Resmungo, me jogando de costas no sofá e deixando meu celular de lado. Penso em mandar uma mensagem ou até mesmo ligar para Rachel. Pedir desculpas pela dureza no hospital no dia em que terminamos, ou pelo dia no motorhome e contar o que aconteceu em seguida. Penso em falar a verdade, que ela não é um erro na minha vida e que não deveríamos mas ficar afastados um do outro.
A confusão toma conta da minha mente, parecendo uma conversa alta demais.
Tudo é silenciado pelo toque do meu telefone e imagino que possa ser Bill me avisando que já chegou na Alemanha ou Georg avisando que finalmente pediu Alex em namoro depois de tantos meses fugindo disso, já que ambos estão na Alemanha, já que estamos com suas semanas de folga até a tour voltar, mas o presságio é forte, a mesma sensação que tive quando me ligaram da clínica me avisando o que tinha acontecido com Rachel, há dois meses atrás.
É o sentimento de reviver aquele dia, mas parece diferente. Rachel não está na clínica de reabilitação e acredito que ela esteja bem e em segurança na faculdade. Mas a angústia dessa vez é mil vezes maior quando pego meu celular
Saint Memorial Hospital
O reconhecedor de chamada me faz engolir em seco, com o DDD da Inglaterra, com as mãos tremendo atendo a chamada e coloco o celular no ouvido.
— Olá?
— Bom dia, falo com Tom Kaulitz? — a mulher indaga, do outro lado da linha.
— Sim — respondo receoso.
— Senhor Kaulitz, estou te ligando porque é o contato de emergência da senhorita Rachel Harris. Ela não tem mais nenhum contato cadastrado. Você ainda continua sendo....
— Sim, sim - digo rápido odiando a demora dela de falar o que aconteceu. — O que aconteceu com ela?
— Ela passou mal e foi trazida por uma amiga. Sua pressão caiu e ela teve um desmaio, deixamos a senhorita em observação, ela estava com os níveis de açúcar baixo no sangue. Faz parte do protocolo avisarmos o primeiro contato de emergência dos pacientes em casa de atendimentos sozinhos e também por causa do desmaio dela. Se o senhor puder comparecer ao hospital para acompanhar a senhorita Harris...
— Sim, estarei ai em breve. - interrompo ela novamente. — Ela está bem?
— Na medida do possível sim. Assim que chegar ao hospital, o médico responsável irá lhe responder melhor à pergunta. - diz parecendo impaciente com as minhas perguntas
— Ok, obrigada - digo e desligo o telefone
Me levanto do sofá o mais rápido que posso, tentando pensar no que devo fazer, se devo ligar para seus pais ou ir até o hospital. Rachel está sozinha na Inglaterra e não sei quantas pessoas ela já conheceu por lá. Ela tinha a mim, mas o destino gosta de nós pregar peças, apesar de eu acreditar no fato que talvez ela possa estar com raiva de mim.
Não sei o que aconteceu, mas ela não está bem. Ninguém desmaia assim, ou tem níveis de açúcares baixos de graça. Sei um pouco dessas coisas porque faço exames regularmente por causa da banda.
Deixo que a parte mais certa do meu cérebro fale mais alto e disco o número de Leonard.
— Para qual jornal eu preciso ligar? - ele diz assim que atende o telefone.
— Preciso de uma pequena loucura Leonard. - começo
— Essa loucura me envolve? - pergunta e ouço um bater de teclas.
— Não. - digo e ouço ele suspirar aliviado do outro lado da linha — Preciso do primeiro voo disponível para San Francisco, por favor.
— Você tem trinta minutos para chegar ao aeroporto, vou te mandar as outras informações pelo celular.
— Obrigada lindo.
— De nada, Kaulitz. - diz e desliga
VOCÊ ESTÁ LENDO
My boyfriend | Tom Kaulitz
Teen FictionApós a banda Tokio Hotel explodir de uma semana para outra, Tom Kaulitz precisa aprender a lidar com a fama e com tudo que anda aprontando. Seu agente fica com dor de cabeça depois de todo show porquê Tom some com duas ou mais garotas. O problemáti...