticulou com a mão, olhando pra mim e depois para o jardim, antes de voltar a me encarar.

Mordi o lábio com força, fechando meus olhos e então pulei. Senti um frio enorme na barriga antes do corpo de Steven e dos braços dele amortecerem minha queda, antes de nós dois irmos para o chão. Abri os olhos, com a cara na grama e os cabelos todos no meu rosto, vendo que Steven estava rindo baixinho.

—Belo salto, Cat. —Ele ficou de pé, enquanto eu soltava uma risada e limpava a grama das minhas roupas. Steven me estendeu as mãos e me puxou pra cima, ao mesmo tempo que a luz de uma lanterna era colocada sobre nós dois.

—Ei, vocês dois! —Reconheci a voz masculina, antes de ver o homem que estava vindo correndo na nossa direção.

—Merda, corre! —Steven agarrou minha mão e nos disparáramos, pulando a cerca viva que dava para a casa do vizinho de trás, antes de correr em direção a rua.

—PAREM AÍ! —O homem gritou e eu olhei para trás, vendo-o pular para o jardim do vizinho e vir atrás de nós. —VOCÊS DOIS, PAREM JÁ!

Voltei a olhar pra rua, enquanto Steven me puxava pela mão e nos dois desviávamos dos carros para atravessar a rua. Viramos na primeira esquina, correndo em direção as ruas mais movimentadas. O homem ainda estava atrás de nós, gritando e chamando a atenção de todos na rua.

Steven me puxou para o jardim de outra casa, me ajudando a pular o muro, antes de voltarmos a correr. Saímos em uma rua cheia de lojas e super movimentada, desviando das pessoas pelo caminho. Olhei para trás, sentindo a respiração presa na minha garganta quando vi que ele ainda estava nos seguindo, tentando desviar das pessoas enquanto gritava para que elas saíssem da frente.

—Aqui! —Steven me agarrou pela cintura, me puxando para atravessarmos a rua, antes de me soltar e agarrar minha mão de novo, me puxando em direção as escadas que davam para o metrô.

—PAREM! —Olhei para trás, me assustando ao ver que o homem estava mais perto. —EU VOU PEGAR VOCÊS!

Steven deixou a educação de lado e saiu trombando em todo mundo que estava na escada, antes de me puxar em direção a um dos metrôs que estava prestes a sair. Entrei primeiro, me agarrando a uma das travas que havia pelo caminho para me segurar, enquanto Steven entrava segundos antes da porta se fechar.

Me sentei no chão contra a porta, não querendo deixar que o cara me visse. Steven estava de pé, respirando de forma pesada, enquanto olhava para as janelas do metrô. Escutei quando o homem bateu contra as portas, soltando um xingamento que fez Steven soltar uma risada, e dar um tchauzinho pra ele.

O metrô começou a se mover, fazendo Steven se sentar ao meu lado no chão. Meu peito subia e descia com força, enquanto minha garganta ardia pela intensidade de tudo. Eu não costumava praticar exercícios, então essa simples corrida acabou comigo.

Olhei para Steven, vendo-o jogar os braços sobre os joelhos e escorar a cabeça na porta, fechando os olhos enquanto tentava voltar a respirar de forma calma. Ele abriu os olhos e me encarou quando percebeu que estava sendo observado, começando a risada. Acabei escorado a cabeça na porta e soltei uma risada também, sentindo todo o nervosismo dar lugar a alívio enquanto a risada dele me acalmava.

—Nunca mais vamos fazer isso de novo. —Afirmei, deixando minha cabeça cair no ombro dele, enquanto abraçava meus joelhos.

—Tudo bem, Cat. Isso foi adrenalina demais até pra mim. —Ele escorou a bochecha no topo da minha cabeça, me fazendo abrir um sorriso e me aconchegar mais contra ele, enquanto ficávamos em silêncio, tentando nos recuperar do que havia acabado de acontecer.

Continua...