Capítulo 77

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Caleb Nolasco

Fui convidado para a festa por Raul e Saul e provavelmente envergonhei eles. Peguei o telefone e fui até a varanda. Liguei para Saul e depois de dois toques ele atendeu, animado, o que já era um bom começo. Ele não estava com raiva de mim.

- Caleb... Como estão? Isabella está bem? – Ele pergunta animado.

- Sim. Esta tomando banho.... Bem. Queria te pedir desculpas. Você me convidou para a festa e eu perdi a cabeça. Não sou assim.... Mas... Não fala de Isabella.... Sabe? – Falo nervoso.

- Se desculpar??? Você é um herói. Fez o que todo mundo queria fazer. Tem gente aqui me perguntando quem era você. Todos aprovaram a sua atitude. Estão dizendo que você tem coragem. – Ele fala e escuto uns homem concordando.

- Ótimo. Estava preocupado. De ter te colocado em uma situação ruim... De perder os contratos.... Que merda... – Me lembro dos contatos.

- Que perder o que.... Estou passando seu telefone para um pessoal aqui e querem te colocar em um grupo. Você é “ O cara de meteu a porrada no Levi” fica tranquilo. Vai cuidar da Isabella. Está tudo bem aqui.

Flashback off

Naquele dia Isabella se lembrou de mais alguns detalhes da separação. Ela estava chorando no banheiro quando eu me dei conta. Ela chorou a noite toda até que conseguiu me contar. Não me arrependo de ter batido em Levi, me arrependo de ter batido pouco.

Depois de algumas semanas Isabella estava se sentindo melhor. Nunca mais esbarramos com Levi. Meses depois os caras ainda comentavam sobre esse episódio. Minha mãe de início me repreendeu, disse que eu tinha que manter uma postura, porque estava em um lugar social, quase que de trabalho, mas no final aprovou o que eu fiz, só me pediu para me controlar da próxima vez.

Catarina pela primeira vez ficou ao lado de Isabella, ela estava começando a aceitar meu relacionamento. E já estava na hora. Daqui a pouco completaria dois anos com Isabella, estava pensando em fazer o pedido de casamento. Catarina precisava engolir o ciúme dela em algum momento.

.....

Faltava quatro meses para completar dois anos de namoro. Isabella estava na empresa como sempre, ainda precisava se explicar para os novos investidores ou clientes. Mas andava sem paciência. Na semana passada ela tinha expulsado da sala três homens, clientes, que insistiram em falar com o homem responsável, o pai ou marido dela.

A secretária contou que nunca tinha visto Isabella assim. Ela gritou com ele e abriu a porta mandando que saíssem da sala. Eu acho que isso precisava acontecer. Essa notícia vai se espalhar e eu acho que agora vão passar a respeitar ela.

Eu estava devendo umas férias a ela. Estava tudo marcado. Em quatro meses iriam nos ausentar por quinze dias. Foi o máximo que conseguimos. Eu estava pensando em fazer o pedido nessa viagem. Já tinha visto o hotel e lá tinha um jardim que Isabella iria amar. Seria o lugar perfeito. Bem melhor do que o pedido de namoro. Acabei ficando ansioso e comprei o anel. Escondi na gaveta da minha sala porque Isabella mexe no meu guarda-roupa, pega minhas roupas para dormir e fiquei com medo dela encontrar.

Nesses próximos meses nossas agendas só batiam no final de semana. E as vezes nem isso. Eu estava viajando para comprar matéria prima. E Isabella estava fechando novos contatos. Raul estava de castigo em casa porque comprou uma casa em uma cidade de interior. Muito linda a casa, ele disse que era para criar os netos.

Marina pediu o divórcio e deixou ele dormindo na casa do interior por um mês sozinho. Nunca vi Raul tão mal. Marina disse que não iria se separar, mas que Raul precisava desse tempo. Eu entendo o lado dela. Isabella demorou mais tempo para perdoar o pai, ficou dois meses sem falar com ele. Todo final de semana ele aparecia no meu apartamento e conversava sobre Isabella, pra saber como ela estava e tentar conversar com ela. Mas Isabella nunca saia do quarto.

Depois disso, como nossa agenda não estava batendo. Resolvemos morar juntos. Para poder nos encontrar mesmo que fosse só na hora de dormir. Mas com as minhas viagens, nem isso estava acontecendo. Ela deixou o apartamento fechado. Eu pedi que ela se mudassem pra cá, mas ela disse que não conseguia. Que seria melhor ter a nossa casa. Então por hora, ela deixaria alguma roupas aqui. Eu aceitei era melhor que nada. E ela não me convidou para morar com ela. Então ficamos assim. Ela morava comigo, sem ser oficial.

....

Chego em casa exausto de mais uma viagem. A terceira no mês. Era horrível porque eu passava a noite em hotéis, quase não dormia, sentia falta de Isabella o tempo todo e até para ligar era difícil, a gente estava sempre com clientes, em reuniões, olhando documentos.

Entro e vou direto para o chuveiro. Eu não posso reclamar. Queria essa vida. Ter dinheiro. Eu só não sabia que seria tão cansativo e que pra ter dinheiro eu não teria vida. Tomo meu banho quase dormindo em pé. Eu estava a cinco dias fora de casa. Seco meu corpo e vou para a cama.

Isabella já estava dormindo. Linda como sempre. Me deito ao lado dela. Dou um beijo no pescoço e sinto o cheiro dela. Que saudade desse cheiro. Ela me abraça ainda sonolenta.

- Que horas são? – Ela pergunta bocejando.

- Já passou das onze da noite. – Falo e beijo o rosto dela.

- Está pelado? – Ele fala enquanto passa a mão em mim.

- Do jeito que você gosta. – Falo com malícia.

- Estou exausta. – Ela fala enquanto me faz uma massagem.

- Eu também. – Falo e fico duro.

- Estou molhada. – Ela me olha.

- Vou resolver isso pra você. – sorrio.

E mesmo exaustos fazemos amor. Amorzinho como ela gosta quando está assim. Terminamos e Isabella estava deitada em cima de mim, suada e ofegante. Dessa vez ela estava mais animada, faz tempo que não vejo Isabella assim.

- E estava cansada. Imagina se não estivesse. – Falo rindo.

- Era saudade. Estou ansiosa pelas nossas férias. Precisamos disso.

- Eu também. – Falo e beijo ela.

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