Após quebrar o coração, Beatriz Moraes de 18 anos se muda para Barcelona, cidade qual conheceu a trabalho.
Beatriz conhece Gavi em uma coletiva de fotos e acabam se tornando amigos. O tempo foi passando e essa amizade acabou em um envolvimento amor...
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Terça feira, 7 de abril de 2022. 12h:47m
Brasil, meu tão amado e querido país. Confesso que não gostaria de voltar agora, confesso que chegar nesse país me trás dor e angústia, confesso que meu medo fala alto dentro de mim, confesso que não to bem, fisicamente e psicologicamente.
Eu sei, na Espanha eu aparentava estar bem, mas eu realmente estava? Ou eu só coloquei uma máscara e fingi que um assunto em específico acabava comigo e com tudo de bom que tinha dentro de mim.
Foi muito difícil, foi angustiante e acima de tudo difícil. Eu estava completamente acabada e assim que o avião pousou eu me vi sozinha buscando o caminho de volta para casa.
Rute foi para sua casa ver seus gatos, Ester e savia partiram direto em outro vôo com destinos diferentes, seus trabalhos não paravam.
E eu fiquei lá, sozinha e perdida no meio daquele caos de aeroporto. Muitas pessoas me esperavam lá, muitas pessoas se manifestaram mas redes sociais, a grande maioria mulher.
Mas assim como tinham pessoas ao meu lado, tinham pessoas contra mim. Foi cansativo demais ver aquela multidão, muitos me xingando, muitos me enaltecendo. Mas sinceramente, nada daquilo fez se quer cócegas perto de tudo que eu sentia dentro de mim.
Tudo se intensificou ainda mais quando meu motorista estaciona na garagem de casa. E a pergunta era.
Eu realmente estava pronta para voltar? Não voltar para o Brasil, mas sim, voltar para a casa onde eu vivi com caio, onde eu amei o cara mais estúpido e idiota da minha vida, eu realmente estava pronta?
-senhora, Beatriz. - Meu motorista abre a porra e eu o encaro. -precisa de mais alguma coisa?
-não, José. - Eu desço do carro e respiro fundo encarando a chave em minha mão.
José havia me contado durante o caminho tudo que rolou aqui. O barraco que meus pais haviam armado e como meu pai agiu expulsando caio daqui. Sinceramente, nem com meus pais eu havia conversado direito, e sinto que conversar será uma boa.
-a Neusa fez um almoço especial, sua lasanha. - José fala e eu sorrio pequeno para ele. -o cheiro esta ótimo.
-vamos lá então? Quero que vocês comam comigo. - Eu sorrio. Uma parte de mim na verdade não queria almoçar sozinha.
-senhora, não posso aceitar. - José fala e eu apenas me engancho em seu braço indo com ele até a cozinha. -senhora..
-se não aceitar, eu não lhe dou um aumento! - Eu falo vendo seus olhos brilhar. - Ótimo, sente-se.
E ele fez, se sentiu na cadeira e me encarou sorrindo.
-obrigada, senhora. - ele diz e eu sorrio me sentando em sua frente.
Realmente o cheiro estava ótimo.
José era meu motorista desde o começo, ele vinha de uma família simples e com muitas dificuldades. Encontrei ele em um supermercado, ele trabalhava ajudando as pessoas a levar as compras no carro.
