50 - O passado de Suzan.

354 57 24
                                    

•George's POV•

- Eu te amo, Dream.

- Eu também te amo, George. Não esqueça de nós.

E assim ele saiu da sala.

Suspirei e abaixei a cabeça. Estou com medo de que essa seja o nosso último momento.

A vida me fez acreditar que eu não aproveitei direito com ele.

Não, eu não quero acreditar nisso, não pode ser, ele está caminhando em direção ao perigo e eu ao menos posso fazer alguma coisa.

Merda. Isso dói tanto, ser novamente inútil, ser um peso para Dream igual como eu era antes do meu treinamento, ele está arriscando a vida por minha culpa.

Como fui capaz de deixar isso acontecer? De não saber me defender? De sair de casa sem uma arma?

Aquela sensação está voltando, minhas mãos estão tremendo, as lágrimas não param de cair, estou sem chão de novo.

Me empurrei contra a parede com as pernas, elas doem tanto, nunca senti tanta dor na minha vida, nem quando fui literalmente espancado pelos meus pais.

- Hey, calma! Vou cuidar de seus machucados. - Suzan se aproximou de mim, com um sorriso calmo.

- E-eu não quero... Eu quero ir ajudar Dream! - Eu disse, entre soluços.

- Querido, não dá para você ir enquanto ainda estiver sangrando e frágil desse jeito...

- E é isso que eu odeio! Merda! Odeio estar frágil! Eu não sou frágil. - Gritei.

- Não diga isso... Todo mundo tem esses momentos George, não se sinta mal...

Pensei nisso. Não sei porque ela está sendo tão legal, mas se Dream confiou nela, eu irei confiar também.

Respirei fundo. Eu não tenho o que fazer, talvez se eu for até ele agora eu só atrapalhe, então o que me resta é esperar.

Ele saiu daqui faz pouco tempo, e não saber se ele vai ficar bem já está me matando. Se eu sair daqui sem o Dream, eu não sei o que vou fazer da minha vida.

- Vamos, você acha que consegue vir comigo? - Suzan perguntou.

- E-eu... - Apoiei os braços e as pernas e tentei me erguer.

Caí na primeira tentativa, os cortes eram profundos e doíam muito, era como se a lâmina tivesse perfurado até meus ossos.

- Oh, vem cá. - Ela me puxou pelo braço e conseguiu me levantar, sustentando a maior parte de meu peso. - Vamos aproveitar que não tem ninguém no corredor.

Com um pouco de dificuldade, caminhamos até a saída, e depois de averiguarmos se realmente não tinha ninguém no corredor, nós saímos.

Fomos em direção a outra sala, não muito longe, mas no corredor ao lado. Chegando lá, ela chutou a porta para abri-la.

Entramos no cômodo, lá tinha apenas uma pequena cama no estilo maca e alguns poucos armários.

Ela me ajudou a deitar na cama, foi em direção a porta e a trancou. Enquanto isso, eu estava apenas tentando regular minha respiração, já havia deixado as coisas difíceis demais.

Ela foi em direção aos armários e voltou com gases e agulhas de sutura.

- Vamos aproveitar para suturar isso. - Ela sorriu.

A olhei um pouco apreensivo, mas por algum motivo, ela me deixava mais calmo, e é por isso que eu ainda não saí correndo daqui e fui encontrar Dream. Talvez se não fosse ela, as coisas estariam bem piores.

I'm The Mafia •DNF & SIDE KARLNAP•Onde histórias criam vida. Descubra agora