Capítulo 15

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Caleb Nolasco

- Falta de profissionalismo. – Ela fala e sai andando.

Eu odeio essa frase. Sou profissional, construí a minha empresa assim. Todo mundo fica nos olhando. O constrangimento e vergonha de nossa parte era palpável. Matheus queria sair correndo e eu queria falar com ela, gritar até. Mas Raul me pediu que não contasse de início e eu preciso desse contato. A droga do dinheiro. Matheus fica me olhando desesperado. Faço um sinal pra ele se acalmar e um homem se aproxima.

- Boa tarde, sou Jafari, o líder do vilarejo. – Ele fala um pouco constrangido. – Eu não sabia que vocês vinham. Mas vou arrumar um lugar pra vocês. – Ele fala e caminhamos juntos com ele.

A casa era pequena. Mas não tão pequena quanto as outras casas. Tinha uma cozinha, um banheiro e um quarto com duas camas separadas. Jafari nós explicou algumas coisas e logo saiu do quarto. Ele mal fechou a porta e Matheus já começou.

- Porque não falou nada? Porque deixou ela falar assim com você? Você nunca leva desaforo pra casa. Olha como ela nos humilhou na frente de todo mundo. E a culpa nem é nossa. O material nem é nosso. Nós estamos fazendo um favor. Você tinha que ter falado. – Matheus  fala nervoso e descontrolado.

- Raul pediu para não falar nada. – Falo e me sento na cama.

- Raul pediu pra não falar nada? Quem é você? Caleb você não é assim. O certo é o certo. Sempre disse isso, é o nosso nome, nossa honra. E eu fui humilhado.... – Ele continua irritado.

- Ele me pediu. Precisamos desse contrato. Ele me garantiu que vai ter outros no futuro. Preciso do dinheiro. – Falo e fecho meus olhos.

- Precisa de dinheiro? A troco de que? De manchar seu nome? – Matheus  não para.

- Não disse que o material ruim era nosso. – Olho pra ele.

- Mas deixou ela pensar que era. – Matheus  rebate.

- Se ela falar diretamente eu vou falar que não é nosso. Esse é o combinado. Precisamos do contrato. – Falo e Matheus se senta na casa sem argumentos.

- Foi humilhante.... – Ele fica me olhando. – Ela anda de salto ate aqui. – Matheus pensa alto.

Tomo um banho e a água tinha um cheiro e cor diferente, mas não era tão ruim. Visto minha roupa e me deito.

Acordo no dia seguinte, não foi uma noite tão ruim, mas a cama não era confortável

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Acordo no dia seguinte, não foi uma noite tão ruim, mas a cama não era confortável. Troco de roupa e saio da casa para tentar encontrar algo para comer. Ando por alguns segundos até que vejo uma senhora me olhando. Ela parecia ser um pouco mais velha que a minha mãe e usava roupas azuis. A senhora ficava me olhando como se pudesse ver através de mim. Eu me aproximo e ela começa a falar.

- Seu destino te trouxe aqui. – Ela afirma.

- Minha mãe disse a mesma coisa. – Tento parecer educado.

- Mulher sabia. É uma vidente? – Ela me olha curiosa.

- Não... – Começo a achar estranho.

- Desde que você colocou os pés aqui eu percebi que tem alguém que atrasa a sua vida. E não é algo de agora. É antigo. De outras vidas. – Ela fala me analisando.

- Com todo o respeito. Eu não acredito nisso. – Falo tentando ser o mais educado possível.

- Mas deveria acreditar. Essa é a sua última chance. – Ela fala toda misteriosa.

- Última chance de que? – Pergunto um pouco curioso.

- De viver uma vida boa e feliz. – Ela fala me olhando.

- Caleb – Gabriel vem gritando.

- Minha vida já  é boa e feliz. – Falo e olho para Gabriel.

- Conseguiu a comida? – Gabriel pergunta parecendo um morto de fome.

- Jafari preparou um café da manhã pra vocês. – A mulher vidente fala e sai andando.

Vamos atrás dela e logo chegamos no centro do vilarejo. Foi arrumada uma grande mesa. Isabella já estava sentada comendo com uma nativa. Ela tinha um sorriso lindo e nem parecia a mulher arrogante de ontem. Fico admirando por mais alguns segundos até que ela nota a minha presença e o sorriso desaparece.

- Bom dia senhor Nolasco. – Ela fala sem sorrir.

- Bom dia Senhorita Bacelar. – Falo no mesmo tom.

Sentei afastado com Matheus e começo a comer. Isabella vira de costas pra mim e outras mulheres se aproximam dela. Elas ficam conversando como com intimidade, parecia que já se conheciam a anos.

Terminamos a refeição e eu fui com Matheus até a obra. Começamos a olhar o material que o amigo de Arthur enviou. E eu já conhecia esse tipo de trabalho é um material de pessoa qualidade, misturado com muita porcaria para poder render  Sem dúvidas teríamos uma tragédia aqui em um futuro bem próximo.

- Nolasco. – Isabella  se aproxima falando.

- Sim senhorita Bacelar. – Falo respirando fundo.

- Preciso de uma data para a chegada dos materiais. Você não pode ver com o transportador? – Ela fala e as pessoas começam a nós olhar.

- Não tenho como ver. Mandei mensagem e ele não me responde. – Falo olhando em volta.

- Não consegue entrar em contato com o transportador? O que te garante que ele não te deu uma volta? – Ela começa a se irritar.

- Eu não conheço o transportador. É a primeira vez que faço entrega com ele. – Ela não me deixa terminar.

Quanto mais eu tentava me explicar, pior ficava. Matheus me olhava desesperado e olhava para todos a nossa volta. Estava escrito no olhar dele que eu devia contar a verdade. Mas eu não conseguia. Tinha feito uma promessa.

- Quanto mais você fala. Pior fica. Eu de verdade não entendo porque meu pai escolheu você para uma obra grande e importante como essa. Você pelo jeito é um novato e sem responsabilidade nenhuma. – Ela fala extremamente irritada.

- Você não me conhece. Sou extremamente profissional, não fiz meu nome atoa. – Ela não me deixa continuar.

- Que nome? Não conhece o seu transportador, não pode me dizer a data que o material vai chegar. Entrega o material com atrasado. Isso tudo porque você errou lá trás quando me trouxe esse material barato, isso nem pode ser chamado de material. O que me garante que não vai me entregar outra porcaria dessa? Eu devia te processar isso sim. – Ela grita no final.

- Esse material que foi entregue não era meu. – Falo e ele fica me olhando sem entender.

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