053 - POV TOM

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Sabe quando você tem um pesadelo e acorda com o coração acelerado? É o que acabou de acontecer comigo. Acordo e me sento com rapidez e olho em volta, estou no hospital.

A última coisa que lembro é de ser lançado para longe quando meu carro derrapou na pista, depois disso, foi como se eu tivesse apenas dormindo.

Olho para meu braço esquerdo e vejo que está engessado e o direito está com acessos e agulhas. Olho em volta e vejo Bill entrando no quarto.

— Há quanto tempo estou aqui? - pergunto com a voz rouca.

— Quatro dias. - ele diz se sentando ao lado da minha cama.

— Em que hospital estou?

— No mesmo que a Rachel estava. - ele respira fundo. — Ela já ganhou alta.

— Eu não quero ver ela. - digo olhando para janela.

— Eu sei. Mas ela está aqui. - ele diz e vejo um vulto loiro entrar no quarto. — Vou deixar vocês a sós.

— Oi. - ela diz se aproximando da cama.

Seu braço ainda estão com curativos e seu semblante parece normal, para quem matou a própria filha.

— O que você está fazendo aqui Rachel? - pergunto friamente.

— Vim ver como você está. - ela diz chegando mais perto ainda. — Precisamos conversar.

— Não tenho nada para conversar com você.

— Tom... - ela respira fundo. — Eu preciso que você me entenda. - ela diz.

Ela só pode estar de brincadeira com a minha cara né? Será que estou tão dopado de remédio que estou tendo alucinações? Talvez ela nem esteja nesse quarto, talvez Bill ainda não tenha vindo aqui, mas sei que é real, quando ela repete.

— Eu fiz para o nosso bem. - ela diz colocando a mão braço e eu puxo com força, a agulha dói, mas finjo não sentir.

— Nosso bem? Ou o seu bem? Você não me contou que estava grávida, você não me contou sobre a decisão que tomou, VOCÊ MATOU A NOSSA FILHA. - grito.

— ELA NÃO ERA A MINHA FILHA, EU NÃO QUERIA ESSA CRIANÇA. - ela devolve no mesmo Tom.

— E você diz que foi para o nosso bem. - dou uma risada seca. — Você só pensou em você e continua só pensando em você Rachel. Em mais de dez anos de amizade, eu nunca conheci esse seu lado egoísta. - me viro para janela. — Mas eu estou conhecendo a verdadeira Rachel agora.

— Você não precisa falar assim Tom. - ela diz baixo. — Você tem que entender o meu lado.

— E quando você vai decidir entender o meu lado Rachel? - pergunto olhando em seus olhos. — Quando você vai parar e perceber que não é somente você que tem sentimentos aqui? Eu posso ter sido o maior dos filhos da puta, mas eu nunca, nunca, irei te perdoar por matar a minha filha, sem ao menos ter me contado sobre a existência dela.

— Exatamente por isso que você não deveria estar desse jeito, você não sabia de nada. - ela diz com a voz embargada por causa do choro.

— Rachel. - digo firme. — Eu te amo com todas as minhas forças e talvez eu nunca mais vou amar alguém assim, imaginei minha vida ao seu lado, porra eu estava planejando te pedir em casamento. - engulo o choro enquanto olho no fundo de seus olhos. — Mas agora, eu decidir acabar com isso, é melhor você ir embora Rachel.

— O quê? Você está terminando? - ela pergunta deixando escorrer uma lágrima.

— Eu não consigo te perdoar por matar minha filha. Eu não quero conviver com esse fardo, eu não consigo. Eu preciso me curar, e nós dois juntos só estamos se machucando.

My boyfriend | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora