Steven pareceu não acreditar quando ouviu aquilo saindo dos meus lábios, já que ficou completamente imóvel, me encarando como se eu não passasse de uma ilusão. Soltei uma risada da expressão dele, segurando o buquê de rosas na minha frente, enquanto tombava a cabeça de lado.
—Acho que deu pane no sistema. —Murmurei, erguendo a mão e esfregando a testa de Steven. Soltei um gritinho quando ele agarrou minha mão e me puxou, amaçando o pobre buquê de flores quando me abraçou apertado. —Steven!
—Você é uma caixinha de surpresa, não é? —Ele segurou meu rosto, me dando um beijo demorado que me fez derreter ali mesmo. —Sim, Cat. É claro que eu quero namorar com você. —Ele pegou o buquê, soltando uma risada quando viu as rosas amaçadas. —Sua estraga prazeres.
—O que? —Soltei, observando ele soltar o buquê sobre a cama e me puxar pela cintura para perto dele, me obrigando a erguer o queixo para encara-ló.
—Sim, estraga prazeres. Eu estava me preparando pra pedir de uma forma diferente e fofa e você cortou a largada. —Ele suspirou, soado um pouco dramático de uma forma que me fez rir. —Mas tudo bem, eu amei ser pedido em namoro. Foi diferente. Já deveria esperar, já que nada com você é normal.
—Posso dizer o mesmo sobre você. —Afirmei, abraçando ele pelos ombros, inclinando o rosto pra frente pra que ele pudesse me beijar. —A gente já invadiu uma casa juntos.
—A sua casa, tecnicamente falando, então não foi invasão. —Retrucou, deixando um selinho nos meus lábios, me fazendo soltar uma risada.
—Nossa fuga pelas ruas até o metrô me diz outra coisa, cara. —Afirmei, cutucando a bochecha dele com a ponta do dedo. —Não me pediu em namoro, mas pode me levar pra jantar hoje.
—Sério? —Ele riu quando o empurrei para longe e balancei a cabeça que sim. —Estava jurando que ia ganhar um jantar da minha namorada também.
—Você é muito cara de pau. —Resmunguei, fazendo ele soltar uma risada. —Vai tomar banho, vai. Eu vou cuidar das pobres rosas que você amaçou.
—Quer tomar banho comigo? —Indagou, me fazendo mostrar o dedo do meio pra ele enquanto ia até a porta. —Você é um doce de pessoa, sabia? Por isso que eu me apaixonei por você.
Eu ri, parando na frente da porta e me virando para encara-lo.
—Você sabe como ser romântico, cara. Não faço ideia de porque não tinha uma namorada antes. —Provoquei, vendo-o erguer as sobrancelhas.
—Eu estava esperando você aparecer, Cat. —Dessa vez eu soltei uma gargalhada que o fez abrir um sorriso enorme e dar de ombros, antes de erguer as mãos pra cima de forma inocente.
Isso foi definitivamente uma péssima ideia. Meu rosto queimou e a minha risada morreu quando a toalha dele caiu, me dando uma visão digna de uma estátua de um deus grego, cheio de tatuagens.
—Puta merda! —Eu enfiei a cara no buquê, fechando meus olhos com força, enquanto tentava encontrar a maçaneta da porta pra sair correndo dali. Mas Steven estava rindo, sem fazer qualquer movimento para pegar a toalha do chão. —Eu te odeio, sabia?
—Tenho certeza que não, Cat. —Ele ainda estava rindo quando consegui encontrar a maçaneta da porta com meus olhos fechados. —Você é minha namorada, não deveria sair correndo. Sabe que isso tudo é seu, né?
Eu queria bater nele. Eu queria tanto bater naquela cara perfeita e maravilhosa.
—Ah, não, eu te odeio. Eu te odeio muito mesmo e o namoro está cancelado. —Exclamei, saindo do quarto e fechando a porta, ouvindo a gargalhada dele do outro lado.
Eu ainda estava completamente constrangida quando desci as escadas, mas não conseguia parar de sorrir também.
[...]
Desci do ônibus, desligando as músicas e tirando o fone, enquanto caminhava em direção ao prédio da universidade onde teria minha primeira aula naquela tarde. O campus estava lotado naquele horário, com os alunos indo para suas aulas e outros não fazendo absolutamente nada a não ser jogar conversa fora ou estudar no gramado.
Subi as escadas, atravessando a calçada até as escadas que davam para as portas abertas do prédio. Não estava prestando atenção em absolutamente nada, porque estava ocupada enfiando os fones dentro da mochila, em meio aos meus livros.
—Senhorita Scott? —Eu fiquei imóvel, com a respiração se prendendo na minha garganta ao ouvir aquela voz masculina.
Eu certamente a reconheceria em qualquer lugar, apesar de não saber o rosto da pessoa dona dela. Terminei de guardar os fones, enfiando meu celular lá dentro também, com o gravador ligado, porque não sabia o que esperar e Steven não estava comigo dessa vez. O que eu não sabia se deveria ficar feliz ou mão.
—Sim? —Eu fechei a mochila, colocando-a sobre um ombro só e olhei para o homem de terno preto, camisa branca e gravada verde musgo que estava escorado no parapeito das escadas, me observando. Estava de óculos escuros, mas eu sabia que olhava pra mim. —Posso ajudar?
—Sabe quem eu sou? —Indagou, sem sair do lugar, me obrigando a me aproximar, porque não queria que a universidade toda ouvisse.
—Eu deveria saber? —Ergui as sobrancelhas, fingindo a expressão mais confusa de todos. Sei quem você é, só não sei o que você é da minha madrasta.
—Sou segurança da senhora Scott. —Afirmou, tirando os óculos, me deixando encarar seus olhos escuros. —A sua madrasta.
—Não sabia que a vida dela estava tão em risco pra precisar de um segurança. —Falei, soltando uma risada. —O que você quer comigo? Eu tenho aula agora. Se tiver algum recado da Leah, pode mandar pelo meu advogado.
Ele ficou em silêncio, com os lábios se abrindo em um sorrisinho. Isso me fez soltar uma respiração pesada e virar as costas, subindo as escadas em direção as portas.
—Eu não contei a ela que você e aquele seu namorado estiveram lá na casa aquela noite. —Eu parei no meio dos degraus, vendo-o sorrir mais ainda quando o olhei por cima do ombro. —Mas tenho certeza que ela ia gostar muito dessa informação.
Continua...
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Como conquistar Catalina Scott / Vol. 2
RomanceCatalina Scott não é a branca de neve, que come maçãs envenenadas e precisa que um príncipe encantado a salve. Mas quando sua madrasta a expulsa de casa logo após a morte do seu pai, alegando ter herdado tudo do marido, Catalina se vê obrigada a ir...