Capítulo 32

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Isabella Bacelar

Bomani entra e eu vejo Caleb parado nos encarnando. Ele ficou olhando de forma estranha para Bomani. E eu de verdade não estava entendendo o que estava acontecendo com ele a alguns dias. Ele estava sempre passando na rua da minha casa me observando, como se cuidasse de mim. A expressão seria dele se mantida. Mas ela estava sendo um pouco mais cuidadoso comigo.

Fecho a porta e vejo Bomani no meio da sala extremamente desconfortável. Ele olhava tudo e não sabia se sentava ou ficava em pé. O desconforto dele estava palpável de tão denso.

- Pode sentar. – Ele senta no sofá e eu na cadeira em frente.

- Queria saber como a senhorita estava. Eu fiquei sabendo de tudo o que aconteceu mas não consegui ajudar. – Ele fala nervoso.

E então eu percebo. Bomani estava com alguns machucados no rosto. Marcas nos braços como se tivesse sido amarrado. Estava com um curativo no braço.

- O que fizeram com você? – Pergunto preocupada.

- Nada. Estou bem. Você que não está. O ferimento na perna está muito ruim? – Ele continua no tom cuidadoso.

- Estou bem. Aonde eles te machucaram? – Pergunto preocupada.

- Só no braço. Estou bem. Não é você que se preocupa aqui. Eu sou um guerreiro. Um protetor. Eu estou bem. Mas não consegui proteger meu povo. – Ele fala de maneira triste.

- Todo mundo esta bem. Não é? Não se preocupe. – Falo com um leve sorriso.

- Você está machucada. – Ele fala apontando pra minha perna.

- Porque está sendo tão cuidadoso comigo? Você não me suportava. – Falo implicando.

- Inda não suporto. Mas você salvou nosso povo. Isso é o mínimo que posso fazer, já que você fez o meu trabalho. – Ele fala e se levanta. – Não faça isso de novo.... Se colocar em risco.

- Combinado. – Falo e ele vai andando até a porta.

- E se o Caleb fizer algo que você não concordar me avisa. Estou de olho nele. Ele saiu um dia aqui de manhã. Você sabe disso? Disse que vocês estavam trabalhando e que não sabia aonde estava a chave. Disse que dormiu no sofá. Mas estava saindo disfarçando. – Ele fala de maneira seria e irritado.

- Ah sim... Aquele dia. Eu acordei e ele não estava mais aqui. Está tudo bem. Ele disse que vai vir hoje a noite aqui. – Falo sem pensar.

- Pra que? – Bomani fala rápido.

- Pra cuidar de mim. Eu disse que não precisa. Estou bem. – Respondo nervosa. – Mas não é necessário.

- Vou pedir para Zuri vir aqui. – Ele fala, passa pela porta e vai embora.

Sem se despedir ou me dar tempo para responder ele vai embora. Bomani era um cara engraçado. Ele não tinha família. Era órfão, criado pelo vilarejo. Segundo Jafari desde muito novo defendia todo mundo e por isso foi treinado para ser uma espécie de segurança do vilarejo. Na adolescência ele já estava no meio dos guerreiros e nas fotos que Zuri me mostrou, ele já parecia ser um adulto.

Me lembro que em uma das conversas que tive com ele perguntei sobre relacionamentos. Ele era um homem tão fechado e reservado que eu não imaginava ele cansando ou tento uma família. Zuri disse que ele já tinha conhecido a alma gêmea dele, o amor verdade. Eles ficaram juntos por um tempo, mas em uma época, eles receberam turistas, a mulher conheceu um homem, ele viajou mais duas vezes e na última viagem do turista a mulher que ele amava foi embora com eles. Zuri disse que ela preferiu o dinheiro do que o amor e que isso na cultura deles é sinal de azar. Eles acreditam que ela não deve estar bem aonde quer que ela esteja. E eles não têm como confirmar isso porque a ela cortou contato com a família e amigos meses depois de viajar. Deito na minha cama e tento dormir um pouco para relaxar.


Abro os olhos e vejo as mulheres assustadas

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Abro os olhos e vejo as mulheres assustadas. Elas abraçam seus filhos e ficam rezando no dialeto deles. O líder aparece rindo batendo nas grades e elas começam a chorar. Eu me levanto, estava deitada no meio da cela. Ele me olha como um psicopata e aponta a arma.

- Duas horas. Uma vítima. – Ele fala e atira em uma mulher.

O barulho do tiro é absurdamente alto. Acordo assustada e gritando. Sinto meu coração explodir. Tento respirar e não consigo. Olho em volta e vejo que estou no meu quarto. Tento me levantar da cama mas sinto meu corpo ainda dormente. Sinto uma mão segurar a minha e vejo Zuri. Ela fala algo mas eu não consigo ouvir. Ela se afasta e tento segurar a mão dela de novo.
Sinto meu corpo voltar aos poucos. Consigo me virar de lado entendo sair da cama mas acabo caindo no chão. Sinto uma dor na perna. Tento puxar o ar mais sinto dor. Ela se aproxima e me ajuda a volta para a cama.

- O que aconteceu? – Ela fala e eu escuto muito longe.

- A mulher. – Falo com dificuldade.

- Que mulher? O que aconteceu? – Ela coloca um pano gelado na minha testa e passa até o pescoço.

- Vou conseguir o dinheiro. – Falo chorando e eles me abraça.

- Que dinheiro Isabella? Você está em casa. Segura. – Zuri fala enquanto acaricia meu cabelo.

Sinto o carinho dela e junto com um estranhamento. Eu nunca tive isso. Marina sempre tentou ser carinhosa. Mas eu não me acostumei a isso. Me lembro de ter muitos pesadelos e acordar sozinha, me acalmar e voltar a dormir sozinha. Meu pai estava sempre Afundado  em dividas, pensando em como não falir a próxima empresa. Então eu cresci, me criei sozinha. Quando fiz quinze anos passei frequentar a atual empresa do meu pai. Comecei a aprender as coisas, como a empresa funcionava e consegui depois de duas crises fortes chegar ao que ela é hoje.

Meu pai sempre me deu financeiramente tudo do bom e melhor. Mas afeto... Ele nem sabia como fazer. Seria melhor se ele tivesse criado um menino. Mas eu não reclamo. Quando Marina chegou na família eu já estava adaptada a viver assim. Então não estranhei. As vezes ela tenta ser carinhosa. Mas acho que ela não consegue se aproximar de mim. Na verdade eu não deixo, não sei como deixar.

Não é que eu não queria que a Marina ocupe o lugar da minha mãe. Até porque eu nem tenho lembranças dela. Eu até queria mas não sei como fazer isso e o tempo foi passando. Nós acostumamos a isso. Meu pai começou a dar trabalho eu fui crescendo e ficamos assim.

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