48 - Cuidado.

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•Dream's POV•

Sapnap tirou Lucy da sala com um pouco de dificuldade.

Pude perceber que ele está mancando um pouco e que sua panturrilha está enfaixada. Sou o único aqui que não estou ferido.

Olhei George preocupado. Rapidamente, puxei de meu bolso algumas bandagens e comecei a estancar o sangue que estava escorrendo em suas pernas.

Quando encostei nele, ele gemeu de dor e me olhou.

- D-dream...

Não aguento o ver assim. Sinto que isso dói mais do que qualquer coisa no mundo. Preferia que alguém arrancasse meu braço, porque tenho certeza que seria muito menos doloroso do que ver meu George assim.

Sinto que não consigo mais viver sem ele. E sei que isso não é saudável, mas porra, ele me salvou de um buraco tão profundo que a morte dos meus pais me colocou. Ele veio no momento em que eu mais precisava, e agora estou consciente de que sou dependente dele.

De qualquer forma, nenhum relacionamento é perfeito, e nenhum vai dar certo se você não tiver dispostos e enfrentar desafios. Mas sinto que o maior desafio da minha vida agora seria viver sem George.

Sempre me disseram que minha vida não deveria se resumir a outra pessoa, mas eu não consigo, merda, sei o quão ruim isso pode ser. Mas não posso negar que George é meu ar, estou aqui por ele e sempre estarei por ele. Ele me dá energia para continuar.

Talvez um dia eu possa evoluir e me colocar em primeiro lugar, sem parar de me importar com George, é claro. Mas talvez, ter aquilo que chamam de relacionamento saudável, sem nenhum tipo de dependência.

Espero que George não se sinta assim, que consiga viver sozinho, pois sei que hoje eu não conseguiria e não quero que ele seja igual a eu.

A coisa que menos desejo é que George entre em um poço sem fim caso eu morrer nessa guerra.

Enfaixei suas coxas que estavam perfuradas. Agora estava tudo bem, só preciso acalmar ele, acho que não perdeu sangue o suficiente para uma hemorragia.

Peguei seu rosto que estava abaixado entre as mãos e levantei lentamente. Olhei em seus olhinhos marejados, e tudo que eu sinto agora é culpa.

Culpa por não ter cuidado dele direito, por não ter chegado mais cedo, culpa por não ter sido o suficiente, por ter o colocado em risco.

Ele está chorando de dor agora, e é tudo culpa minha.

- Me desculpe meu bem, desculpa por tudo isso, eu vou cuidar de você... - Eu disse.

Ele ainda estava estático, mas me olhou depois de um tempo e sorriu, logo em seguida, estendeu os braços com dificuldade e envolveu meu corpo como pode.

- E-eu pensei que eu fosse morrer. - Ele disse, entre soluços. - Mas você... Você sempre aparece na hora certa, obrigado.

Sorri minimamente com isso, por mais que eu ainda sentisse culpa.

Retribui o abraço, e foi aí que eu senti o corpo de George super gelado, e pude prestar atenção no quando ele tremia de frio. A adrenalina me fez esquecer de que ele estava sendo torturado com isso.

- Oh meu deus, George! Você pode estar tendo uma hipotermia. - Disse, voltando a ficar super preocupado.

Rapidamente retribuí seu abraço, o envolvendo com meus braços o máximo possível para o esquentar, porém, a posição não nos favorecia, já que se eu colocasse meu peso sobre ele, eu poderia machucá-lo.

- Precisamos subir sua temperatura... Acha que consegue inverter? - Perguntei.

- S-sim. - Ele disse, com os lábios trêmulos.

Eu incrívelmente mal sentia o frio, meu corpo ainda tem tanda adrenalina e está tão agitado que isso nem chega a ser um incômodo agora.

Com muito cuidado, ergui o corpo dele pela citura e o coloquei no meu colo. Me encostei na parede gelada e ele se encolheu no meu peito, então, o envolvi com os meus braços.

O ideal seria sair desse lugar frio, mas eu tenho medo de tentar procurar outro lugar e dar de cara com Christopher ou qualquer pessoa da DKW. Principalmente com George nesse estado.

Ele suspirou aliviado quando comecei a esfregar levemente seus braços por cima da jaqueta.

Levei minha mão até seu rosto e acariciei sua bochecha, ele estava com os olhos fechados.

Eu finalmente estou com George aqui comigo, ele está vivo e vai ficar bem. Finalmente posso ficar em paz, sem estar aflito.

Ele tem marcas de cortes espalhadas no corpo inteiro. Só de imaginar o que fizeram com ele, meu corpo e mente enchem de ódio.

Eu vou vingar tudo que eles fizeram você sofrer, George.

Ele abriu os olhos lentamente.

- Eu achei que você não chegaria a tempo dessa vez... - Ele disse baixinho.

- Sempre vou chegar meu amor...- Continuei o carinho em seu rosto.

- Obrigado.

- Não deveria agradecer, na verdade, isso foi culpa minha. Merda, como pude deixar isso acontecer com você... - Disse, com os olhos marejados.

Eu ainda não consigo aceitar isso, e será sempre angustiante lembrar que isso poderia ter sido evitado.

- Dream... Não é culpa sua... O que importa é que estamos juntos agora. - Ele sorriu minimamente. - Talvez não no melhor lugar... Momento... Mas estamos juntos, graças a você.

- Você também foi muito forte.

- Sim, eu precisei ser. - Ele respondeu.

Inesperadamente, a porta da sala foi aberta, o que interrompeu nossa conversa.

Eu já estava preparado para lutar e proteger George com unhas e dentes. Quando vi Suzan passar pela porta.

Relaxei e olhei para ela, era uma esperança, porém, se ela chegou aqui, quer dizer que Dylan também chegou e que está em algum lugar do imenso jardim dessa casa.

- Quem é essa? - George perguntou desconfiado, enquanto se erguia um pouco do meu colo.

- Ela está nos ajudando. Fique tranquilo. - Puxei seu corpo contra meu tronco novamente.

- Dylan já está aqui. - Ela se aproximou, timidamente. - Ele quer te matar.

- Sei disso. Talvez eu consiga sair com George sem que ele veja. - Concluí. Não posso deixar George nesse lugar, nesse estado.

- Ele está cego de ódio, Dream. Quer te matar a todo custo, não adie isso... Deixe George comigo, eu sou médica, cuidarei dele. - Automaticamente, senti George me abraçar fortemente, como se não quisesse sair dalí.

- Não sei se devo...

- Encontramos com Sapnap no estacionamento... Ele está com duas balas alojadas e está lutando lá fora, Dream. Ele não vai aguentar muito tempo, e Dylan não liga para seus subordinados, ele quer você.

- Por isso ele estava mancando... - Sei que Sapnap é forte, mas preciso ir ajudá-lo, principalmente agora.

Suspirei. A coisa que eu menos queria era deixar George novamente, mas não vou ter outra escolha. Algo em Suzan me faz confiar um pouco nela.

Mas confiar George ainda é muito.

- Confie em mim, só quero ver Dylan morto. Você é o único que pode fazer isso.

Suspirei e olhei George.

- Tudo bem. Mas se alguma coisa acontecer com ele, eu não respondo por mim.

George me apertou mais. Isso vai ser difícil.

••••••

Consegui postar:)

Algo mais clean para vocês darem uma descansada.

Ah! Obrigada pelo apoio que vocês me dão sempre que não consigo postar por um tempo. Vocês são tudo!

Não esqueçam da ☆!

I'm The Mafia •DNF & SIDE KARLNAP•Onde histórias criam vida. Descubra agora