034 - POV RACHEL

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A cabine do avião foi planejada para acomodar, no máximo, duas pessoas na cama. Foram dias agitados desde que eu e Tom "terminamos" há um mês atrás e passei a maior parte do tempo exausta, mas, agora que de fato tenho a chance de ter uma noite inteira de descanso, há uma energia constante que não me deixa dormir, estou apreensiva em como vou reagir estando cara a cara com a Aika, mesmo eles não tendo nada com ela, Aika se tornou muito importante pra Tom nesse último mês.

Em vez de tentar me forçar a dormir, eu me levanto e enrolo meus ombros com o cobertor pois o ar condicionado está ligado na menor potência possível e aparece que estou no inverno da Alemanha.

— Por que está acordada? - Tom me pergunta atrás de mim.

— Não consigo dormir. - digo me sentando perto do bar do avião.

— Parece um pouco com aquele hotel que estávamos meses atrás. - ele diz

— Naquela época não nos conhecíamos dessa forma. Éramos outras pessoas. - eu digo e ele se senta ao meu lado

Quando digo aquilo, lembro do nosso primeiro beijo, da pressão de seus lábios no meu, do gosto dele. Meses atrás o beijo aconteceu por acidente, totalmente por impulso, mas não importa que tenha acontecido por acidente, há uma parte de sua alma que se estende a minha por inteiro.

Ele levanta por um instante e vai até o bar pegar uma garrafa de vinho.

— Torci para que isso ainda estivesse aqui. - diz e abro um sorriso.

Juntos, estendemos meu cobertor e nos sentamos. Eu estremece pelo ar gelado do avião e ele me puxo para junto dele, fico sentada entre suas pernas, as minhas costas apoiada em seu peito e seus braços em volta de meu ombros, me mantendo aquecida enquanto abre o vinho.

Durante alguns momentos, ficamos sentados em silêncio, passando a garrafa de um para o outro e ouvindo o barulho do motor do avião e o piloto e o coo-piloto conversando.
Quando a garrafa está pela metade, Tom fala, seu hálito quente em meu ouvido.

— Às vezes, penso no que teria acontecido com a minha vida caso a Tokio Hotel não existisse. - diz ele em voz baixa, fazendo um arrepio correr ao longo da minha espinha.

— Acho que você seria um simples garoto alemão e galã no colégio. - provoco.

Ele ri e toma outro gole.

— Às vezes é bom, por um momento, imaginar uma vida fácil. - comenta ele. — Só você e eu, em qualquer canto desse mundo, onde ninguém estragaria nossa vida e sem paparazzi se a gente der um espirro diferente, sem qualquer responsabilidade.

Inclino a cabeça para trás, apoiando-a na curva do seu pescoço.

— É uma bela fantasia. - admito.
— É, mas não passa disso... uma fantasia. É tentadora na superfície, mas não é profunda o suficiente para sustentar nenhum de nós dois. Não teríamos sido felizes em nenhum outro lugar.

Penso nisso por um momento.

— Eu não seria eu em outro lugar. - concluo por fim.

Pego a garrafa e bebo outro gole antes de continuar.

— Talvez pudéssemos ser felizes em outro lugar, com uma vida mais simples e mais fácil, juntos. Mas não seríamos nós. E eu prefiro isto, aqui, com você, como estamos agora, a qualquer outra coisa.

Ele não responde. Em vez disso, tira meu cabelo do caminho e dá um beijo demorado no meu ombro, onde a alça da minha camiseta encontra a minha pele. Então ele repete, subindo pelo pescoço. E de novo. E de novo.

Um arrepio percorre meu corpo e ele sente, sua boca sorrindo junto ao meu pescoço. Suas mãos se movem, descendo por minhas costelas, pela curva da minha cintura, parando em meus quadris. Através do tecido fino da camiseta, posso sentir seus dedos quentes.

Com as mãos trêmulas, tiro a garrafa do caminho e me ajoelho, virando-me para que ficássemos cara a cara e eu possa ver meu próprio nervosismo refletindo em seus olhos.

— Rachel. - diz ele, a voz um pouco mais que um sussurro.

Somente uma palavra, somente meu nome, que inunda meu corpo de calor.
Há tantas coisas que eu quero dizer a ele, tantas palavras que sei que nunca serão suficientes pra resumir o que eu sinto. Por isso, não tento dizer nada: só mostro. Eu o beijo, lento e intensamente, arrastando a mão por seus cabelos que agora estão de tranças pretas. Meus dedos deslizam por suas costas. Ele solta um gemido suave de encontro com meus lábios e meu corpo treme de prazer.

— Rachel Harris. - diz ele, soprando o nome em minha boca como se fosse algo sagrado.

Suas mãos correm dos meus quadris aos meus joelhos, onde encontram a barra da camiseta, os dedos insinuando-se muito lentamente por baixo do tecido, inseguros.

Levo a mão á frente da camisa dele e abro o botão inferior, depois o próximo, depois o próximo. Quando todos estão livres, puxo a camisa e olho para seu peito nu, marcado com tatuagens.

As mãos dele tremem quando levantam minha camiseta, e eu me afasto, incapaz de conter uma risada.

— O que foi? - pergunta ele, sem fôlego, soltando a barra da minha camisa deixando-a cair de volta. — Qual a graça?

— Não tem graça nenhuma. - digo a ele, sem conseguir parar de sorrir. — É só que nunca pensei que vera você com medo... E aqui está você, com medo de mim.

Ele engole em seco, tentando retribuir sorriso. Seus olhos estão mais escuros que o normal.

— É natural - diz ele dando de ombros. — Eu pensei que fosse te perder.

Meu sorriso se abre ainda mais e eu o beijo de novo, rapidamente. Antes que eu possa pensar muito, tiro eu mesma a camiseta, de modo que não há nada sobre a minha pele, exceto o ar gelado do avião.

Tom deixa escapar um som que não parece nada humano, um som que arrepia minha pele. Seus braços me envolvem mais uma vez. Me deitando sobre o cobertor e me beijando, beijando o canto da minha boca, beijando meu queixo, tudo isso enquanto suas mãos estão por toda parte do meu corpo. Quando uma dela abre caminho entre minhas coxas, eu arquejo, cravando as unhas em suas costas.

Tom se afasta, seu rosto pairando sobre o meu.
— Você tem certeza disso? - sussurra ele. — Podem nos ouvir.

Não há muitas coisas que eu tenho certeza neste mundo. Não tenho certeza do que o amanhã vai trazer, de como nossa relação vai seguir. Mas tenho certeza dele, tenho certeza de nós, tenho certeza disto.

— Eu confio em você. - sussurro antes de cruzar os braços atrás de seu pescoço e puxá-lo para outro beijo.

Nota da autora.
Esse capítulo é uma forma dos dois se reconectarem, não é um hot explícito, esse capítulo foi escrito para eles se expressarem o amor entre eles. Esse é um dos meus capítulo preferido de toda a fanfic, eu amo esses dois.

Minha maria fumaça e meu branco de tranças ❤️

My boyfriend | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora