My boyfriend | Tom Kaulitz

058 - POV TOM

Um mês desde a maior burrada da minha vida, confundir a Mayla com a Rachel só piorou tudo, porque faz um mês que a Mayla não me responde. Mandei flores, mandei mensagem no Twitter pedindo desculpas, mandei entregar chocolate, ela visualiza todas as mensagens mas mesmo assim, não me responde.

Compreendo a raiva dela, aliás, eu fiquei com raiva de mim por ter feito essa merda. Aconteceu e infelizmente tiraram fotos, Mayla me disse mil vezes que não queria ser taxada como mais uma ficante minha e aconteceu tudo isso. Antigamente eu não ligava quando saia essas coisas na mídia, mas o problema agora é que eu penso na Rachel. Nesse último mês, todos os segundos de cada dia meus pensamentos iam até ela, o que ela estaria fazendo, como tá sendo suas aulas.

Morro de saudades dos nossos momentos, de cada palavra trocada e dói pensar na decisão que tomei há quase dois meses atrás, mas era o certo, para nós dois.

Estamos viajando para a América do Norte, precisamente em São Francisco. Nosso show na Califórnia acontece na semana que vem e comecei a me preparar desde hoje para a possível possibilidade de eu encontrar a Rachel.

Sim, eu pesquisei e nosso show vai ser próximo a faculdade que ela está (não, eu não fui atrás disso, Georg é boca grande e me contou já que agora é cunhado da Rachel) e rezo para todos os deuses desse mundo para que ela não esteja lá. Tenho mais alguns dias para me preparar emocionalmente pra isso.

— Você tá com aquela cara novamente. - Georg me tira dos meus pensamentos.

— Desde quando ele pensa? - Bill pergunta abrindo uma coca

— Nossa eu vou morrer de rir - digo dando o dedo do meio para ele.

— Tá com medo de ver ela? - Georg me pergunta sentando ao meu lado

— Não sei.. - digo a verdade. — Não sei como reagir caso isso aconteça, faz quase dois meses que não nos vemos. Não sei como ela tá, não sei como ela anda se sentindo em um país totalmente estranho sem conhecer ninguém.... - paro no meio da frase

— Você sente falta dela. - não foi uma pergunta e sim uma constatação.

— Você não tem noção do quanto. - digo tirando minha bandana.

— Então por quê você não vai atrás dela?

— Porque ainda estou magoado... O que eu disse para ela é verdade, não sei se consigo perdoar isso. Ela agiu pelas minhas costas. - digo respirando fundo.

— Eu consigo entender sua frustração. Mas eu consigo entender o lado da Rachel também. - ele diz — Mas já se passaram dois meses Tom, vocês precisam conversar.

— Não sei se estou pronto. - encerro o assunto e ele percebe.

Em pouco menos de duas horas já estamos em solo americano. Viemos direto do aeroporto para o local do show.

Esse foi um dos melhores shows da turnê humanoid, batemos recorde da casa e eu nunca vi um projeto de fãs tão lindo quanto o que aconteceu hoje. Eu não aguentei e chorei no palco durante Pain Of Love, eu juro que não sou emocional dessa maneira.

— Tom, você pode ir buscar a mala do Gustav? - Georg me pergunta — Ficou no motorhome do Leonard.

Bufo e saio do camarim puto, minha cabeça tá explodindo e eu só quero chegar no hotel e dormir.

Existe um mito antigo que diz que, quando pensamos muito em uma mesma pessoa, ela passa a se materializar na sua frente com uma frequência absurda.

Nos últimos dois meses, inúmeras garotas parecidas com a Rachel, incluindo a própria Mayla, cruzaram meu caminho e me fizeram olhar pelo menos três vezes e até torcer o pescoço para eu perceber que não era ela.