055 - POV TOM

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Estamos em Dublin, na Irlanda.

Já se passaram duas semanas desde que ocorreu os últimos acontecimentos. Duas semanas que eu e Rachel terminamos, duas semanas que eu me afundo cada vez mais em tristeza imaginando uma criança que eu nem sabia da existência.

Hoje, foi lançado o álbum humanoid pra todo o mundo. Fizemos a tour com algumas músicas na setlist, mas agora finalmente ele veio ao mundo. Um dos nossos trabalhos mais criterioso e que estamos satisfeitos.

— Você está com aquela cara novamente. - Bill me cutuca

— Já disse pra você me deixar em paz. - digo e volto olhar para fora do quarto.

— Tom... é sério cara, você precisa reagir. - Georg diz.

— Eu estou bem. - insisto

— Hoje nós temos a apresentação do álbum, vai ter milhares de fãs. Eu acho bom você arrumar essa cara. - Bill diz me cutucando novamente.

— Argh como vocês são CHATOS. - digo me levantando e me trancando no banheiro

Georg e Bill acham que eu estou exagerando, acham que eu não deveria ter terminado com a Rachel e ter feito tudo o que eu fiz, para eles eu peguei pesado. Só que não é só a questão do aborto aqui, ela mentiu para mim, tínhamos mais de dez anos de amizade e nunca mentíamos um para o outro. Ela escolheu pensar somente nela, ao invés de pensar em mim também, ela não fez a criança sozinha, então no mínimo eu deveria ter sido avisado da sua existência. Mas ela escolheu por ela e não se arrepende, e uma pessoa assim não está pronta para estar em um relacionamento.

Gustav prefere não se envolver, mas disse que a reação e minhas atitudes foram corretas, aliás, eu era o pai da criança.

— Toinha Junior. - ouço a voz de Georg quando saio do banho

— Que? - pergunto o encarando confuso.

— A criança, iríamos chamar ela de Toinha Junior. - ele diz e Bill gargalha de chorar.

É a primeira vez depois de duas semanas que consigo dar uma risada sem ser forçada, não aguento o nome e acompanho Bill e quase choro de rir também.

Caminho em direção ao closet ainda dando risada, eu acho incrível essa minha relação com esses caras. Desde pequeno sempre foi assim, se um está na merda o outro faz de tudo para alegrar o outro.

Troco de roupa e desço correndo para van pois era o único dos meninos que ainda não havia se atrasado.

— Eu acho bom você ser gentil. - Leonard nosso novo agente me diz

— Eu vou ser. - digo

— Será uma sessão de autógrafos do CD por uma hora, uma pausa de 10 minutos, mais uma sessão de fotos de 1 hora e depois mais uma pausa. Por fim, o meet de conversa com os fãs. - ele diz olhando para o celular sem esperar resposta de nenhum de nós.

O local onde vai ser a apresentação de humanoid não é longe do hotel em que estamos, logo chegamos e vamos para nossos lugares.

(Uma hora depois)

Acho que minha mão vai cair, acho não, eu tenho certeza. Nunca autografei tanto cd assim na minha vida, batemos o recorde de Scream. Pelo o que eu ouvi Leonard falando, quase três mil pessoas compraram ingressos para o meet de autógrafos.

Quando dá o tempo da pausa, corro para o corredor que da acesso aos camarins. Quando estou chegando no meu, esbarro em alguma coisa ou melhor, em alguém.

— Ai meu deus - diz uma voz doce. — Me desculpa.

— Não tem problema. - digo tirando a sujeira de alguma coisa que ela pessoa estava comendo.

Quando olho para cima, me deparo com uma menina que aparenta ter a minha idade, é IDÊNTICA a Rachel, até me assusto quando olho pela primeira vez, a única coisa que as diferenciam é a cor do olho e do cabelo.

Ela fica me encarando estranho e já estou me preparando para o pedido de autógrafo, mas não recebo.

— O que foi? - pergunto.

— Eu que pergunto isso, você que tá me encarando. - ela rebate

— Bom... você não me conhece? - pergunto

— Eu deveria? - ela levanta a sobrancelha

Isso só pode ser alguma piada.

— Bom. Eu sou o Tom Kaulitz, guitarrista da Tokio Hotel - digo estendendo minha mão a ela.

— Ata, o que tá sofrendo porque levou um pé na bunda. - ela diz e eu que levanto a sobrancelha agora. — To brincadeira, sou a Mayla. - ela me cumprimenta.

— Se você não me conhece, o que estava fazendo aqui? - pergunto

— Minha mãe fez eu vir com a minha prima - ela dá de ombros. — Precisava fumar e acabei me perdendo. E você? Tá me olhando como se tivesse visto um fantasma.

— Desculpa - digo dando um sorriso fraco. — Você me lembra muito alguém.

— Espero que pelo menos ela seja bonita. - ela diz me dando um sorriso. — Tá fugindo das fãs loucas? - ela pergunta

— Estamos em uma pausa. - olho para meu relógio. — Que já acabou, preciso voltar.

— Tudo bem, até mais. - ela diz e começa a se afastar.

— ESPERA. - digo de repente e ela para no meio do corredor. — Ainda vou ficar em Dublin por alguns dias, não quer sair para ir ao cinema, talvez? - pergunto desconfiado.

Ela me encara por alguns segundos e penso que ela vá recusar, não quero que ela pense que quero alguma coisa com ela, pois não quero isso, queria somente uma amiga para conversar, sinto falta da Rachel nesse quesito.

— Claro. - ela responde depois de alguns segundos. — Toma aqui meu telefone. - diz puxando o celular da minha mão e colocando seu número. — Só me ligar, garotinho triste. - ela diz dando um sorriso e virando as costas para mim.

Bom, talvez sejamos bons amigos.

My boyfriend | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora