— Fala logo doutora. - exclamo chegando mais perto dos pais da Rachel.
— A Rachel está bem - todos na sala soltam o ar que estavam segurando, inclusive eu. — Uma pergunta antes, algum de vocês é o namorado dela? - ela pergunta
— Sou eu - digo de prontidão e os pais dela me olham estranho.
— Eu sinto muito - ela diz pegando minha mão e eu estranho. — A criança iria ser linda.
— Que criança doutora? - digo assustado.
— Rachel estava grávida. - ela diz. — Você não sabia?
— Como assim grávida? - seus pais perguntam em uníssono.
— Ela estava de dez semanas de acordo com os exames, pela formação que o feto tinha nas partes íntimas, era uma menina. Eu sinto muito. - a doutora diz e todos olham em minha direção.
Não consigo dizer uma palavra, não consigo olhar em direção ao pais dela, caio no chão e Bill corre em minha direção. Grávida, ela estava grávida e talvez nem ela sabia disso.
Eu tinha planos de ter uma família com ela, mas não agora, não com a banda no auge do sucesso, ela nem ao menos conseguiu entrar na faculdade de gastronomia, mas mesmo se viesse esse bebê iria ser o bebê mais amado do mundo e agora.... eu sinto uma dor que jamais senti, sinto meu coração se partindo em milhares de pedaço, um pedaço de mim se foi hoje, eu não sabia da sua existência, não sabia nem ao menos qual seria seu nome, mas sinto que hoje.... aqui eu perdi um pedaço da minha alma, sinto as lágrimas molhando meu rosto e minhas mãos suando frio, eu preciso ver a Rachel.
— Eu quero vê-la. - digo limpando as lágrimas do meu rosto, tentando me manter calmo.
— Ela acordou faz poucos minutos, não acho que agora seja uma boa hora. - a doutora diz.
— Eu quero vê-la. - repito firmemente e ela percebe que não irei desistir.
— Deixa ele entrar primeiro, por favor. - a mãe da Rachel diz. — Acredito que ela queira ver antes de ver os pais. - ela diz me dando um sorriso triste que não consigo retribuir.
Sigo a doutora por um corredor estreito até o último quarto do corredor, vejo Rachel pela janela do quarto. Ela está com os braços enfaixados, dois acessos em seus braços e está olhando para parede com um olhar vazio.
— Venho te buscar daqui a pouco. - a doutora diz rude e volta pelo corredor onde me trouxe.
Entro devagar no quarto e ela não parece notar, e se notou fingiu não ver. Sento ao lado da cama e observo os curativos em seus braços manchados de sangue. Eu ainda não acredito que ela tentou tirar a própria vida.
— Rachel. - a chamo e ela não olha para mim. — Rachel, você pode olhar para mim? - peço e ela se vira devagar.
Seu rosto está vermelho e tem manchas escuras embaixo de seus olhos verdes, tirando a maior de sua beleza.
— O que aconteceu Rachel? - pergunto e ela não me responde. — Você... você sabia que estava grávida?
Ela me encara cerrando os olhos, sinto que ela estava brava, mas não sei o motivo. Se alguém deveria estar bravo, esse alguém deveria ser eu.
— Sim. - ela diz depois de algum tempo.
— Por que você não me contou? - pergunto puxando sua mão com cuidado, mas ela a puxa de volta.
— E você iria fazer o que? - ela dá uma risada seca. — Largar seu sucesso para virar pai de família com 19 anos? - ela diz com raiva.
— Rachel.... eu não estou entendendo. Você deveria ter me contado.
— Deveria? - ela ri novamente. — A melhor alternativa que eu tive depois de descobrir que estava grávida era me drogar e tentar me matar.
— Por que? Você acha que eu não iria assumir? Que eu não iria querer criar essa criança? Por que você tomou uma decisão dessas sem ao menos falar comigo? - pergunto começando a ficar bravo.
— Essa decisão cabia somente a mim Tom. - ela diz e fica em silêncio.
— Como? - pergunto e ela fica confusa. — O que você tomou para causar a perda do bebê?
— No dia que eu descobri, foi o dia que eu estava tendo uma crise de abstinência e me levaram para o laboratório. Eu peguei alguns vidros e agulhas do primeiro remédio que eu vi quando as enfermeiras não estavam na sala... - ela respira fundo e desvia o olhar do meu. — Quando decidi que iria fazer mesmo aquilo, me tranquei no banheiro, tomei quatro vidros injetados no corpo e cortei meus pulsos para não ter chance alguma de sobreviver, mas pelo jeito não deu certo. - ela diz dando de ombros.
— Por que? - pergunto. — Por que você fez isso? Você acha que eu iria desprezar essa criança?
— Acredito que você seria um ótimo pai Tom, mas também acredito que você não iria parar sua vida e sua carreira por causa disso. - ela ri — Eu não iria, não vou largar meus sonhos por causa de uma criança, não adianta você ficar aqui me perguntando o porquê ou como fiz isso, tá feito, eu consegui o que eu queria que era me livrar dessa criança.
Não consigo respondê-la depois dessa frase, como ela pode pensar dessa forma? Sinto meu coração acelerar novamente, saio do quarto sem ao menos falar com ela, minha visão começa a ficar turva e minhas mãos começam a tremer. Quando chego a recepção todos se levantam e esquivo de todos, corro para onde o nosso carro está e entro no lugar do motorista, quero sair daqui o mais rápido possível.
Acelero antes que o motorista ou um dos meninos consigam entrar no carro e saio da entrada do hospital, não sei para onde eu vou, não sei como estou conseguindo respirar. Meu coração está quebrado, ela matou nossa filha e pelo jeito não tem nenhum remorso por isso, ela nem ao menos falou comigo sobre, ela nunca iria me contar se ela não tivesse vindo parar no hospital.
Em todas as possibilidades que eu penso, fico ainda mais nervoso, sinto que vou morrer se não respirar direito. Mas então.... tudo fica escuro e eu, bom, eu não ouço nada e não consigo pensar em nada, quando sinto meu corpo sendo arremessado para longe.
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My boyfriend | Tom Kaulitz
Teen FictionApós a banda Tokio Hotel explodir de uma semana para outra, Tom Kaulitz precisa aprender a lidar com a fama e com tudo que anda aprontando. Seu agente fica com dor de cabeça depois de todo show porquê Tom some com duas ou mais garotas. O problemáti...