Capítulo 28 - Um Funeral e Um Noivado

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A Melhor Parte de Mim.


Assim que desfez as malas, Luiza recebeu uma mensagem da mãe informando o falecimento de Roberto, ela pensou em Valentina imediatamente, quis sair correndo para abraçá-la, mas em um relapso de sanidade ela se lembrou que Valentina não respondeu a sua mensagem. Talvez se fosse ao velório só causaria mais dor na ex-namorada, talvez apenas mandar flores seria a melhor opção. O peito de Luiza aperta só de pensar em como Valentina está mal, ela se lembra como a fotógrafa ficou ao ver o pai passar mal durante o almoço. Queria poder confortá-la, protegê-la e a ter em seus braços para que Valentina não sentisse dor alguma. Mas Valentina provavelmente não queria isso.



Valentina está sentada na sala reservada para a família no velório do seu pai, ela evitou todos os repórteres que estavam do lado de fora, estava anestesiada desde que ouviu as palavras que saíram da boca de Zilda, sua mãe estava inconsolável e teve que tomar calmantes para suportar o baque.

Ela olha as coroas de flores que não param de chegar, uma em especial chama a sua atenção, "Sentimentos da Família Campos", jurou ver dona Elza em algum lugar, mas não teve forças para sair dali e nem chegar próxima ao caixão, era difícil aceitar essa realidade em que o pai não existe mais, o sentimento de culpa corrói o seu peito, seu pai estava preocupado depois da sua perseguição, se tivesse tomado mais cuidado, se tivesse parado de andar de motos antes, "se" fica rondando a sua cabeça, ela se sente destruída por dentro e Luiza não está ali para acalmá-la e a culpa também é dela.

Zilda se aproxima com um copo de água, Valentina apenas nega com a cabeça não consegue ouvir o que a empregada fala, Zildinha consola a fotógrafa por um tempo, até a chegada de sua mãe, elas se olham e não conseguem falar nada, Valentina por mais que quisesse ser forte naquele momento não controla o choro, as duas se abraçam e choram de soluçar, todos em volta se emocionam.

Depois do enterro mãe e filha voltam para casa em silêncio, Sandro, o motorista, foi mais do que respeitoso e teve toda a paciência de esperar que elas tivessem forças para entrar na mansão sem Roberto. Vera segura na mão da filha.

-Temos que enfrentar isso, minha filha.

Valentina ainda não diz nada, apenas segue a mãe para dentro da casa, um sentimento de arrependimento toma conta de Valentina quando entra na sala, poderia ter ficado mais tempo em casa, ela perdeu os últimos meses de vida do pai, talvez sua impulsividade teria que ter um fim.



Um dia após o enterro do pai, Valentina se esforça para colocar alguma coisa no estômago, Zilda preparou seu sanduíche preferido no café da manhã, Valentina deu três mordidas e só deu um gole no café amargo.

-Você tem que comer mais um pouco, menina - Zilda insiste com dó.

-Eu não consigo, Zildinha - Valentina diz baixo.

-Oh! Minha filha, eu entendo - Zilda dá um beijo na testa de Valentina, que se conforta no carinho da empregada.

Depois do quase café da manhã, Valentina sobe até o seu antigo quarto e toma um banho bem gelado tinha que tirar forças de algum lugar. Ela se arruma com algumas roupas que deixou para trás, entrou no quarto principal e não encontrou Vera, ela desce as escadas e se encontra com Zilda novamente.

-E a minha mãe, cadê?

-Ela foi dormir no quarto que fica aqui embaixo, disse não iria conseguir ficar na suíte sem o seu pai - Zilda tem um tom de lamentação.

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