Capítulo 24

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Caleb Nolasco

- Desculpe, mas não é um momento bom. – Falo abrindo a minha porta.

- Eu sei. Vocês brigaram. Todo mundo sabe. – Ela fica me olhando. – Posso ver que você não pertence a esse lugar. Por isso está ansioso pra ir embora.

- Isso é óbvio. Sou brasileiro. Todo mundo sabe. – Repito a frase dela.

- Sim. Não estou falando de você “Corpo” , estou falando da sua alma. – Ela continua.

- Com todo respeito senhora. Eu não acredito nessas coisas. Acabei de ter uma briga desnecessária, só quero entrar e fica tranquilo. – Falo entrando em casa.

- Bem. Alguém tem que ceder. – Ela fala e se levanta.

Eu ignoro o que ela fala que era extremamente sem sentido e entro em casa. Ayo não passava de uma idosa maluca. Tenho que respeitar. Era a cultura deles. Mas no momento eu não estava com paciência nenhuma. Fecho a porta e vou para o meu quarto. Começo a arrumar a minha mala, já era para estar arrumada e eu estava adiando. Eu vou embora amanhã. Chega de enrolar. Não demoro muito e coloco a última peça de roupa na mala e me assusto com Matheus entrando de uma vez só em casa.

- Que briga foi essa? Todo mundo estava falando. Tem gente dizendo que você dormiu na casa dela. E hoje estavam brigando. Tem gente que disse que vocês estão juntos. Mas eu não estou sabendo disso. Você me contaria. Me contaria não é? E até pouco tempo ela estava humilhando a gente na frente de todo mundo, o que aconteceu?. – Ele vomita todas as informações de uma vez e rápido.

- Você tem que parar com isso sabia? Nada disso é verdade. – Falo e fecho o zíper da mala.

- Vocês não brigaram? Você não dormiu na casa dela ou vocês não estar juntos? – Ela continua.

- Brigamos hoje. Mas não foi nada. Eu dormi no sofá da casa dela e ela no quarto. Eu estava ensinando sobre o material pra ela. E perdemos a hora, ela acabou dormindo. Mas eu fiquei lá porque não achei a chave. E não estamos juntos. Pelo jeito ela voltou a me odiar. Nada mudou. – Falo e coloco a mala no chão.

- O que você fez? Ela vai humilhar a gente de novo? – Matheus  fala desanimado.

- Eu não fiz nada. Quem disse que eu fiz algo? – Falo irritado.

- Vocês estavam bem. Você estava na casa dela. Agora estavam brigando. Você fez algo. Arruma seu erro. Não quero ser humilhado de novo. Ainda bem que vamos embora amanhã. Vou tentar evitar Isabella até amanhã. – Ele fala pensativo.

- Ela está irritada comigo porque eu vou embora. – Falo e sento na cama.

- Mas o combinado não era fica. Você combinou isso com ela? – Ele me questiona assustado.

- Não. Não combinei nada. E disse que iria embora. E ela tinha aceitado. Hoje ficou assim. Perguntei se ela era bipolar. – Falo irritado.

- Também pensei nisso. O que ela respondeu? – Matheus  fica curioso.

- Disse que não era. – Respondo irritado.

- Mesmo se ela fosse não contaria. Eu acho. Mulher é muito complicado. Ainda bem que minha esposa não é assim. Eu não aguentaria. – Ele fala aliviado. – Bem. Vou ficar escondido aqui até amanhã.

- Amanhã é nosso último dia. Vamos trabalhar até o meio da tarde. Nosso vôo é só a noite. Esqueceu? – Falo e deito na cama.

- Bem. Eu vou ficar me escondendo o dia todo. Você que vai falar com ela amanhã se precisar. Isso é um problema de vocês. Nem me coloca no meio. – Matheus  fala e sai do quarto.

Passo o resto do dia evitando Isabella. Para falar a verdade eu não esbarrei com ela. Sem dúvidas ela está fazendo o mesmo. Melhor assim. A noite volto para a casa. Tomo meu banho e arrumo as últimas coisas na mala, deixo tudo preparado para voltar para casa.

Minha mãe me liga e percebe que eu estou chateado. Mas eu evito o assunto. Desligo o telefone e minutos depois Catarina me liga, como sempre depois de atendeu eu escuto “Oi querido, estou com saudades” Ela me conta sobre a rotina, briga com o marido e como os meninos estão. Digo que vou voltar amanhã. Mas que só chego no Brasil quase de manhã. Ela me informa que vai organizar um almoço para a minha volta. Eu desligo o telefone e deito para dormir.


Acordo no dia seguinte com Matheus fazendo uma vídeo chamada com a família

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Acordo no dia seguinte com Matheus fazendo uma vídeo chamada com a família. Falando alto demais. Eu me levanto. Tomo um banho e coloco a roupa. Saio de casa e vou andando até a tenda. No caminho procuro Isabella na multidão mas não encontro. Chego na tenda e ela não estava lá. Falo com o chefe e vou para a obra.

Estava dando tudo certo. Na segunda tentativa conseguimos achamos água. Agora era a parte mais fácil. A base e toda a estrutura. Iria demorar um pouco. Mas agora estava tudo bem. Passo algumas horas na tenda e não vejo Isabella. Penso em perguntar por ela, mas todos ficavam me olhando como se esperassem isso de mim, até porque na cabeça deles eu estava em algum tipo de relacionamento com Isabella.

Saio dos meus pensamentos com o chefe de obra me cutucando e apontando com o olhar. Quando olho na direção vejo Isabella. Ela estava caminhando para a tenda. Todos ficam me olhando como se esperassem que eu fosse na direção dela.

- Vamos trabalhar? Vou embora hoje a noite. Se alguém me ligar perguntando o que eu já expliquei eu vou ficar puto. – Falo tentando não olhar para ela.

Ela entra na tenda e fica. As pessoas ficam trabalhando e me olhando. Eu fico pensando por alguns minutos e decido entrar. Vou andando na direção da tenda e as pessoas em volta me olham com aprovação e eu quase me arrependo de ir. Chego na entrada da tenda e vejo Jafari nervoso conversando com Isabella. Ele para de falar e me olha.

- Desculpem. Eu volto depois. – Falo e me viro.

- Pode ficar.... Não está acontecendo nada... – Jafari fala nervoso.

- Quer falar comigo? – Isabella pergunta séria.

- Não... – Falo e ela me interrompe.

- Então estou indo. – Ela fala de forma seca 

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