Capítulo 7 - Babá de Marmanja

2.5K 197 10
                                    

A Melhor Parte de Mim


Luiza tentava processar toda aquela informação, e agora? Como ela deveria agir? Contar para Valentina o que ouviu? Mas seria a palavra dela, uma simples empregada do seu pai, contra de alguém que ela deveria conhecer muito bem e outra é muito feio ficar ouvindo atrás da porta, Dr. Roberto não ia gostar nada de saber disso. Esquecer isso e ficar quieta era a melhor coisa a ser feita.

Ao chegar na sala Luiza se depara com uma cena bem inusitada, Alice está sentada no sofá toda feliz e com a boca toda suja de chocolate com Roberto e Vera babando na menina.

-Gostou do meu vestido, Alice? – Vera pergunta passando a mão por cima do tecido

-É lindo, parece uma princesa – a menina diz sorrindo

-Ai, que coisa mais fofa que você é – Vera aperta as bochechas da pequena

Luiza não queria estragar o clima, mas ela tinha que voltar pra casa e não iria ter Uber dessa vez, teria que ficar sem usar o cartão pelo resto do mês depois dessa saga. Luiza limpa a garganta para se anunciar.

-Com licença Dr. Roberto e Dra. Vera – ela sabia que era só Vera, mas tinha que manter o respeito em frente do patrão – A sessão da Valentina já acabou e eu vim ver como a Alice está...

-Luiza, eu já te disse que é apenas Vera – a mulher a corrige – E essa princesinha aqui precisou apenas de um bom chocolate para se animar – Vera faz cosquinhas em Alice que gargalha

-Quero mais chocolate, tia – Alice pede para Vera

-Alice, por favor, a gente já está de saída – Luiza a reprime

-Magina Luiza, se ela quer mais chocolate, ela vai ter mais chocolate, vem vamos lá na cozinha buscar com a tia Vera – a mulher pega Alice no colo e vai em direção a cozinha.

Agora Luiza entende o porquê de Valentina ser tão mimada.

-Luiza, a gente pode conversar? – Dr. Roberto diz pela primeira vez

-Claro, doutor  – o médico se levanta e vai até ela

-Bom, eu examinei a Alice na medida do possível, não tenho tanta estrutura aqui em casa, mas eu estou tendencioso a acreditar que a febre é emocional.

Luiza suspira, faz todo o sentido, ela está sentindo falta da mãe e não está se adaptando a nova rotina.

-Eu conversei com a pequena e ela me contou que a sua irmã, a mãe dela, foi embora

-Sim Dr. Roberto, minha irmã foi para os EUA e deixou a Alice comigo e com a minha mãe, foi tudo tão de repente que nós não tivemos tempo de nos estruturarmos. – Luiza diz aflita

-Bom, talvez uma psicóloga infantil resolva, temos uma ótima lá no hospital, mas o melhor para Alice agora e ter um lar com amor, carinho e acolhimento

-Claro Dr., eu e a minha mãe estamos dando tudo isso a ela, é só uma questão de adaptação.

Roberto tinha certeza de que Luiza tratava bem a menina.

-Agora eu preciso ir Dr. Roberto, quero pegar o ônibus das sete que é menos lotado, posso ir até a cozinha chamar a Alice? – Luiza pergunta com simplicidade

-Pode sim, mas eu vou pedir para o meu motorista levar vocês em casa.

-Que isso doutor, eu não posso aceitar – Luiza diz sem jeito

-É apenas uma forma de agradecer você por aquele dia no hospital – quando ele fala isso Luiza se lembra do estado do homem, chorando pela filha – Nós nunca conversamos sobre isso e eu não agradeci, e outra coisa, Alice estava com febre até agora pouco, não é bom fazer esforço.

A Melhor Parte de MimOnde histórias criam vida. Descubra agora