Capítulo 45

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Caleb Nolasco

Acordo no dia seguinte com o telefone ao meu lado com pouca bateria. Olho a tela a conversa com Isabella ainda estava aberta com uma última mensagem “ Por sua culpa eu não consegui dormir. Vou andar na obra como um zumbi e corro risco de cair de tanto sono e me machucar gravemente“ olho para a tela e sorrio.

“ Cuidado para não se machucar. Tenta dormir cedo hoje. Me mantenha informado.” Devolvo a mensagem.
Me levanto e tomo meu banho. No chuveiro lembro de Isabella, o beijo dela, o corpo  e o cheiro. Que saudade dela. Precisava dela na minha cama hoje. Saio do chuveiro aliviado. Coloco a roupa e vou para cozinha.

Catarina estava sentada morrendo de sono. Cae estava sentado no colo dela agarradinho, dormindo ainda. Me sento a mesa sorrindo e ela me olha de cara feia.

- Está sorrindo porque? – Ela fala mais humorada.

- Mau humor de manhã? – Rebato.

- Está cheio de sorrisinho porque causa da senhorita Barcelar. – Ela pronuncia com ironia. – Estão juntos e você acha chama ela como se fosse sua chefe. – Ela debocha. Estão juntos mesmo?

- Bom dia para você também Catarina. – Pego um suco e vou até a varanda.

“ Aqui é tão vazio sem você. “ recebo a mensagem dela. “Aqui está chato, insuportável na verdade. Acho que vou voltar para a África.” Devolvo a resposta.


Passamos a parte da manhã trocando mensagens

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Passamos a parte da manhã trocando mensagens. Isabella me contava sobre o dia terrível dela. Ela conseguiu dormir sentada na tenda por quarenta minutos. Disse que estava assinando alguns papéis e dormiu em cima dos documentos, os funcionários ficaram com pena de acordar ela e deixaram ela dormindo. Isabella contou que acordou morrendo de vergonha, que nunca tinha feito isso. Ela realmente se cobrava muito. Precisava ser perfeita vinte e quatro horas por dia, isso devia ser péssimo.

Depois do almoço eu fui para casa. Minha mãe ficou um pouco chateada. Queria que eu ficasse o dia inteiro lá. Mas eu precisava de descanso, sem Catarina olhando meu telefone a cada mensagem que eu recebesse e controlando quantas mensagens eu recebia por hora.

Catarina sempre foi muito ciumenta comigo. Sou o único irmão dela. Me lembro da época de colégio que ela batia nas meninas que gostavam de mim. Nós temos cinco anos de diferença, a sorte de Catarina é que ela sempre foi alta e forte. Eu tinha medo dela. Mas só fui descobrir disso depois. Na adolescência ela implicava com todas, quando elas apareciam na minha casa ela trocava os nomes de propósito ou dizia que outra garota já tinha vindo mais cedo. O que era ridículo.

Na vida adulta tudo melhorou. Catarina tinha a vida dela e eu a minha. Eu não morava tão perto dela e não mantinha esse contato todo. Ela tinha dois filhos para cuidar que já davam muito trabalho e um marido que não ajudava em muita coisa. Mas toda vez que eu aparecia com alguém ela se tornava mais próxima, conhecia a mulher e logo se afastava. Ela sempre me dizia que tinha certeza que não daria em nada. E no final estava certa. Eu dizia que ela fazia alguma coisa para acabar com os meus relacionamentos. Mas no final eu mesmo sentia que não daria em nada.
Mas Isabella era diferente. Sei que todo mundo diz exatamente essa frase, mas eu não. Isabella não é como as outras e essa frase também é repetida, mas ela é diferente.

Passo o dia inteiro organizando minha casa, coloco roupa pra lavar, olho o que estava faltando na dispensa, vou ao mercado , volto e organizo tudo. Reviso alguns documentos sentado no sofá da sala e durmo sentado. Acordo assustado e vejo que dormi. Mando uma mensagem para Isabella rindo e dizendo que fiz a mesma coisa.

Olho no relógio, sete e quarenta da noite. No vilarejo eram três horas a mais. Dez e quarenta. Isabella tinha tomado banho e estava se preparando para dormir. Eu estava fazendo a janta. Ele me manda uma mensagem sugerindo uma vídeo chamada. Eu apenas aceito e ela me liga. Isabella aparece na vídeo chamada linda como sempre.

A pele vermelha por causa do sol da África. O cabelo claro com algumas curvas porque acabou de lavar. O pijama de menina rica, de tecido rosa que combinava com a pele dela. O sorriso lindo que me encanta quando vê a minha imagem na tela. Ela fica vermelha e desvia o olhar.

- Você não tem camisas no Brasil ou está se exibindo pra mim? – Ela fala constrangida.

- Funcionou ? – Falo rindo. – Eu tomei banho e fui fazer algumas coisas. Esqueci de colocar e não tenho o costume de andar de roupa em casa. Não tenho esses pijamas de rico que você tem. – Falo rindo.

- Pijama de rico? É só um pijama. – Ela começa a rir.

- Minha irmã e minha mãe não tem pijamas para começo de conversa. São roupas normais, que ficamos em casa. Isso aí. – Falo e aponto para a tela. – É  um pijama de rico. Cor única, nesse tecido caro. Burguesa. – Ela começa a rir.

- Ninguém nunca falou isso. É só um pijama. – Ela fica rindo.

- Ninguém nunca falou isso. É que no seu mundo isso é normal. Bem vinda ao meu mundo. – Falo misturando a panela.

- Seu mundo? Meu mundo? Qual a diferença? – Ela continua rindo.

- Muita coisa. Para começar eu não tenho cozinheiro. Se eu não fizer ou comprar a minha comida, morro de fome. Você só precisa balançar um sininho e alguém chega com um jantar com 3 pratos diferentes. – Fico rindo dela.

- Não. Não é assim. Olha, eu moro sozinha. Também preciso fazer minha comida. Adoro cozinhar. E não tenho empregados, nunca tive. Nem na casa do meu pai. Marina nunca gostou. Ela que sempre fez tudo e eu ajudava, é claro. – Ela explica rindo.

- Está me dizendo que você lava banheiro. – Falo debochando e ela ri.

- Óbvio. – Ela responde achando graça.

- Você não paga alguém pra isso? – Fico tentando olhar pra ela sério.

- Não. A cada quinze dias vai uma pessoa na casa do meu pai e lá em casa fazer uma faxina. Mas só isso. – Ela fala sorrindo.
- Eu sabia. Você não lavaaaaaaa banheiro. – Falo rindo.

- Não sou tão burguesa quanto você acha. – Ela fala ainda animada.

Fico admirando ela por alguns segundos. O sorriso, a maneira que ela olha, como ela coloca o cabelo atrás da orelha. Observo cada detalhe do corpo dela e lembro quando ela estava nua deitada ao meu lado. Ela fica me olhando sorrindo e me chama de volta a realidade.

- Travou a ligação? – Ele fica me olhando.

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